Os maiores fails da história das consolas de mesa

O passado, o presente e o futuro estão interligados. O que se fez novo passado afecta as nossas acções no presente e acima de tudo irão afectar as acção no futuro. As asneiras do passado tem sempre repercussões, e a imagem uma vez manchada demora a ser limpa e requer acções de compensações que cativem novamente o utilizador. O que vamos ver são aquelas que foram as maiores asneiras que já vimos na história dos videojogos, para cada um dos três fabricantes de consolas de mesa.

Por ordem alfabética, eis algumas das situações mais embaraçosas dos três fabricantes de consolas de mesa!

Microsoft

2005 – O Red Ring of Death

Poucos meses após a Xbox 360 ser lançada e Microsoft anunciou que a consola tinha um racio de fálhas nos valores normais, entre os 3 a 5%. 

No entanto, em Julho de 2007, o Vice Presidente da Microsoft’s Interactive Entertainment Business, Peter Moore, publicou uma carta aberta onde reconhecia que a consola tinha problemas, , e anunciando uma garantia de 3 anos caso a consola sofresse do erro “general hardware failure” indicado por três leds vermelhos a piscar em torno do botão da consola.



Na altura, uma fonte, que foi identificada como o líder de equipa e arquitecto principal na criação da Xbox 360 e fundador da equipa Xbox, deu uma ideia do que seria o elevado rácio de falhas. Ele referia ainda tal se devia a problemas de design, fornecimentos, fiabilidade do material e um sistema que não tinha sido concebido para ser tolerante a falhas. Uma segunda fonte referiu que em cada 100 unidades testadas, 68% tinham problemas, existindo apenas 32% de fiabilidade na construção.

A 8 de Fevereiro de 2008, a Microsoft veio anunciar durante a Game Developrs Conference que o Racio de Falhas tinha oficialmente descido, mas sem mencionar números. Nesse mesmo mês o fornecedor de garantias electrónicas, SquareTrade publicou um estudo sobre 1040 consolas Xbox 360, constatando que apenas uma em cada 6 estavam a apresentar problemas.  Das 172 consolas que tiveram problemas, 60% eram o temível erro de “general hardware failure” e como tal cobertas pela garantia estendida. Das restantes 40%, 18% tinham erros de leitura de discos, 13% problemas na gráfica e 13% no disco rígido, 10% na fonte, e 7% problemas com a porta do CD. A SquareTrade alertou no entanto que a sua amostra apontava para uma realidade com muitos mais problemas devido a que a idade das suas amostras não era aquelas onde os problemas se revelavam mais propícios, e o facto que nos problemas de RROD a Microsoft estava a tratar das reparações directamente.

Esta situação levou em 2008 a um processo em tribunal contra a Microsoft.

Em 2009 a SquareTrade anuncia que tem indicações que o problema do RROD iria desaparecer em 2009 devido aos chipsets Jasper, e que estes iriam ficar dentro dos 4% esperados. Na realidade, os problemas de RROD desceram para 1%, mas o racio de problemas global manteve-se nos 12%.

Em Junho de 2010, com a nova Xbox 360 Slim a Microsoft apresenta um novo design do hardware que resolve definitivamente a maior parte dos problemas que assolaram a consola.

Foram no entanto maus momentos para a Microsoft, e situações que, numa altura em que a empresa tinha a vantagem sobre a Sony, a impediram de cimentar uma melhor imagem no mercado.



2013 – Apresentação da Xbox One

Apesar de uma geração anterior com um mercado dividido, as vendas da Playstation 4 destacaram-se das vendas da Xbox logo no início da geração. E um dos principais motivos para isso deveu-se à apresentação da Xbox One.

As consolas são como se sabe. maioritariamente dedicadas a videojogo. Mas apesar de tudo aquilo que a Microsoft menos fez na apresentação da consola, a 21 de Maio de 2013 foi falar de jogos. Falou-se de tudo o que a consola poderia fazer para além dos jogos, num marketing de um produto que seria o centro da sala de estar. TV, gravação de programas, acordos com estações, séries, overlays de imagem, etc… mas jogos… Isso ficou para os últimos minutos!

Como se isso não bastasse, ainda foi anunciado um esquema de DRM que impedia as pessoas de vender os seus jogos usados.

A frase de Don Mattrick “Temos um produto para quem não quer estar sempre ligado à internet, chama-se Xbox 360” fica na história.



A reacção não foi bonita. A audiência alvo da Xbox ficou confusa e criticou o que foi apresentado. A mensagem era confusa, a mensagem era pouco interessante, e o produto que era demonstrado não era centrado naquilo que se queria, os jogos.

A Sony soube tirar partido desta situação, na apresentação da sua PS4, e isso funcionou.

A Microsoft acabou por recuar nestas ideias, mas o certo é que a Xbox ficou para trás da PS4 logo no arranque, devido a estas decisões.

Nintendo

1991 – A Nintendo cria uma concorrente

Estávamos a 28 de Maio de 1991, na Consumer Electronics Show em Chicago, e a Sony apresentava o seu trabalho conjunto com a Nintendo na criação de uma versão da Super NES com uma drive de CD. As duas empresas desde 1989 que estavam a trabalhar em segredo neste projecto chamado Nintendo PlayStation, e a apresentação da Sony deveria ter sido o ponto principal desta exposição.



Mas na realidade, nos bastidores nem tudo estava bem. A Nintendo estava receosa que a Sony pudesse usar o projecto para se lançar ela mesma no mercado dos jogos. E assim sendo decidiu acabar com o mal pela raiz, e apenas alguns dias após o anuncio da parceria, a Nintendo retirava-se da mesma, para ir trabalhar com a Philips.

Sony

2005 – Apresentação PS3

Vinda de uma super bem sucedida PS2, a Sony dormiu à sombra da bananeira com a PS3. A PS2 foi, e ainda é, a consola de mesa mais vendida de sempre. Daí que é fácil de se perceber como a Sony estava convicta que a PS3 seria um sucesso independentemente de tudo.

O que a Sony acabou por apresentar em 2005 foi uma consola extremamente cara, e uma consola difícil de programar, que ficava devido a isso atrás da XBox 360.



Mas a coisa não se ficou por aqui. A Sony apresentou trailers de alguns jogos para a PS3, que não passavam de meros conceitos impossíveis de serem obtidos. Killzone 2 acabou por ser um pouco uma excepção ao conseguir aproximar-se e muito do apresentado, mas foi basicamente caso único.

Eis um dos casos mais chocantes:

Ken Kutagari tem uma frase histórica que refere face ao preço que o objectivo da Sony era “…fazer os consumidores pensarem ‘Irei trabalhar mais umas horas para comprar uma’. Queremos que as pessoas sintam que a querem, independentemente do resto”.

Sem dúvida, este foi uma apresentação que se revelou tão má para a Sony como foi a da Microsoft em 2013.



Felizmente a Sony limpou esta imagem com o lançamento posterior de versões mais baratas da consola, e acima de tudo, um suporte tremendo ao seu produto, com exclusivos de qualidade e em quantidade, o que lhe permitiu recuperar ao longo da geração.

2011 – O ataque à PSN

Em 2011 a Sony sofreu aquilo que foi a situação mais humilhante da história das consolas.

A PSN foi alvo do ataque de hackers que roubaram informação sensível à quase totalidade dos utilizadores da rede. Uma das maiores fugas de informação da história.

A solução da Sony passou pelo desligar da rede, o que impediu os clientes de jogar online ou de ter acesso a conteúdo streaming. A situação durou 23 dias, nos quais os utilizadores da PSN apenas puderam usar jogos e serviços que não dependessem da internet.



Para se dizer a verdade, não se pode dizer que esta má imagem de segurança da PSN alguma vez tenha sido apagada. Na altura a Sony compensou os utilizadores com 30 dias de PSN plus adicionais e a oferta de alguns jogos, tendo vindo publicamente pedir desculpas pelo sucedido.

Foi uma das situações mais embaraçosas da historia das consolas de mesa.



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