Óculos VR da Microsoft são os mais baratos e dispensam uma câmara para o tracking. Mas colocam várias questões!

A Microsoft apresentou uns óculos de realidade virtual que dispensam a ajuda de uma câmara para se localizarem no espaço. São baratos, usam tecnologia de ponta… mas as especificações não foram divulgadas!

No passado dia 26 de Agosto a Microsoft realizou um evento onde falou de realidade virtual, realidade aumentada, e mesmo de uma realidade mista entre estas duas. E como surpresa, a empresa de Redmond apresentou um capacete VR que ninguém tinha conhecimento que andava a desenvolver.

Este capacete foi realizado em parceria com uma série de empresas, como a HP, Dell, Lenovo, Asus e a Acer, que os passarão a vender. Como novidade absoluta, estes capacetes trarão seis graus de sensores de movimento que afirmam serem capazes de dispensar qualquer câmara ou outro aparelho para serem detectados no espaço. Isto quer dizer que estes óculos permitirão que a pessoa se mova no espaço de forma livre, apesar de na liberdade acabar por ser sempre limitada uma vez que os capacetes não se livram do cabo que os liga ao PC.Estes óculos serão colocados à venda a partir de 299 dólares, sendo que atualmente os óculos mais baratos no mercado são os da Sony, para a Playstation, com um preço de 399, e esses necessitam do controlo de uma câmara para detecção de movimentos.

hololens - Virtual Accessories

Apesar de não haver uma data certa para o lançamento, a Microsoft aponta a primavera de 2017 para data de lançamento. Mas curiosamente não revela as especificações dos óculos, e mais ainda, só revela suporte dos mesmos para PC, ignorando a sua Xbox One!



E é aqui que começam a aparecem as questões!

Quem se recorda das várias notícias que foram aparecendo quando do desenvolvimento dos óculos da Sony, terá presente que a ideia inicial era a criação de uns óculos cujo custo não fosse superior a 250 dólares.

E nesse sentido a Sony tinha uns protótipos iniciais com resolução de 720p, e com um refrescamento de 90 Hz.

No entanto, após conferenciar com diversas pessoas que tinham já testado óculos da concorrência, estas referiam que os óculos da Sony deixavam muito a desejar com aquelas especificações. E nesse sentido a Sony aumento a resolução para os 1080p, e o refrescamento para os 120 hz.

Não é que seja impossível melhorar o produto da Sony…  Os Razer OSVR HDK 2 possuem capacidades superiores ao VR da Sony, com um ecrã de 2160 x 1200 pixels, por um preço idêntico. No entanto, no campo do conforto e qualidade geral, deixam muito a desejar.

Mas mesmo isso é com menor qualidade de construção e um preço idêntico… e não 100 dólares inferior! E ainda por cima estando estes óculos dotados de sensores de movimento adicionais.
Daí que a questão sobre as especificações do que ali estará a 299 dólares parece mais do que merecedora de ser posta!



Naturalmente a questão não se colocaria se a Microsoft tivesse revelado as especificações gerais… Mas não o fez … Daí que a dúvida fica claramente no ar, e parece mais do que pertinente!

Mas uma outra questão paira no ar… e suporte para a Xbox One?

Ao que tudo indica a Microsoft quer guardar o VR para a sua Scorpio, de forma a poder dar um suporte com maior qualidade. A questão é que criar um produto VR, mostrando interesse no VR, e não revelar o interesse em dar suporte imediato ao mesmo quando a Microsoft possui uma base de mais de 20 milhões de utilizadores da sua atual consola Xbox, guardando o VR para a Scorpio, é algo um pouco incompreensível, especialmente quando a concorrência está a dar esse suporte à sua consola atual com características semelhantes às da One.

Esta situação faz lembrar um pouco algo do género: “Hei, temos aqui um produto que queremos que comprem, mas apesar de lhe podermos dar suporte na nossa Xbox, não o vamos fazer porque isto ainda não interessa verdadeiramente. A nossa consola é fraca demais para vos dar a qualidade pretendida”.

Como se compreenderá, mesmo não sendo essa a intenção, a imagem passada, face a uma PS4 que está a dar esse suporte, é de um aparente reconhecimento de inferioridade que não tem de existir.



Os verdadeiros motivos são que a Microsoft está a apostar tudo na sua Scorpio, anunciando cada vez mais a mesma (aliás é raro o dia onde a Microsoft não fala dela), querendo ter o VR com suporte exclusivo para a mesma!

A questão é que uma prometida potência maior constantemente relembrada condiciona não só as vendas da concorrência, mas igualmente as vendas atuais das suas consolas (e não interessa se vende bem ou mal, se vende agora mais ou menos do que antes, interessa é que o condicionalismo é uma realidade e as vendas seriam superiores se não estivesse condicionada).

E com a falta de suporte VR durante todo o 2017, começando o mesmo apenas a ser dar os primeiros passos na consola em 2018, tal poderá levar muitos a não conseguirem conter-se, optando por uma PS4 na altura já com bastantes títulos e experiência na área, para o experimentar.

Basicamente com a Scorpio está a fazer algo que na gíria se chama “colocar os ovos todos na mesma cesta”, pensando que com isso cria atrativos muito mais fortes para a consola. A questão é que se a Sony resolve pagar o que está a acontecer com a mesma moeda, anunciando pouco antes do lançamento da Scorpio, uma PS5 bastante superior, para dali a um ano… a estratégia da Microsoft pode revelar-se mais danosa do que benéfica.

E por isso tudo isto deixa-nos a pensar… Com uma série de questões que ficam à espera de resposta!



 



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