Mafia III – Começa bem, mas rapidamente começa a decepcionar

Máfia III começa como um dos melhores jogos desta geração. Mas rapidamente a ideia desaparece com o jogo a mostrar que o tempo de desenvolvimento que teve foi claramente insuficiente.

Nota: esta é apenas uma análise preliminar a MAFIA III pretendendo apenas relatar a receptividade que como jogador tivemos ao oferecido pelo mesmo na hora inicial e nas horas que se seguiram. Note-se porém que nesta fase estamos ainda longe de terminar o jogo.

Tenho estado a jogar Máfia III, e este jogo revelou-se único na forma como me surpreendeu e pouco depois decepcionou. É mesmo um caso inédito até hoje!

O jogo começa de forma arrebatadora. Durante uma fase introdutória bastante longa o jogo revela-se fantástico quer na forma como conta a história, quer na forma como tudo encaixa. basicamente imaginem que estão a ver um documentário histórico baseado em entrevistas pois é exactamente o que temos. Personagens daquele universo e que estiveram ligados à vida da personagem a contar para uma espécie de programa de TV dados sobre o passado. Essas pessoas falam, enquadram a acção historicamente, e entre os relatos há flashbacks jogáveis onde vamos tomando conhecimento das personagens e do jogo.

É uma introdução fantástica, com pedaços de jogo muito bem conseguidos e que nos fazem ansiar por mais… por muito mais!



Mas infelizmente a qualidade dessa parte introdutória não se mantêm…

Se nesta fase introdutória o mundo, apesar de se manter aberto, nos impele a seguir percursos indicados, após sabermos os exactos motivos que motivam a personagem principal à vingança, o mundo abre completamente.

E aí as cenas de entrevista caem drasticamente, tornando-se muito, mas mesmo muito mais espaçadas, e nem todos os diálogos de interesse passam a ter a mesma atenção com uma cutscene detalhada. Alguns desses diálogos, mesmo sendo de relevância para o jogo, limitam-se a ter as personagens a pé no ecrã, com a câmara estática e numa posição que tomaria normalmente durante o jogo.

Basicamente o ritmo inicial perde-se e o jogo entra numa fase completamente nova!

Mas isso poderia nem ser mau. O mapa do jogo é absolutamente gigantesco e para um mundo aberto, isso teoricamente abre um leque de possibilidades enorme! Mas na prática não!

As personagens que circulam no mundo podem ser basicamente encontradas sempre no mesmo local. Elas não se movem dinamicamente, e passar num determinado local por várias vezes leva a ver as mesmas pessoas nos mesmos sítios, a fazer a mesma coisa. Não é um mundo totalmente dinâmico, apesar de em 90% do tempo nem sequer nos apercebermos de tal.



Mas pior ainda, a IA que gere essas personagens é absolutamente ridícula. Tanto acontece alguém reparar que temos uma arma na mão e fugir como, na maior parte do tempo, nem sequer ligam a isso. Pior ainda, podemos chegar mesmo a matar alguém no meio de um conjunto de NPCs sem que hajam reacções de maior, e quando as há as personagens limitam-se a fugir umas centenas de metros, retomando depois uma caminhada normal.

Mas a má IA não se fica por aí. Há basicamente dois tipos de personagens no jogo, os NPCs pacificos e os NPCs que vigiam os objectivos a atingir. E por vezes parece não haver interacção entre elas. Por exemplo, caso façamos algo que coloca aos NPCs pacíficos a fugir, os restantes não são afectados caso não tenham visto o mesmo, e nem o facto de terem os restantes a fugir os leva a alterar os seus percursos normais.

Mas é quando entramos nos locais vigiados que a coisa se torna mais ridícula. Basicamente usando uma formula de esconder atrás de algo, e assobiar, o que chama um desses NPCs permite uma morte sem que ninguém mais se aperceba. E com os devidos cuidados podemos repetir a dose até limpar-mos todo o mapa. É simplesmente um pouco ridículo, e acima de tudo… repetitivo!

Ainda por cima até ao momento o que vi foi uma repetição tremenda nas missões. Basicamente procuramos alguem que nos informa sobre onde estão os lideres locais, e depois partimos para missões para os aniquilar ou recrutar (e no fundo é a mesma coisa, sendo que apenas muda a decisão a escolher no momento em que derrotamos a personagem).. E isto repete-se e repete-se!

Até ao momento as missões são quase na sua totalidade matar, matar e matar. A variedade gigante de GTA não existe e isso está igualmente patente nas missões paralelas existentes no mundo. É que compararivamente ao oferecido por um GTA a quantidade e acima de tudo diversidade e interesse é paupérrima.



Basicamente o jogo possui o potencial todo de GTA, mas na realidade nem chega lá perto a nível de abertura e diversidade do mundo. Seria bom ver uma missão de romance, uma ida a um restaurante (e eles existem), mas até ao momento… não tive nada disso! Apenas as missões de aniquilar lideres locais e tomar controlo.

Apesar de ainda estar a desfrutar do jogo a realidade é que já olhei para o mapa e vendo a parte enorme que ainda me falta explorar, quase perdi a vontade de continuar. Ou o jogo muda um pouco daqui para a frente, ou não me estou a ver a repetir estas situações por horas e horas a fio. É pura e simplesmente repetitivo, mesmo que a abordagem seja totalmente livre da parte do jogador.

Basicamente Máfia III impressionou-me tremendamente e agora, algumas horas mais intensas colocadas no jogo, começa a decepcionar fortemente.

O jogo não está também livre de bugs. Não vi até ao momento nenhuma bug critica, mas bugs de iluminação, carros de missão que não pegam, obrigando a sair e entrar novamente para que tal possa acontecer, carros que não amassam nos sítios onde batem, são bastante comuns.

Uma curiosidade a nível de bugs é que o nosso carro aparece em determinados locais devidamente adequados após as cutscenes. Mesmo que ele tenha sido deixado do outro lado da cidade. E se isso não é chocante, até se tornando conveniente, quando isso acontece sempre que entramos na nossa casa é ridículo. Podemos deixar o carro em qualquer sitio que entrando e saindo ele está no jardim devidamente parado.



Curiosamente aconteceu um caso onde falhando uma curva o carro foi parar a um lago, tendo ido ao fundo. Pensei tê-lo perdido, mas entrando no esconderijo e saindo lá estava ele no parque!
Ora este carro não devia aparecer! Ele foi destruído! Mas lá estava ele. No entanto, tentando entrar no mesmo… não funcionava. Não havia forma de entrar!

Avancei a pé e fiz a missão seguinte, sendo que no fim lá estava ele de novo à minha espera, mas mais uma vez… não permitia entrar. Basicamente foi necessário roubar outro carro para substituir esse para que ele deixasse de aparecer e finalmente ter uma viatura funcional.

No global Mafia III até é um bom jogo, mas a estrutura do jogo, a falta de variedade nas missões e a ausência de oferta no mundo tornam-no repetitivo. Não fosse a história continuar a desenvolver de uma forma extremamente interessante e este jogo teria sérios problemas em cativar.

Tal como está é uma compra que necessita de ser ponderada! Se gostas de Assassins Creed e de matar e matar, talvez isto seja para ti. Mas se procuras a liberdade e diversidade de um mundo aberto como o de GTA, este jogo vai certamente decepcionar.

No meu caso ainda estou no meio termo, esperando porém que o desenvolvimento do jogo não se limite a acrescentar mais e mais do mesmo! Mas confesso que a forma como o mundo foi construído, a história e a forma como é contada, e toda a questão do racismo e da Mafia ali abordada são pontos muito fortes do jogo. O grafismo é excelente e as cutscenes fantásticas, o que vai ajudando o jogador a ser incentivado para continuar. Mafia III possuía inclusive potencial para destronar o offline de GTA, mas tal não foi aproveitado.





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