Google guarda as movimentações dos utilizadores, mesmo quando estes dizem para não o fazer

A descoberta foi feita por um estudo da Associated Press, e descobriu que a Google guarda o historial de localização dos aparelhos mesmo que nos parâmetros de privacidade o utilizador tenha especificamente escolhido a opção para que tal não aconteça.

Numa descoberta da Associated Press confirmada por pesquisadores da universidade de Princeton, veio-se a saber que a Google, mesmo que o utilizador tenha referido que não pretende o registo de localizações, continua a registar tudo.

No geral a Google é honesta e clara em pedir permissões para registos de localização, por exemplo, para o Google Maps. Mas claro que este tipo de registo ao minuto tem riscos, motivo pelo qual a Google necessitou de colocar uma opção na questão do historial de localizações.

De acordo com a descrição dessa função, a mesma serve para desligar o historial de localizações. E com ela desactivada, o armazenamento de dados sobre localização deixa de acontecer. E isto, por outras palavras, é textualmente dito pela Google!

Mas não é verdade!



Mesmo com o historial desligado, algumas aplicações continuam a recolher dados sem sequer perguntar. Por exemplo, o simples abrir do Google Maps cria uma recolha de dados do local de onde o utilizador está, e coisas tão simples como verificar o tempo, algo que muitos possuem em Widgets com verificações constantes, tambem fazem o mesmo. Aliás, mesmo certas pesquisas levam a recolhas dos dados posicionais do utilizador.

Ora este tipo de recolhas quando o utilizador diz que não pretende que sejam recolhidos dados sobre o seu historial de localizações é claramente errado e um claro abuso. Esta é uma afirmação de Jonathan Mayer, um dos cientistas de computação da universidade de Princeton e anterior chefe detecnologias do Federal Communications Commission’s enforcement bureau.

Se vais permitir aos utilizadores desligar algo chamado “histórico de localizações” então todos os lugares onde mantens localizações de históricos devem estar desligados.

Mas a Google refere que está perfeitamente clara naquilo que faz, e refere através de um porta-voz:

Há uma número variado de formas que a Google usa a localização para melhorar a experiência das pessoas, incluindo o histórico de localização, a actividade da web e de aplicações, e através de serviços de localização no aparelhos. Fornecemos claras descrições dessas ferramentas, e controlos rubustos para que as pessoas possam ligar e desligar as mesmas, ou apagar os seus históricos.

Esta é uma explicação que não convence muitos legisladores. O Senador Mark Warner do estado de Virginia referiu à Associated Press que é “frustrantemente comum” que as empresas de tecnologias “tenham práticas corporativas que divergem de forma total das expectativas totalmente razoáveis dos seus clientes”, e acha que deverão surgir políticas que deiam aos utilizadores mais controlo sobre os seus dados. O Republicano Frank Pallone de New Jersey quer mesmo nova legislação sobre a seguranças de dados privados no âmbito deste relatório da Associated Press.

A Google refere que para se acabar com esta recolha de forma global, os utilizadores podem desligar outro parâmetro. Curiosamente um que não especifica especificamente referências a informação de localização, chamadas “Actividade web e de apps”, que se encontra ligada por defeito, e que recolhe informações de várias aplicações Google e de Websites.

Se esta opção estiver ligada, o desligar o histórico de localizações apenas impede que a Google faça uma linha temporal de movimentos, mas não deixa de recolher dados.



Caso queiram ver as localizações registadas pela Google, entrem com a vossa conta em myactivity.google.com, mas avisa-se que a informação está espalhada por diversos locais, muitos deles pouco ou nada relacionados com localização.

O certo é que para demonstrar como estas recolhas são perigosas, a Associated Press criou um mapa visual ds  movimentos de um dos pesquisadores de Princeton, Gunes Acar, que levou um telefone Android com ele para efeitos de teste, com o histórico de localização desligado.

Apesar de a linha temporal não existir, a repetição dos marcadores mostra os locais mais frequentemente visitados, permitindo ter mesmo assim uma boa ideia da vida da pessoa.

Recorde-se que já o ano passado a Google foi apanhada a apanhar a localização dos utilizadores por triangulações de antenas, tendo parado com a prática quando descobertos. Mas a necessidade das localizações para questões de publicidade faz com que a Google insista em obter localizações de formas pouco claras.

Note-se que a Google, quando da desactivação do histórico de localizações, refere num popup que “Alguns dados de localização podem ser recolhidos como parte da sua actividade nos serviços da Google, como a pesquisa e os mapas”. Mas esta informação é pouco clara sobre a frequência e tipo de recolhas feitas!



Há no entanto informação adicional que é feita tambem num pop up, quando se re-activa a configuração de Actividade web e de Apps, algo que é anormal para os utilizadores pois está ligada por defeito e aí o popup refere que a aopção “grava as coisas que se faz em sites Google, aplicações e serviços… e informação associada, como localização”

Enfim, a coisa está muito confusa, e falta saber até que ponto ela está assim. Mas o certo é que deveria existir uma opção para parar com toda a recolha de dados que fosse 100% clara, e isso não há!



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