Matt Booty, chefe dos estúdios Xbox veio revelar que novos estúdios da Microsoft foram adquiridos para trabalhar em jogos AA. Mas será que todos?

A Microsoft adquiriu recentemente novos estúdios, complementado assim a lacuna aberta com o fecho de estúdios de nova geração. Mas quando certamente muitos esperariam que eles estivessem a trabalhar em jogos AAA, Matt Booty, o responsável máximo pelos estúdios XBox veio dar a conhecer que a ideia para a aquisição destes estúdios foi o trabalharem em jogos AA para o Gamepass. Será que é mesmo assim? Será o cenário da Xbox assim negro?

A situação pode muito bem soar a decepcionante. Tendo anunciado a consola mais poderosa de sempre, a Microsoft conseguiu retomar uma posição de liderança de performances no lançamento que lhe fugia, sendo que para conquistar o mercado apenas precisaria de confirmar que não tem apenas hardware, mas que teria igualmente o software.

Mas apesar do que é dito, será que a coisa é bem assim?

Bem, Matt Booty tinha já dado a conhecer que não se deveria esperar jogos exclusivos para as consolas de nova geração nos próximos dois anos, o que já por si se revelou decepcionante ao termos a poderosa série X presa a limites impostos por uma consola como a Xbox One, que mesmo em 2013, altura do seu lançamento, já não era exactamente uma proeza a nível do que eram as performances presentes no mercado.

E agora Matt vem dar a conhecer algo mais… que os jogos que estão a ser preparados pela maioria dos novos estúdios, são na realidade jogos AA e não jogos AAA, tendo os novos estúdios sido adquiridos com esse conceito de jogos em mente.



Confesso que fiquei entusiasmado com a X. É uma consola que segue os conceitos clássicos, levando-os a novos patamares, e com uma capacidade de cálculo deveras invejável. Mas como todo o hardware terá de ser acompanhado de software, especialmente após uma geração onde a Xbox One decepcionante ao nível do suporte. E nesse sentido as notícias que tem vindo da Microsoft não são as mais animadoras. Ainda por cima, estas declarações não caem exactamente como uma surpresa, pois como já o tínhamos referido em inúmeros artigos, não há forma de um serviço como o Gamepass se revelar lucrativo com a presença de jogos AAA regulares disponibilizados no dia de lançamento.

Daí que não deixa de ser curioso que no video que aqui colocamos (fim do artigo) possamos ouvir da boca de Matt Booty a referência à necessidade de jogos mais acessíveis para alimentar o Gamepass. A ideia clara é o alimentar do Gamepass com jogos AA, que segundo Matt são jogos ao estilo do Hellblade, que possuem grandes visuais, mas mais simples de conteúdo, com menor abrangência, de menor orçamento e com menos horas de jogo, que possam ser feitos por pequenas equipas. Basicamente a ideia é que estes possam ser lucrativos no Gamepass e alimentar o mesmo entre os lançamentos dos grandes Franchisings.

E para nós naturalmente que a questão de jogos para o Gamepass era uma inevitabilidade. Já o vinhamos a avisar à muito tempo. A Microsoft não consegue rentabilizar os jogos AAA que lança se não lançar algo pelo meio para fazer render o “peixe”.

Mas há que se ter em conta duas realidades:

1 – O rótulo AAA apenas se prende com os valores de produção  mas não com a qualidade dos jogos. Se olharmos para os jogos Nintendo nenhum deles se enquadra na definição de AAA pois nenhum deles possui um orçamento de topo, mas dada a sua elevada qualidade e jogabilidade é quase impossível  não os enquadrar aí.

Daí que jogos AA não são necessariamente uma coisa má. E podem aparecer jogos grandes e memoráveis nesse formato!



Hellblade: Senuas sacrifice foi um bom exemplo. É um jogo que não se compara a um AAA apesar de ter valores AAA. Não deixa de ter uma jogabilidade algo monótona e repetitiva, com cenários vazios, mas o certo é que também nunca custou 70 euros.

O novo Hellblade aparenta enquadrar-se na mesma situação, pelo menos de acordo com as palavras de Matt.

O melhor do último Hellblade foi que para os produtores o jogo foi um sucesso. O seu baixo custo foi logo rentabilizada pois os visuais venderam, e com essa formula a Xbox pode anunciar exclusivos, mostrar bons visuais e encher o Gamepass de jogos que se rentabilizam bem.

Fica só a dúvida se isso será suficiente para agradar em pleno aos fans que ao adquirirem uma X poderão estar à espera de muito mais.

2 – Será que a Microsoft não vai ter jogos AAA?



Claro que vai! Se Cerny meteu a pata na poça na apresentação da PS5, Matt Booty também o fez aqui nesta entrevista. E o que ele diz não é para ser interpretado como que a Microsoft não terá exclusivos AAA, ou que todos os pequenos estúdios se vão ficar pelos jogos AA.

Senão vejamos o que é falado/conhecido:

343 industries – Trabalha em Halo Infinite
inXile – Uma empresa que aparenta enquadrar-se na definição que Matt Booty descreveu, não tendo historial de AAA. Mas os últimos relatos referiam que trabalhava num AAA que era um RPG “ambicioso“.
Obsidian – Tambem referenciada como estando a trabalhar num RPG AAA
Playground Games – Trabalha no próximo Forza Horizon, e há referências a estar a trabalhar num novo AAA de mundo aberto.
The Initiative – Trabalha num jogo AAA
Turn 10 – Trabalha em Forza Motorsports, um AAA.
Age of Empires – Trabalha em AoE VI, um jogo AAA

Depois podemos dizer que há pelo menos dois estúdios (e só referimos dois pois o resto é ainda desconhecido), que mesmo que estejam a trabalhar em jogos AA, eles são muito interessantes.

Ninja Theory – Hellblade II. Pelo menos se nos guiarmos pelas palavras de Matt, este será um jogo AA.
Rare – Everwild



Terminamos então com as palavras de Matt:

 



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