2019 – Como correu às três marcas de consolas?

O aproximar do final da geração tem implicações. Elas reflectem-se mais na Sony e Microsoft do que na Nintendo, cuja geração só começou em 2017, e cuja consola está em crescendo. Mas tendo tudo isso em conta, como correu o ano para as três marcas?

2019 foi um bom ano para os jogos em geral, e isto apesar de estarmos com uma nova geração de consolas prestes a entrar já no ano que vem.

Mas a realidade é que mesmo sendo um ano interessante, foi um ano algo diferente do normal, consequência desse mesmo aproximar de fim de geração. E isso trouxe realidades diferentes aos três fabricantes de consolas.

Nintendo

A Nintendo basicamente não só não sofreu muito com isso, uma vez que o seu produto é de 2017, como até poderá ter beneficiado do facto de as pessoas, nesta fase, não estarem tão interessadas em investirem numa consola cuja vida útil se aproxima do fim.

A realidade é que a Switch é actualmente a consola que mais vende, e a um ritmo em tudo semelhante ao que a PS4 apresentava quando estava no mercado com a mesma idade. A cadência e qualidade de jogos que a marca liberta é igualmente decisiva nesse campo, tornando a consola numa boa aposta para quem quer um sistema portátil e com jogos divertidos.



Assim o ano viu jogos como New Super Mario Bros. U Deluxe, Yoshi’s Crafted World, Marvel Ultimate Alliance 3, Super Mario Maker 2, Astral Chain, The Legend of Zelda: Link’s Awakening, Ring Fit Adventure, Luigi’s Mansion 3, e Pokemon Sword and Shield aparecerem (entre outros), mostrando que não só a Nintendo está ao rubro com o suporte, como que as vendas da consola são justificadas.

Nesse campo o suporte das Thirds, que condenou a Wii U, está igualmente ao rubro. As vendas da consola são um atractivo para o suporte, e temos inclusive visto jogos que se calhar nunca ninguém esperou ver na Switch como Wolfenstein: Youngblood e The Witcher 3: Wild Hunt a serem lançados. Jogos com qualidade comprovada e que ganham um novo atractivo pelo facto de agora poderem ser jogados numa portátil.

Mesmo o atraso de jogos como Metroid Prime 4Animal Crossing: New Horizons não afectaram a Switch… e isso deu-lhe um 2019 memorável.

Sony

Apesar de lançamentos que se revelaram um sucesso junto dos fans da marca e chegando mesmo a ser campeões de vendas, há que reconhecer que os títulos  da Sony de 2019, Days Gone e Death Stranding não foram consensuais junto dos media.

death stranding image

Em termos comparativos com anos anteriores, este foi um ano pobre para a Sony, especialmente se considerarmos que a empresa não esteve presente nas principais conferências de videojogos, e assim não apresentou qualquer novo título de relevo. Há certamente uma aposta na nova geração que leva a essas opções.



A empresa foi igualmente abalada por re-estruturações internas para se preparar para o futuro e a nova visão. Estas situações tiveram como consequência quebras de vendas provavelmente maiores do que as que deveriam existir, e a perda do domínio de vendas para a Switch.

2019 foi talvez dos piores anos de sempre no que toca à oferta do PSN+, tornando o serviço menos desejável do que alguma vez foi.

A PS5 foi dada a conhecer numa entrevista, mas sem uma apresentação formal.

Microsoft

De todas as marcas, a Xbox foi a que mais se ressentiu a nível de vendas. A sua Xbox foi a que mais quebras de vendas de consolas apresentou. O ano foi algo misto, tendo sido apresentado um dos que foi dos seus piores jogos first party de sempre (Crackdown 3), mas ao mesmo tempo um dos que foi dos seus melhores first party desde à algum tempo (Gears 5).

Foi lançado um novo SKU, a Xbox One S All Digital, que lhes permitiu manter-se melhor em mercados tradicionalmente maus, como o espanhol, e foram anunciadas aquisições de novos estúdios e novos IPs da Rare, e da Ninja Theory.



A até então conhecida como Xbox Scarlett teve uma apresentação formal, e tornou-se na Xbox Série X, que promete ser uma grande consola.

O Gamepass tambem viu mais investimento, com o suporte total da Microsoft no mesmo ao colocar ali todos os seus jogos First Party, tendo sido expandido ao PC.

O Halo infinite foi apresentado, mas sem um novo trailer ao nível do apresentado o ano passado.

Conclusões

Num ano de crescimento para a Switch, o que vimos foi um declínio a acontecer do lado da Sony. Do lado da Microsoft, apesar de quebras nas vendas, a empresa manteve o seu nível de suporte, sendo que mostrou um claro investimento no futuro, notando-se uma clara tentativa de se recuperar de erros do passado.

Ora o que se notou aqui foi que se a Switch manteve o pedal a fundo, a Microsoft manteve a tendência de recuperação que tem mostrado estar a tentar fazer. Quem no global se notou, pelo menos nos elementos facilmente mais perceptíveis ao grande público, que tirou mais o pé do acelerador face aos anos anteriores, foi a Sony. Se isso a colocou atrás, ou ainda a manteve à frente da concorrência é tópico para outra discussão.



A grande questão é que 2019 é apenas mais um ano na vida destas consolas. E o passado conta, bem como o futuro contará. A história das consolas não se escreveu em 2019, e nem apenas nos anos que se passaram, sendo que continuará a ser escrita nos anos que se seguem. Daí que se a análise das partes é relevante, é a análise do todo que contará… Há no entanto uma realidade que se convêm ter em conta, a de que o passado é história, o futuro é uma incógnita, e que o futuro se faz mediante a percepção do presente. E nesse aspecto 2020 será super relevante para a definição do que poderá surgir para a frente.



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