A conferência E3 da Microsoft – Análise

Dada a ausência da Sony, a Microsoft tinha a oportunidade de brilhar. E brilhou… mas não ao nível que se calhar se esperava.

O hype em torno da conferência da Microsoft estava maior que nunca, e grande parte do motivo estava na ausência da Sony que desviava todos os holofotes para um só lado,

Mas mais do que isso, após uma geração com o pé fora do acelerador,a Microsoft prometia agora mostrar jogos das suas 14 equipas, bem como falar da sua futura geração de hardware, numa apresentação que era prometida como durando duas horas e com uns extrordinários 60 jogos!

Mas o que se viu… foi um misto de coisas boas e coisa más.

Vamos começar pelo menos positivo:



Para começar a conferência ficou algo aquém do que se esperava. As duas horas foram-se em 95 minutos, e os 60 jogos… eram maioritariamente Indies. Já sobre o resto… falaremos de seguida.

Diga-mos que a Microsoft começou muito bem, com algumas surpresas, e prometeu muito nos primeiros minutos da apresentação, mas acabou por cair num ritmo bastante complacente, algo inesperado especialmente perante a ausência da Sony.

Os títulos pesados da Microsoft, como Gears 5 e Halo Infinite, nem sequer tiveram direito a cenas de jogabilidade, e o mostrado não foram mais do que trailers em CGI. Meras animações que, de forma alguma demonstram a qualidade do jogo e… pior do que isso, nem sequer mostraram nada de especialmente inovador a nível gráfico face a títulos anteriores.

Sobre Halo falaremos daqui a uns parágrafos, mas Gears… o que foi aquilo? Uma cara de onde apareciam outras faces… Isso é lá um trailer para um jogo de acção?

Não fora o restante CGI sobre o novo modo de jogo que foi dado a conhecer, o modo “escape” e esta teria sido das apresentações feitas a um jogo mais lamentáveis que alguma vez vi:



Podemos no entanto mostrar desde já, aquilo que todos queriam ver e ninguém viu na apresentação pois, apesar de não ter sido por falta de tempo, a Microsoft não mostrou, e que é, este jogo a ser jogado:

Pode-se dizer que toca a jogos de maior qualidade, o que a E3 da Microsoft nos mostrou foi CGI e mais CGI, com muito pouco de jogabilidade. Algo que, seja em que conferência for, é sempre um pouco decepcionante.

A própria revelação da Scarlett foi algo decepcionante. No fundo a Microsoft colou-se ao que a Sony tinha já revelado e nem sequer foi tão precisa. Soubemos que a Scarlett usará um CPU Zen 2, tal como a Sony, mas nada foi dito quanto aos núcleos, sabemos que usará uma Navi como GPU, tal como a Sony, sabemos que usará um SSD, tal como a Sony, que se refere ser basicamente uma nova geração, com um aumento de 40 vezes a performance da actual geração, mas esses são dados insuficientes, pois dado que os actuals discos transferem algo como 88 MB/s, essa informação apenas nos aponta para 3.5 GB/s, e isso é algo que um SSD NVMe é capaz de fazer. Uma mostra de tempos de loading, para demonstração efectiva de performances, teria sido muito bom. Da mesma forma, a Microsoft não falou do audio, mas foi mais precisa do que a Sony no que toca ao Ray Tracing, ao referir que ele será acelerado por hardware. A que nível… não foram precisos!



Foi no capítulo da memória que a Microsoft foi mais precisa, ao referir a GDDR6, e as imagens da motherboard apresentada revelam 12 chips colocados em formato clamshell, de GDDR6 da Samsung. Infelizmente, apesar de inicialmente tudo parecer apontar para 24 GB de RAM, uma análise mais cuidada mostra 2 tipos de chips diferentes, e isso quer dizer que se a memória exacta vai permanecer desconhecida.

Não se pode deixar de referir que foi extremamente curioso reparar-se na forma como a Microsoft apresentou a sua consola.

Sem poder afirmar que ela será a mais potente da próxima geração, uma vez que os specs exactos da PS5 são desconhecidos, a Microsoft associou a consola à mesma equipa que criou a Xbox One X, a consola actualmente mais poderosa do mundo, criando assim a colagem de uma ideia de que a Scarlett poderá seguir o mesmo caminho, mas sem o dizer abertamente.

E Phil Spencer chegou mesmo a dizer aquilo que os fans queriam ouvir. Que a Scarlett foi criada a pensar em jogos, e apenas em jogos, afastando desde logo qualquer ideia de conceitos mal geridos como aconteceu com a Xbox One.



Infelizmente, a pintura que estava tão bonita acabou por ser borrada. Depois de uma referência dessas, o video apresentação da Scarlett começa referindo que “O futuro de jogos não está só no PC e nem nas consolas, nem nos móveis, é em tudo”, e “a Xbox é tudo sobre ser uma opção” pois” o futuro é os jogos que se quer, com quem se quer, no aparelho que se quer”.

Basicamente, estas frases ditas logo depois de Phil Spencer ter dito que a consola foi criada a pensar em jogos e só jogos, dando a ideia de esta ser o seu foco, e referidas incluidas na apresentação da consola, retiram toda a ideologia de foco e optimização anteriormente passada por Phil, pois se a consola foi exclusivamente pensada para os jogos, a imagem que passa é que os jogos Xbox não são pensados exclusivamente para a consola.

Quando ouvi isto quase nem queria acreditar no que estava a ser dito. Todos sabemos da aposta no streaming da Microsoft, o que vai obrigar os jogos a serem pensados para poderem ser jogados com controladores diferentes, com rato e teclado e mesmo com um ecrã tactil, o que os pode modificar tremendamente! Mas para quê referir isso naquela altura?

Igualmente curioso foi verificar a referência à Scarlett que se refere como comendo “monstros ao pequeno almoço”! Recorde-se que na apresentação da Xbox One X os funcionários referiam que ela era um mostro, e aqui é referido que, numa perspectiva puramente computacional, a Scarlett é até 4x mais potente que a X. Um pormenor curioso e engraçado que tem de ser referido.

E não, isto não quer dizer 24 Tflops  no GPU, pelo menos não a 32 bits!



Voltando aos jogos, Fable 4, um dos jogos que se esperava ver-se, não foi referido, e a Xcloud só teve direito a basicamente uma referência.

Quanto a Halo infinite, a sua apresentação foi decepcionante. Sem imagens do jogo jogado, e apresentado após a introdução da Scarlett, sendo referido como um dos jogos de lançamento disponíveis para a mesma, este jogo mostrou um grafismo banal, e nem sequer do melhor já feito na actual geração.

Naturalmente estaremos aqui perante um jogo cross-gen, mas após o cuidado que houve na escolha de palavras para a Scarlett poder ser conotada como a futura consola mais poderosa, e que “come a Xbox One X de cebolada” ao ser, do ponto de vista meramente computacional, 4x mais capaz, este video ao mostrar um grafismo banal mostra que o timming para a sua inserção foi mal escolhido pois afecta toda essa ideologia de performance que estava a ser passada.

E passemos aos pontos positivos:



Basicamente a Microsoft aproveitou bem a conferência foi para promover o Gamepass. Quer na versão PC, quer na versão Xbox, o Gamepass foi bem referido como contendo os exclusivos Xbox no lançamento, abrangendo a maioria do que foi ali mostrado.

Apesar de, nesta fase, o gamepass ser de um valor enorme para o jogador, não podemos deixar de referir a notória a ausência de suporte de peso vindo das thirds e, não sendo novidade nenhuma para os nossos leitores, continuar a questionar até quando a Microsoft continuará a dar este nível de suporte ao serviço, especialmente perante tanta aquisição de equipas e tanto jogo que requer receitas de peso para se tornarem lucrativos, receitas essas que dificilmente se conseguem neste serviço.

Mas isso são outros 500, e a realidade é que, como a Microsoft fez questão de mostrar, actualmente, o suporte Gamepass está como prioritário. No total, foram 34 jogos apresentados para o serviço, bem como o serviço para o PC! Diga-se aliás que de tivéssemos de definir esta apresentação, a sua associação à publicidade ao Gamepass não passava despercebida.

O outro ponto altamente positivo desta conferência foi a apresentação do novo comando elite, sendo contudo de destacar a ausência de uma referência à compatibilidade e adequação às realidades da Scarlett, e o seu futuro suporte na mesma. Uma lacuna tremenda,



O controlador, apesar de caro, continua a ser excelente e a melhorar.

Temos ainda de referir a aquisição da Double Fine, uma outra equipa que integrará os estúdios da Microsoft, que é responsável pela produção do popular Psychonauts.

Os contactos da Microsoft com os estúdios japoneses deram também os seus frutos, e o jogo Phantasy Star Online 2, um jogo online gratuito, virá para o Ocidente, estreando-se na Xbox.



Este jogo, está disponível à alguns anos na PS4, mas apenas na versão Japonesa.

O resto.

Excluindo uma boa quantidade de jogos Indie, destacamos o que de resto e de relevância foi mostrado na conferência.

Elder Ring – Multi



Flight Simulator – Exclusivo

Cyber punk 2077 – Multi



The outter worlds – Multi

Bleeding Edge – Exclusivo

Minecraft Dungeons – Multi



Battletoads – Exclusivo



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