As análises de mercado mostram que em 2016 os smartwatches falharam em atrair o público alvo, havendo quedas grandes de venda e a desistência da aposta de várias marcas neste mercado.

Não haja dúvidas que quando os primeiros smartwatches apareceram no mercado havia uma grande excitação pelos mesmos. Mas infelizmente as expectativas do público foram goradas por produtos mal pensados que destruíram desde logo as expectativas iniciais.

Da primeira fornada de smartwatches apenas um se destacava ao ser aquilo que se espera de um relógio. Mais do que uma máquina que dá sms e e-mails, um relógio é e sempre foi uma peça de vestuário, um aparelho com elegância e estilo que ornamenta os pulsos das pessoas. E com excepção da Motorola com o seu Moto 360, todos os restantes fabricantes esqueceram-se desse pormenor, criando aparelhos que para além de terem todos os inconvenientes de duração de bateria que ainda hoje assolam estes aparelhos, eram pura e simplemente… feios!

Nos seus primórdios, mesmo o moto 360 com o deu design elegante e redondo, era um produto meramente visto como um gadget. A sua bateria dificilmente aguentava sequer 8 horas, e foi preciso quase um ano para que a Google ajustasse as necessidades do seu Android Wear para que este relógio inteligente aumentasse a duração da sua bateria para algo superior às 24 horas de uso. Atualmente, com tudo activo, um modo 360 de 1ª geração tem uma duração de bateria entre as 22 e as 36 horas, dependendo do uso dado ao mesmo!

As segundas gerações de relógios apareceram. Aqui a estética melhorou em muitos casos, mas não em todos. Infelizmente, em vez de os fabricantes se preocuparem em aumentar a duração da bateria, a preocupação foi em acrescentar mais e mais funções. Um erro que a Google insiste em calcar com o futuro lançamento do Android wear 2 que irá cortar o suporte aos relógios de primeira geração pois este requer mais caracteristicas hardware. E isso implica que, mais uma vez, a bateria vai sofrer!



Tudo isto não seria problemático se um smartwatch fosse um produto barato. Mas um relógio destes custa entre os 150 aos 500 euros. Existem aliás alguns smartwatches de marcas de luxo, como a Tag Heuer, que custam 1500 euros. Mas no entanto, todos sofrem do mesmo problema de duração da bateria e, pior do que isso, correm o risco de se tornarem obsoletos daqui a um ano com um novo Android wear 3.

É este tipo de erro que está a matar o interesse no produto! Relógios como o Moto 360 original apenas agora estão plenamente funcionais e interessantes. Mas é exactamente na altura que isso acontece que a Google lhes pretende dar a machadada. E esse exemplo fica na cabeça das pessoas que imaginam que o seu relógio de várias centenas de euros, estará ultrapassado daqui a um ano. Não porque tenham deixado de fazer, e bem, aquilo que faziam. Mas porque a Google entende que deveriam fazer mais! Mesmo que a bateria sofra com isso!

Ter um relógio que requer ir para o carregador todos os dias não e que seja um problema de maior. Mas é um inconveniente grande, e algo que deveria ser a primeira prioridade na mente dos fabricantes. Mais do que mais e mais funções, mais do que tornar o relógio independente do smartphone, a duração da bateria deveria ser a preocupação.

Tudo isto tem levado as marcas a ponderar a desistência do mercado. A própria Motorola não pretende lançar um novo 360 pois se o primeiro modelo vendeu pelo impacto inicial, o segundo não teve o mesmo sucesso dados os problemas que foram conhecidos com o primeiro.

A Microsoft é outro dos fabricantes que abandonou o mercado tendo descontinuado a sua fitness band. No entanto a empresa aqui portou-se pior ao nunca ter explicado o motivo porque abandonava o mercado.

A quebra na competição significa menos inovação, apesar de que notícias como o inovador Matrix Powerwatch prometem alguma revolução no mercado.



Por todos estes motivos, 2016 oi um mau ano para os smartwatches. Quem sabe ele pode vir a ser revigorado, mas no entanto não vemos a Google a encarar os smartwatches como peças de moda, peças de vestuário e elementos de design. O que vemos é a preocupação de encarar os smartwatches como encara o mercado de telefones, esperando que as pessoas troquem de produto a cada 2 anos para se manterem atuais. E isso pode mesmo matar definitivamente o mercado!