Xbox One… O regresso da Phoenix – Nova visão, mais potente, e finalmente… consola a 100%.

A Xbox One morreu! E dela renasceu uma nova consola… Muito mais apetecível, potente e interessante que a primeira.

phoenix

Em Novembro de 2013 a Microsoft lançava uma nova consola. E o mercado não gostou!

O conceito era terrível. Face ao esperado pelo público, o que a Microsoft oferecia era uma consola dividida, com o foco principal na interactividade com a TV e não nos jogos, com DRM que impedia o uso de usados, com obrigatoriedade de ligação à internet, e com um Kinect que se via como algo opcional mas que era vendido como obrigatório subindo e bastante o preço do produto.

Resumidamente, a Xbox One não era verdadeiramente uma consola. Era um sistema multimédia com grande foco na TV, no Kinect, e que possuía igualmente funções de consola.



Apesar das queixas a Microsoft mantinha-se irredutível insistindo nas suas políticas. Alegava que para quem não queria a obrigatoriedade da internet havia um produto alternativo chamado Xbox 360. E quanto ao Kinect, esse era impossível de se remover: A Xbox One era o Kinect e o Kinect era a Xbox One.

A consequência destas políticas era uma consola limitada, capada, e sem se definir. Um produto ao qual o mercado reagiu mal, e votou com a carteira, penalizando-o severamente.

E perante a realidade das coisas, a Microsoft teve de reagir. Steve Ballmer, CEO na altura e um dos grandes responsáveis pelo conceito dado à Xbox One foi afastado (a história oficial é que se reformou) e Don Mattrick, responsável pela Xbox foi obrigado a retratar-se e a remover as políticas que defendia, nomeadamente as restrições ao uso de jogos usados e à ligação permanente (pelo menos uma vez a cada 24 horas).

Naturalmente, dada a má aceitação da consola junto do público, a anulação destas medidas tão defendidas por Mattrick acabaram por tornar a sua posição no cargo que ocupava, insustentável. Actualmente Mattrick não trabalha para a Microsoft, tendo aceite o cargo de CEO da Zynga.

Em Março de 2014 Satya Nadella recém eleito CEO da Microsoft em substituição de Balmer, nomeia Phil Spencer para tomar conta da divisão Xbox. E Phil mata de vez a Xbox One tal como a conhecíamos!

Phil Spencer é um homem de jogos! Não é um visionário, é um homem prático, e com uma visão da consola semelhante à que o público possui. E com ele a Xbox One perdeu toda a sua ambiguidade, tornando-se num produto centrado naquilo que o mercado que a adquire quer: Uma verdadeira consola de jogos!



E com Phil a Xbox One renasce! O não desejado Kinect foi removido permitindo à Xbox One ser competitiva a nível de preço. Um Kinect que apesar de anteriormente referido como obrigatório era usado apenas como algo opcional, nunca tendo sido marcante na consola. É aliás um produto que sempre foi polémico no tocante ao mercado dos gamers Hardcore que nunca o apreciaram.

A situação foi tremendamente chata para aqueles que o tinham adquirido forçosamente que se viram em casa com um produto adquirido como fundamental e que agora estava relegado a… algo dispensável. Mas os ganhos desta atitude foram claramente compensadores! Tendo sido um desses prejudicados, reconheço que, na minha perspectiva, ganhei mais com o que a consola passou a oferecer sem o Kinect, do que aquilo que poderia oferecer com ele.

É que junto com a remoção do Kinect vieram as alterações ao firmware que removeram uma série de restrições devidas a reservas existentes na consola. E sem elas a consola pode finalmente usar a sua potência na totalidade, algo que antes nem sequer era possível.

E desde essa altura a Xbox One centrou-se apenas numa ideologia! Os jogos! Os estúdios que iriam produzir conteúdo TV para a Xbox One foram fechados, e apenas a série Halo escapou pela sua associação a um conteúdo tão querido dos jogadores.

Com Phil Spencer, a Xbox tornou-se numa rival à altura da Playstation 4! Os jogos de qualidade apareceram, as equipas dedicaram-se exclusivamente à optimização das ferramentas e software da consola, procurando espremer a mesma até à última gota. E tal tem vindo a ser conseguido com bastante sucesso. Partindo com ferramentas atrasadas a Microsoft recuperou einclusive está actualmente à frente no que toca ao uso do CPU onde já liderava com 9.4% de maior velocidade de relógio e menos latência de memórias, tendo entretanto libertado parte de um sétimo núcleo (não na sua totalidade mas entre 50 a 80%), algo que a consola da Sony ainda não faz. E mais CPU em caso de “bottlenecks” pode igualmente significar mais GPU.
Da mesma forma, o uso da ESRAM foi reduzido em alguns casos em 45%, uma optimização que promete reduzir em muito os problemas com os 1080p.



Mas as alterações que Phil Spencer tem vindo a promover não se ficam por aqui. Maior interacção com as equipas Third Party, compras de exclusivos, etc. Tudo investimentos na área de foco da consola.

Mas para que isto funcionasse, dada a novo ideologia, com Phil Spencer a equipa viu várias pessoas defensoras das ideias iniciais afastarem-se:

  • Marc Whitten – Foi Vice Presidente da divisão Xbox e era o maior defensor da Xbox como uma plataforma de TV. Naturalmente este tipo de visão não tem lugar na nova Xbox e actualmente, por opção, não trabalha para a Microsoft.
  • Ben Smith – Partilhava a ideologia do senhor de cima, e era o Manager de programação TV da Xbox. Igualmente, por opção, já não trabalha na Microsoft.
  • Multerer  – Era o responsável pela plataforma que permitia à Xbox One ser uma consola, mas igualmente correr aplicações windows. Saiu igualmente da Microsoft.
  • Kareem Choudhry – Estava à frente do desenvolvimento Kinect. Continua na empresa mas foi promovido e é agora director de desenvolvimento da Xbox. Para Phil Spencer, o Kinect é apenas um periférico, mas a competência conta. Terá visto nesta pessoa a competência mas num lugar errado, e recolocou-o.

Um outro membro que saiu, foi Boyd Multerer. Este senhor foi o fundador do Xbox Live e esteve por detrás da Xbox 360. É o responsável pelo desenvolvimento dos três sistemas operativos em um que estão na Xbox One.

Os motivos do afastamento de Boyd são pouco claros, mas ao contrário de todos os restantes membros que foram para outras empresas, este senhor está agora, juntamente com a sua esposa, a gerir o website interactivo e erótico, Silkwords, sem previsões de outras coisas a curto prazo. Aqui acredita-se em questões pessoais pois este senhor seria uma aparente mais valia para a equipa.

Independentemente dos motivos pelos quais este ultimo senhor saiu, a realidade é que da equipa responsável pela Xbox One que foi lançada em Novembro restam já poucos elementos. E isso é caso para se dizer que actualmente o que temos é efectivamente uma nova Xbox One. Uma Phoenix renascida das cinzas e que neste momento deverá orgulhar os seus donos de a possuirem.



E agora uma coisa se pode dizer sem receios: A”nova” Xbox One é agora uma consola digna desse nome, e extremamente competente no que faz.



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