Mario Kart Tour mostra a degradação a que chegaram os videojogos de smartphones. E num jogo Nintendo.

O jogo é tudo o que de mau há no mundo Android, com um mar de transações para rentabilizar um jogo cedido gratuitamente.

Mario Kart Tour está disponível gratuitamente para Android e iOS. E se isto pode fazer com que os fans possam pegar nas suas personagens Nintendo favoritas, as microtransações que existem no jogo certamente irão matar a vontade de se jogar que se possa ter.

A Nintendo tem vindo a apostar forte nos jogos para dispositivos móveis. O seu primeiro sucesso foi o Super Mario Run lançado em 2016. Nesse jogo, que não possuía micro transações, o jogo estava disponibilizado gratuitamente como teste, sendo que o desbloqueio da versão completa custava 10$.

Mas a nintendo abandonou esse tipo de monetização pouco depois, optando por um esquema de microtransações mais comum em Fire Emblem HeroesAnimal Crossing: Pocket Camp, e em Dr. Mario World onde os jogadores pagavam para fazer o reset a vários temporizadores que impediam o progresso no jogo ou mesmo para desbloquear personagens.

Ora, infelizmente, porque muitos que aderem não tem noção dos hábitos que criam no mercado, pois se é uma realidade que os jogos tiveram um elevado número de jogadores e criaram boas receitas, a verade é que levou muitos a queixarem-se da agressiva monetização da Nintendo.



E agora o Mario Kart Tour continua nesse sistema. O jogo possui um pass mensal que garante que os itens que aparecem são melhores. E este é logo um ponto polémico pois os jogadores pagam mas não podem escolher o que querem uma vez que a saida continua aleatória, e o que altera é a apenas a probabilidade de saírem itens melhores. O pass, que outros jogos como Clash Rpyale usam, custa 4.99 euros e permite ainda a saida de recompensas apenas disponíveis a subscritores, mas mesmo assim, dado que continua tudo dependente da sorte, a Nintendo não oferece garantias.

O pior do gamepass é que apenas ele permite jogar as corridas de 200 cc, as corridas mais rápidas, e provavelmente as mais divertidas do jogo.

E esta situação levou já a queixas:

Chris Schilling

@schillingc

I’m genuinely annoyed about Mario Kart Tour. I’m annoyed with its cynical gacha systems and the subscription nonsense, but I’m also annoyed that these are the worst touch controls I can remember in a mobile racing game. This is *Nintendo*, ffs.

Apesar de tudo o que sejam pagamentos ingame que melhorem a jogabilidade, a acelerem ou a alterem sob que forma for (pay to win), e custos mensais fixos é algo que se abominar, estes valores de 4.99 euros cai um pouco no ridículo face aos serviços de subscrição da Apple e Google, que por um preço semelhante mensal oferecem centenas de jogos.
E se é verdade que para os criadores de jogos, este tipo de situação se torna bem mais rentável, havendo mesmo que ache que os serviços da Apple e Google são um assassinar da qualidade dos jogos, a realidade é que na perspectiva do consumidor, usar os seus 5 euros em 100 jogos ou em apenas um, é algo que não levanta muitas dúvidas.
Mas este é o futuro que nos espera… um futuro onde jogar deixará de ser um gosto, para passar a ser um luxo. E o pior é que quem está a permitir isto… são os jogadores, ao aceitarem e aderirem a estes sistemas que mostram que são capazes de gerar grandes receitas com baixa despesa, e ainda, por este ou aquele motivo, a acharem que eles são muito bons.


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