Precisas de um cabo HDMI? Eis um guia sobre o que vais encontrar e como escolher.

Os cabos HDMI são usados pelas TVs, receptores audio video, e toda uma panóplia de outros dispositivos de som e imagem. Mas a escolha de um cabo pode não ser simples, até porque as características mais recentes requerem os cabos mais recentes.

O que é o HDMI e do que ele é capaz

O HDMI é um interface 100% digital que permite ligar aparelhos que ligam com alta resolução ou formatos de video mais avançados. PCs, consolas, leitores de blu-ray, Soundbars e outros aparelhos de audio/video, leitores de media e TVs estão entre os aparelhos que o suportam

A standarização do HDMI torna-o em muitos casos a única forma de conectar aparelhos de alta resolução uma vez que o DVI e os componentes não só possuem limites na resolução, como estão a desaparecer por diversas limitações que o HDMI ultrapassou.

Daí que se queres uma imagem 4K (Ultra HD) com um som multicanal de topo, o HDMI é a conexão que encontrarás nos aparelhos que os suportam.



Naturalmente esta standarização de cabos e formatos torna-se conveniente. Seria muito mau comprar-mos uma TV com um tipo de conexão que o leitor de BD ou a box TV não possuíam, tendo de se lidar com adaptadores e problemas nas conversões de sinal.

O HDMI trabalha com o audio e video no formato digital, e elimina de vez as misturas de TV digital e som analógico, bem como conversões entre tipos de som que aconteciam com outros cabos.

Actualmente os cabos HDMI suportam resoluções até 4K, e a nível de som até 8 canais de qualidade ultra alta a 24 bits 192Hz. Permite ainda a capacidade de transportar sinais video 3D.

As características dos cabos

Um conector HDMI possui 19 pinos, que transportam video e audio, sendo que estes possuem controlo para transporte de dados nos dois sentidos e possibilidade de obter informação de identificação, tudo isto usando uma voltagem bastante baixa. Os cabos definidos como sendo versão 1.4 ou superiores, podem ainda transportar conexões internet entre aparelhos compatíveis.

A adopção do HDMI como um standard surgiu um pouco por pressão dos grandes estúdios de Hollywood que procuravam sistemas de protecção anti cópia. Nesse aspecto o HDMI suporta HDCP (High-bandwidth Digital Content Protection), um DRM presente em praticamente todos os aparelhos equipados com HDMI, apesar de não fazer oficialmente parte das especificações do HDMI. A versão mais recente do HDCP é a 2.2, e aparelhos que não usem o mesmo podem ver-se muito limitados nos conteúdos que conseguem reproduzir.



Infelizmente como quase todos os DRM, o HDCP tem desvantagens. Principalmente o que ele faz é uma autenticação da conexão entre dois componentes usando o que se chama um “digital handshake”, e o problema surge quando há eventuais problemas com este “aperto de mãos”, o que pode resultar em perda ou degradação da qualidade do som e imagem.

Dicas para a escolha de um cabo HDMI

Se tens um aparelho que traz um cabo HDMI, usa-o! Ele possui as especificações para tirar o máximo partido do aparelho em causa. Se não tens cabo, e precisas de um, é aqui que estas dicas te podem ajudar.

Acima de tudo há que se perceber que a qualidade da imagem não varia (pelo menos não de forma dramática) com os diferentes cabos. Aqui ao contrário dos cabos analógicos onde, conforme a sua qualidade, poderias ver vários níveis de qualidade de imagem, aqui ao teres sinal digital o mesmo será basicamente sempre limpo e claro. Os problemas quando surgem ou implicam nenhuma imagem, ou uma imagem com blocos derivada de falhas na conexão e perda de dados.

Mas como escolher então um bom cabo? Bem, essa resposta vai estar ao longo de todo este artigo, pelo que terás de o ler todo para perceberes isso. Nesta fase vamos apenas dizer que há mais a saber-se nos cabos HDMI do que as pessoas normalmente se dignam a analisar.

E sobre essa parte podemos-nos adiantar já!



Fiquem a saber que os cabos HDMI se distinguem em três categorias, os não avaliados e os avaliados como CL-2 e CL-3. Basicamente cabos não avaliados nesta categoria são cabos de baixo custo, e que apesar de poderem ser completamente funcionais, são criados com a simples ideia de serem baratos.

Já os CL-2 e CL-3 são cabos que possuem revestimentos melhorados. Tal permite-lhes não só melhor blindagem para interferências, como maior resistência ao fogo. Aliás se o cabo for para ser metido dentro de uma parede ou calha, deves mesmo usar um cabo com uma destas designações.

Quando um cabo HDMI arde por qualquer motivo, ele liberta um gás que é toxico. Um cabo não metido numa parede pode alertar imediatamente caso cheire a queimado, mas se estiver dentro da parede isso é mais problemático, podendo-se acumular ali uma boa dose de gás. Os cabos CL-2 e CL-3 libertam menos gás devido aos seus melhores revestimentos, sendo que diferença entre eles passa pela voltagem que eles podem suportar. Os Cl-2 são certificados até 150 volts, e os CL-3 até 300 Volts.

Esta melhor escolha de materiais para maiores tolerâncias do cabo é relevante. A maior parte dos cabos usa fio 28 AWG, mas um cabo 24 AWG será mais robusto e mais resistente à atenuação de sinal. Este é um dado que terá de ser consultado na ficha técnica do cabo, caso seja fornecida.

Da mesma forma, cabos com conectores dourados são preferíveis por garantirem melhores contactos.



Temos ainda no mercado aquilo que se chamam os cabos activos. Basicamente cabos que garantem a qualidade da transmissão em grandes distâncias ou a melhoria da mesma em menores distâncias, e que obrigam a que o cabo seja ligado à rede eléctrica. Alguns destes cabos usam fibra óptica ou fios de cabo de rede Cat-5.

São diferenças como estas que levam a que um cabo HDMI possa ter variações de preço brutais. No entanto desenganem-se se pensam que mais caro é melhor. Desde que o cabo cumpra com as exigências de largura de banda exigidas para a versão (veremos isso mais abaixo), ele serve.

O standard está em evolução

Ao longo dos tempos o que temos visto é que o standard HDMI já sofreu várias alterações. E elas continuarão a existir e melhorar no futuro. A grande vantagem do standard é a retro compatibilidade, o que quer dizer que um cabo mais recente e capaz de mais largura de banda, se usado num aparelho com uma porta HDMI mais antiga não trará problemas absolutamente nenhuns.

Já um cabo mais antigo, e com menos largura de banda, colocado numa porta de uma versão mais recente e com mais largura de banda, limitará as capacidades de saída da porta à capacidade do cabo, podendo limitar resoluções e fotogramas.

Seja como for, em qualquer dos casos o sistema funcionará, sendo limitado pelas capacidades do elo mais fraco.



Isto aplica-se igualmente com aparelhos. Se ligar-mos um leitor BD com HDMI 1.4 a uma TV com HDMI 2.0, usando um cabo HDMI 2.0, o que obteremos será o que o HDMI 1.4 permite. Se o cabo fosse HDMI 1.3 ambos os sistemas ficariam limitados às capacidades do cabo. Como referido, será sempre o elo mais fraco que definirá as capacidades de todo o conjunto!

As versões do HDMI

Actualmente o HDMI vai na versão 2.0b. Mas no entanto os cabos existentes são todos 2.0. Será que isto limita alguma coisa um produto HDMI 2.0b?

Na realidade não. Basicamente a nível de cabos só nos temos de preocupar com mudanças numéricas. Porque as alfanuméricas dizem respeito apenas a um conjunto de funcionalidades software adicionais acrescentadas que continuam a funcionar sobre o mesmo tipo de cabo.

Assim, um suporte HDMI 1.4, um suporte HDMI 1.4a ou um suporte HDMI 1.4b, todos funcionarão sobre um cabo HDMI 1.4 sem limitações. Mas mudem o cabo para uma versão numérica diferente e inferior, e as limitações aparecem. Se a versão do cabo for superior, não vai alterar nada!

Mas como referido essas limitações não afectam a qualidade da imagem. Um cabo HDMI 1.2 num aparelho HDMI 1.4 permite obter a mesma qualidade de imagem. A questão é que quando aumentamos a resolução da imagem aumentamos a largura de banda. E quando alcançarmos uma resolução que o HDMI 1.2 não seja capaz, mas o 1.4 era, pura e simplesmente o cabo não irá dar imagem. Mas nas resoluções, formatos de som, e outras características que usem larguras de banda suportadas por ambos, a qualidade será idêntica.



Que cabo é que eu preciso?

Os cabos actualmente à venda podem ter diversas designações conforme as gamas de HDMI abrangidas:

Cabos HDMI 1, 1.1, 1.2, 1.2a (Vulgarmente cabos HDMI 1.3 e apenas indicados como HDMI) – Também designados como cabos HDMI Standard.

Cabos HDMI 1.3, 1.3a, 1.4, 1.4a e 1.4b (Vulgarmente indicados como HDMI 1.4) – Também designados como cabos HDMI de alta velocidade (High Speed)

Cabos HDMI 2.0, 2,0a e 2.0b (Vulgarmente indicados como HDMI 2.0)- Sambem designados como cabos HDMI Premium

Cabos HDMI 2.1 – Cabos HDMI Ultra



Basicamente aqui não há erro. Caso não saibam qual a versão HDMI do aparelho que precisam de ligar, optem pela versão mais alta. Neste momento os cabos Ultra não existem no mercado, pelo que vos basta um cabo Premium ou HDMI 2.0.

Mas caso tenham a noção da versão das portas dos diversos aparelhos com HDMI que pretendem ligar, usem um cabo que cumpra com as especificações do aparelho que tem a versão menor do HDMI. Tudo o resto será desperdício!

Como nota importante, as designações de cima são as mais comuns, mas não são standard. Há cabos HDMI 2.0 também designados como de alta velocidade (High Speed), pelo que não não se guiem muito por essas designações mas sim pelo número da versão do HDMI ou pela indicação de velocidade em Gbits, de acordo com a lista que se segue.

Tabela de larguras de banda

Para uma noção das larguras de banda de cada cabo, eis as larguras de banda das diversas versões do HDMI



HDMI 1.0, 1.1 e 1.2 – 4,95 Gbits/s – Cabos standard

HDMI 1.3 e 1.4 – 10.20 Gbits/s – Cabos Alta velocidade (High Speed)

HDMI 2.0 – 18 GBits/s – Cabos Premium

HDMI – 48 Gbits – Cabos Ultra

A polémica HDMI 2.1



O HDMI 2.1 é talvez o mais polémico dos Standard. Ele traz um grande aumento de largura de banda que vai permitir expandir os 4K a 120 hz e trazer para a mesa as resoluções 8K e mesmo 10K, mas igualmente uma grande panóplia de novidades.

Quando ele foi apresentado, esta tabela com as diferenças de capacidades foi apresentada:

Mas aqui aconteceu algo que nunca tinha acontecido antes. Das 7 características adicionais do HDMI 2.1, 5 delas eram apenas software e podiam ser implementadas no HDMI 2.0. E isso foi o que os fabricantes como a Samsung fizeram com os seus Qled. Daí que face a essas TVs, actualmente esta tabela, esteja assim:



Basicamente, apenas as duas características ligadas à maior largura de banda ficaram por implementar. Tudo o resto está suportado pelo HDMI 2.0. O eARC permitirá o uso de audio de maior qualidade, e o DSC resoluções acima de 8K por compressão de dados.

A nível de resoluções e larguras de banda, a coisa está actualmente assim. Nesta tabela tenham em conta as larguras de banda das diversas versões do HDMI para perceberem a possibilidade de suporte, bem como a designação do tipo de cabo necessário.

Aqui temos a informação de cabos e largura de banda para todas as resoluções, refrescamento e bits de cor, em suporte agora e no futuro. A vermelho está aquilo que apenas pode ser obtido por compressão do sinal, usando a capacidade DSC do HDMI 2.1.

Agora tens todos os dados para que, com pouca ou muita informação possas escolher um cabo HDMI sem te dares mal.



 



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