Sony abdica do desenvolvimento de uma nova câmara sem espelho para garantir que a sua PS5 não é tão impactada com o CoronaVirus

O Côronavirus (COVID-19) está a ter implicações na economia a nível mundial. Escassez de materiais, e consequente aumento de preços serão um problema que as empresas de hardware (e não só) vão experimentar daqui para a frente. Para tentar reduzir o impacto do vírus, a Sony vai-se fazer valer da sua capacidade técnica e de produção para produzir ela mesmo alguns componentes da PS5 por norma vindos da China, de forma a tentar conseguir que o impacto na sua consola seja menor. Uma solução que a Microsoft não possui!

Será que poderemos voltar a ver o que vimos em 2013 com a consola mais potente a ser mais barata que a menos potente?

Na realidade não sabemos nesta fase verdadeiramente nada sobre as novas consolas. Apesar de relatos que apontam para que ambas sejam muito semelhantes, não sabemos nem qual é a mais potente, e nem sequer qual será a mais cara. Mas o certo é que a existência do Coronavirus abre aqui uma situação que não foi pensada. O aumento dos custos e escassez de fornecimentos.

Quando vemos que recentemente a SK Hynix, o segundo maior produtor mundial de memórias Dram e Flash colocou 800 trabalhadores de quarentena, afectando a produção, vemos claramente que o mercado vai sofrer, e que quando se previa que os custos dos SSDs e memórias em geral descessem, eles vão é claramente subir pela escassez de fornecimento e demanda na procura.

Isto quer dizer que os preços vão disparar, e que os produtos não deverão ser lançados dentro dos preços previstos, sob pena de absorção de grandes prejuízos.



Foi a pensar nisso mesmo que a Sony resolveu tomar uma posição.

De acordo com um relato, a empresa vai abdicar do desenvolvimento de uma nova câmara sem espelho, para dedicar as unidades de produção que iria dedicar a esse produto a produzir alguns dos componentes que viriam da China, em particular a DRAM e memória Flash NAND.

Basicamente a dificuldade está a ser o fornecimento regular e constante de DRAM e memória flash NAND, especialmente devido aos elevados pedidos que são feitos para o mercado dos smartphones. E felizmente para a Sony, isto é algo que a empresa tem capacidade para produzir internamente, apesar de ter de sacrificar outras produções.

Recordamos que bem recentemente vieram a público notícias sobre a dificuldade da Sony em conseguir manter a produção da sua consola nos preços inicialmente estipulados (e curiosamente ignorando que os motivos que levam a isso afectam da mesma forma a Microsoft). Mas se é certo que o problema é global, nem todos tem a capacidade de mitigar a situação como a Sony tem. E apesar de ter de sacrificar outras produções, esta foi a solução de mitigação encontrada pela Sony.

A consequência mais curiosa desta situação é que, sem sabermos o que vale cada uma das consolas, abre-se aqui uma porta que antes não existia. Uma que coloca em aberto a possibilidade de se repetir o cenário de 2013, pois caso a consola da Sony se revele a mais potente, a empresa teria assim condições de a colocar no mercado a preço inferior ao da Microsoft (que não é produtora de hardware). Tal implicaria novamente uma consola mais potente mais barata que a concorrente, ou o assumir de largos milhões em prejuízos adicionais por parte da Microsoft.

Mas mesmo para a Sony esta não é uma medida sem consequências. O corte no desenvolvimento e o dedicar de recursos de produção de memórias da Sony pode afectar algumas das câmaras da empresa, como a  Sony A7 IV e a Sony A7S III, conhecidas por usarem bastante DRAM nos seus componentes.



Seja como for, esta é uma decisão empresarial. A Sony abdica de alguns milhões nas suas câmaras, para garantir que o seu produto de maior sucesso, e basicamente o que permitiu tirar a Sony do buraco financeiro em que esteve, não sofre, fazendo-se valer da vantagem que tem sobre o seu concorrente directo de ter capacidade de produção de hardware.

Há no entanto que se ter em conta que mesmo isto poderá não ser suficiente para que a Sony fique livre de problemas. O impacto do Coronavirus está a quebrar tudo o que são cadeias de produção, pelo que tudo vai depender de como o mercado no seu global é afectado, e por quanto tempo, existindo mesmo a possibilidade de, caso a situação se mantenha, afectar outras áreas de produção, obrigando a que os lançamentos das consolas possam ser adiados.

A comparação do Coronavirus (Covid-19)  com um vírus da gripe é errada. Apesar dos sintomas serem semelhantes, este não é um vírus de influenza, mas sim algo novo. Os cientistas não tem sequer certezas se o mesmo desaparecerá com a vinda do calor. É um vírus novo e a sua resistência ao calor é por isso desconhecida.

Mas mesmo que o calor o ataque, o facto de ser altamente contagioso pode levar a que este passe para o hemisfério sul, continuando a afectar os mercados. E isso pode querer dizer que esta situação pode estar para durar.

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