Análise: Access Point LINKSYS WAP610N

Há motivos para que certas marcas, como a Mini ou a Smart não ostentarem o nome das marcas que lhe estão por trás, apesar de não deixarem de lhes fazer referência.

Neste caso, a Mini é pertença da BMW, e a Smart da Mercedes, mas são no entanto marcas autónomas. Isto porque, apesar da associação com as duas marcas Premium aqui referidas, a qualidade dos seus produtos nunca poderia ser enquadrada nas marcas de topo. São bons produtos, mas abaixo dos padrões de qualidade exigidos para se poder ostentar as marcas que estão por trás. É no fundo uma fora de se chegar a um segmento mais económico, mantendo padrões de qualidade mas não prejudicando o nome da marca original.

O mesmo se passa com a LINKSYS que ostenta orgulhosamente nas suas embalagens o nome CISCO. Mas desenganem-se se pensam que isto é material CISCO, pois na realidade o que temos aqui é 100% LINKSYS.



Sinceramente ponderei se deveria escrever ou não esta análise. Poderei estar a ser injusto ao analisar um produto defeituoso, mas a verdade é que ele estava à venda nas condições que referirei posteriormente, e passou nos controlos de qualidade da marca, pelo que a única responsável por esta situação não é mais ninguém senão a Linksys.

Assim sendo, este é um produto Linksys, aprovado pela Linksys, testado pela Linksys e embalado pela Linksys para ser colocado à venda. Caso a Asus nos enviasse para teste um produto com defeito, a análise incidiria sobre ele tal como nos foi apresentado, pelo que não há qualquer motivo para que aqui se passe algo diferente.

Neste caso o produto não nos foi enviado pela Linksys, mas foi comprado na FNAC, o que agrava ainda mais a situação, uma vez que foi pago na sua totalidade e destinado a um cliente que até poderia na sua ignorância deixar passar o prazo de troca por não perceber de redes, entrando assim numa situação de reparação bastante morosa e penosa. E a verdade é que nem todas as empresas são tão boas como a FNAC no que toca ao seu serviço de satisfação de clientes (e que mais uma vez não desiludiu).
Mas comecemos pelo principio:

O WAP610N é um Access point Linksys que segue a norma Wireless N 300 Mbits funcionando quer na gama dos 2.4 Ghz, quer dos 5Ghz, o que lhe garante total compatibilidade com todas as normas wireless, sejam elas 802.11a,b,g ou n 150 Mbits e n 300 Mbits.

Necessitando de aumentar a velocidade da minha rede caseira, e sendo o ZON HUB algo problemático nas ligações Bridge necessitava de um router que permitisse a configuração como repetidor de sinal em modo Access Point, de forma a garantir o sucesso na ligação. E este Linksys foi-me vendido como sendo o aparelho ideal para isso.



O Access Point, dotado apenas de uma porta RJ-45 e sem qualquer ligação USB custou 49,90€, e encontrava-se perfeitamente intacta dentro de uma embalagem de cartão envolvida a plástico fechado a vácuo e selado.

A primeira má reacção surge quando, já em casa, removendo o plástico exterior e abrindo a embalagem me deparo com um cabo de rede azul sem qualquer identificação de categoria e todo ele torcido, um envelope de cartão, contendo os manuais com a zona de fecho totalmente rota, o router e um CD com as drivers e manual que não possuía qualquer identificação como sendo da Linksys, mas sendo um CD regravável da Memorex.

Imediatamente me apercebi que estava na presença de um produto recondicionado da Linksys, mas sem que houvesse qualquer indicação na embalagem sobre essa situação.

Tal era aparentemente irrelevante. O CD possuía todo o que era necessário, e normalmente os produtos recondicionados, que mantêm as mesmas garantias dos novos, após a reparação são sujeitos a baterias de testes que acabam por garantir ao cliente que estão efectivamente em condições. A verdade é que se aqui era o caso, enganava muito bem! Mas já falaremos melhor sobre isso.
Não sendo exactamente um novato a lidar com este tipo de produtos, peguei no router e levei-o para a sala de jantar, local onde iria ficar, ligando-o ao meu PC Media Center para o configurar manualmente. E tal como sempre aconteceu, nem sequer olhei para os manuais do produto, pois afinal, este será apenas mais um router.



Mas mal o liguei estranhei uma situação. Não conseguia encontrar o seu IP.
E após várias tentativas sem sucesso tive mesmo de recorrer aos manuais, para descobrir que o router não traz nenhum IP de fábrica… Sim senhor… lindo serviço!

Então como lhe aceder? Bem, o manual só prevê uma maneira! Liga-lo directamente a um router com o servidor de DHCP ligado que lhe atribuirá um ip automaticamente. Depois há que correr o CD que vem com o aparelho e um modo de instalação simples levará o processo até ao fim. Não sei em que mundo vive a Linksys, mas quem lhes garantiu que o comprador de um access point tem acesso de administração do router a que se pretende ligar de modo a poder activar e desactivar os modos DHCP?

Mas se isto não parece nada mau, especialmente para quem não percebe muito de redes e que verá a instalação a ser automatizada, a coisa não é assim tão simples, como poderão ver de seguida. No meu caso obrigou a arrumar a tralha toda e levar o router para outro sitio onde pudesse liga-lo por cabo. Isto tem alguma lógica? E se tivesse comprado o aparelho para aceder ao router do meu vizinho com o qual partilhava uma rede interna? Tinha de esperar por ele para poder configurar o meu AP? Sinceramente…

O router que tinha mais perto era um Belkin, e foi a esse que liguei o Linksys. No entanto, comecei a não achar grande piada ao modo automático e simplificado quando tive de aceder ao Belkin para lhe activar o servidor de DHCP. Mas que raio de simplificação é esta que evita ter de mexer num router apenas para ter de ir mexer no outro?
Bem… mas com o servidor de DHCP ligado tudo seria simples e directo! Mas seria mesmo?
Pois é… o problema é que a rede estava configurada com IP’s fixos, e o servidor DHCP do Belkin apenas atribuía IP’s dinâmicos, sem possibilidade de alteração, numa gama totalmente diferente da que eu estava a usar. Isto estava a causar já chatices a mais para uma coisa que foi feita a pensar na simplicidade.

Até podem pensar que aqui o problema nem era o Linksys, e a culpa era do Belkin, uma vez que este é que tinha essa restrição. Mas não é bem assim! Afinal se o router fizesse como todos os restantes e trouxesse um IP de fábrica, nada disto era preciso.



Mudando a configuração da placa de rede do computador para obter o IP automático, tudo se resolveu. Mas como disse, onde está afinal a simplicidades e rapidez deste método que a Linksys escolheu como sendo rápido e simples? Ou será que eles acreditam que o mercado só possui routers com servidores DHCP ligados e todos a funcionar como eles esperam?

Mas pronto… o problema estava solucionado… Havia era de avançar.

E agora avançou. O software detectou agora o router, copiou algumas configurações do Belkin de forma automática, e finalmente termina com o pedido de escolha do tipo de protecção da minha rede: WPA/WPA2 ou WEP que ele recomendava para maior compatibilidade com sistemas antigos.

Ora aqui a situação nem sequer é sistemas antigos. O WEP é obrigatório para o tipo de configuração que pretendia usar (podem perceber o porque se lerem o artigo de como configurar um segundo router para funcionar em bridge com o ZON HUB).

Mas há outras situações. Eu possuo uma Nintendo DS, uma consola bem actual e que funciona ainda usando a norma 802.11b suportando no máximo uma chave WEP.



Sinceramente não sei bem em que mundo a Linksys vive, mas num mundo de redes wireless não parece ser. Pelo menos parecem desconhecer que a DS é a consola mais vendida do mundo, com mais de 150 milhões de unidades.

Mas o pior foi quando escolhi a chave WEP e me pediu, sem alternativas, uma chave 128 bits.
Ora a Nintendo DS apenas suporta chaves 40/64 bits… Nada a fazer, e como tal interrompi o programa de instalação!
Sabendo agora o IP do router, havia que lhe aceder manualmente router e ver o que ele tinha ou não tinha como opções. Afinal o programa de instalação não me dava as opções que queria.

E surpresa… As chaves WEP 40/64 estão lá! Mas o programa de instalação simples e rápida não as usa… Talvez para complicar um bocadinho mais as coisas num programa que de simples e rápido não tem nada.

Mas pronto! Estava dentro do router. Mudei-lhe o IP para um IP fixo, reconfigurei a minha placa de rede e desliguei o servidor de DHCP no meu Belkin, entrei novamente nos menus.



Apercebi-me aqui de algumas situações menos agradáveis do router. Demorava imenso a gravar as opções, com uma barra de progresso no ecrã que ainda demorava o seu tempo a encher, e um reboot algo lento.

Comecei então a configurar tudo manualmente. E os menus até eram simples e funcionais. No entanto, quando alterava as configurações wireless e fazia um gravar de opções, o router deixava de estar acessível e tornava-se invisível para o sistema. Não lhe conseguia aceder por cabo, por wireless, fosse pelo que fosse, e somente um hard-reset através da pequena ranhura disponível para tal me devolvia o acesso ao router. Mas claro, tinha de voltar a ligar o servidor de DHCP, colocar a placa de rede em modo de IP automático, etc.

A verdade é que após ter repetido esta situação por cinco vezes me enchi de tudo isto. É inaceitável que o controlo de qualidade tenha deixado passar um manual todo roto, um cabo todo torcido, um CD regravável com as drivers, e ainda por cima um produto que aparentemente nem sequer consegue alterar as configurações do wireless. É completamente inaceitável e inacreditável esta situação. Afinal o router deveria ter sido testado, quer quando foi colocado à venda da primeira vez, quer quando foi reparado. Mas pelos vistos não foi, foi fechado e lacrado com o material defeituoso e posto à venda sem qualquer indicação de ser um produto recondicionado.

Por esse motivo, só responsabilizo a Linksys pela situação, e dada a experiência quer com a parte funcional do router, quer com a não funcional e o controlo de qualidade que não existiu, só se pode dar a este produto um rotundo FAILED. A evitar!



 

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Característicaswww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.com
Aparentemente parece ser um bom router, e com características interessantes, mas no mínimo a versão testada revelou-se extremamente problemática. Há contudo alternativas até mais baratas que quase nem requerem configurações para funcionar
Facilidade de utilizaçãowww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.com
Sinceramente, aquilo que deveria ser uma simplificação do processo de instalação e configuração revelou-se um pesadelo. Não trazer um IP de origem não se compreende, mas pior do que isso foi não se ter conseguido colocar sequer a funcionar.
Designwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.com
Nem feito nem bonito. Podia contudo ser mais pequeno
Relação qualidade/preçowww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.com
Péssima... Se o preço estava mais acessível pelo facto de ser um produto recondicionado, nem isso lhe valeu pois o controlo de qualidade da empresa revelou-se péssimo ao permitir um router com manuais rasgados e um CD re-gravável caseiro com as drivers. Se esses factos que a olho são detectáveis passam sem correcção, o que esperar do resto do controlo de qualidade?
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Reconhecemos que podemos estar a ser extremamente injustos com um produto que poderia não estar em plenas condições de funcionamento. Mas se tal aconteceu não foi fruto do acaso. Afinal deveria ter passado por testes de controlo que qualidade que notoriamente não passou, e isso diz tudo. Meias palavras para que?

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