Isto é, supostamente, dito pelo vice presidente da Sony. E não, não significa aquilo que os fans da Xbox querem que signifique.
A frase de cima é atribuída a Sadahiko Hayakawa, vice presidente sénior da Sony, e que refere que a Sony vai gradualmente mudar o seu segmento gaming de um modelo de negócio centrado no hardware para um baseado numa plataforma de comunidade e engajamento.
Escusado será dizer que, mais uma vez, os fans Xbox quando viram esta frase inundaram os fóruns com “mais uma prova que a Sony vai-ser tornar multiplataforma”. Chega a ser incrível o desespero como estes fans desejam que a Sony faça igual à Microsoft para poderem desculpar a Microsoft pelo que fez.
E depois surgem os argumentos que os “jardins murados” já não tem futuro, que o multiplataforma é uma obrigação para subsistir, que as pessoas já não abandonam as plataformas, independentemente do que for, etc, etc. Enfim, argumentos de encher chouriços para justificar um desejo.
A questão é que a frase é certamente colocada no sentido de ajudar a estas guerras. E isto porque esta questão já foi afirmada anteriormente, em declarações anteriores, como a do Chefe Financeiro Lin Tao há 3 meses, e onde, juntamente com a frase houve a explicação do pretendido e respetivo significado. Resumidamente o que vamos escrever de seguida não é uma opinião ou desejo nosso, mas sim a explicação dada oficialmente pela Sony sobre o que estas frases significam.
Para começar… Há um certo abuso na tradução. Sadahiko nunca disse que a Sony iria abandonar o modelo centrado em vendas de hardware, mas sim que iria apostar em novas formas de financiamento que não a tornassem tão dependente desse modelo.
E não, afastar-se do modelo centrado em hardware não se trata de a Sony se vir a tornar multiplataforma, lançando jogos em todas as plataformas como algumas pessoas ligadas à Microsoft tanto desejavam, mas sim uma aposta financeira, que tem como objetivo principal o criar uma plataforma onde as pessoas invistam mais em conteúdo, serviços e permaneçam engajadas em situações como os Live Services, ou GAAS, esses sim, multiplataforma.
É nestes jogos que a Sony vê uma oportunidade de crescimento e lucro, e perante isso, a ideia tradicional de expandir a base instalada de hardware o máximo possível, absorvendo enormes perdas no financiamento das consolas, deixa de ser o objetivo principal (A PS5 pro foi a primeira consola lançada neste modelo).
Por outras palavras, a Sony deixa de apostar da mesma forma no colocar dinheiro em financiamentos dedicados a vender mais consolas, tendo prejuízos, e aposta em compensar essas perdas de vendas e receita com os jogos e GAAS em outras plataformas. Nada que na realidade já não esteja em prática desde que a geração iniciou.
Esta nova política tem sido vista nos aumentos de preço das consolas, que, em outras alturas, seriam absorvidos pela marca, dado que a política era centrada no hardware e na expansão pela base instalada do hardware. E perante essa alteração a Sony deixou as consolas subirem de preço, sem suportar os custos. É aliá esse o motivo pelo qual a Sony não está completamente insatisfeita com a queda das vendas no Japão, pois agora eles não só veem as coisas globalmente como analisam as vendas do hardware de forma diferente. Isto não quer dizer que a Sony não financie a sua consola, como está a acontecer com a PS5 base, apenas que não o fará com a mesma intensidade de antes.
Neste ponto, se tudo estivesse como antes, as vendas de hardware do PS5 até poderiam ter eclipsado as vendas do PS4 em vez de estarem lado a lado. Bastava que a Sony estivesse disposta a cortar preços, absorver aumentos e custos, e basicamente usar o antigo modelo de impulsionar as vendas de hardware, suportando prejuízos, como objetivo principal.
Mas sobre seus planos multiplataforma, isto não tem absolutamente nada a ver, e tudo se mantém como estava. A Sony expandiu para o PC onde estão há 4 anos, conseguindo mesmo assim controlar sua curva de vendas de consolas com preços altos. Uma receita que lhes garantiu lucros recordes, e que até ao momento nada indica ter prejudicado os seus negócios com as consolas.
Eis então as diferenças das estratégias entre Sony e Microsoft:
Estratégia Sony (PlayStation) Microsoft (Xbox)
Consola como foco ✅ Sim ❌ Não
Exclusivos permanentes ✅ Alguns ❌ Raros
Jogos no PC ✅ Sim, com atraso ou seletivos ✅ Sim, day one
Jogos na concorrência (Xbox/Switch) ❌ Não (exceto raros casos) ✅ Cada vez mais
Serviço estilo Game Pass ⚠️ Parcial (PS Plus Extra/Premium) ✅ Totalmente integrado
Basicamente estás palavras apenas confirmam algo que já existe, sendo que o referido nestas frases é apenas uma menor aposta no financiamento das consolas. Daí que tudo o que tem sido dito neste capítulo, incluindo os exclusivos agora só durarem 6 meses não é mais que os fans Xbox, frustrados com o que aconteceu à sua consola, a espalhar rumores diversos no sentido de passar uma imagem diferente desta realidade.
Agora podem ter a certeza que se um dia houver algum indicio concreto seque algo se vai alterar iremos dizer aqui. Não concordamos com o que a Microsoft fez, e certamente não iríamos concordar com iguais medidas da Sony, ou iríamos sequer passar um paninho nessas medidas.
Agora o que se passa aqui não é isso, e não foi isso que foi explicado aos acionistas. Trata-se apenas de um adaptar à nova realidade de alterações de preços, com o fim dos financiamentos agressivos, até porque esta geração mostrou que isso não teve real impacto nas vendas. Ou seja a Sony deixa de se focar em forçar a venda de consolas com prejuízo, para apostar no engajamento da comunidade e na expansão da plataforma para outros formatos. Não com todos os jogos, não prejudicando a consola, mas sim com GAAS e alguns ports como tem vindo a acontecer. Isto porque nas palavras de Herman Hulst e mesmo do CEO da Sony, a consola para eles ainda vem primeiro, e a Sony até vai passar a ponderar melhor quais os jogos que lança no PC, de forma a proteger a consola.
E quem duvidar disto veja as receitas e lucros que a Sony apresentou este ano, basicamente no seu grosso vindas das royalties, pois ela não lançou um único jogo.
Conseguiria a Microsoft algo assim, com uma plataforma decadente, e sem lançar jogos? Claro que não, pois isto é o poder de uma plataforma de sucesso, algo que a Microsoft destruiu.
É como dito aqui, todo meio de geração algum executivo da Sony vem falar que agora o foco é “jogadores ativos” ou “engajamento”. Pois é o padrão do meio de geração do Playstation.
E essa histeria de fanboys do xbox e da imprensa é normalmente antecessor de alguma bomba do xbox.
A Sarah Bond entrou para o conselho de um fabricante de comida ultraprocessada no EUA, que lida com carne de frango.
Já arranjou um outro trabalho para assumir alguma bomba do xbox e sumir em outro ramo que ninguém liga para vídeo game igual o Matrick.
Hoje já anunciaram versão nativa de Hellblade 1 para PS5, com upgrade grátis e provavelmente com Audio melhor no PS5 que no SX, já que factualmente o audio do PS5 é melhor que do sx.
Não duvido que em breve anunciem o cancelamento do “novo” xbox ou o preço lá pelos 1200 USD. Eu acho que vai vir alguma bomba para o xbox.
Inclusive faz sentido… a MS vai cancelar o próximo xbox ou lançar um console que inviabiliza o modelo (1200 USD) ? Já estão com “a sony tb” em andamento.
Como a aposta com a AMD é na criação de chips que não serão forçosamente para uma consola Microsoft, ela pode ser cancelada sim. Tal como a Xbox portátil foi substituída pela da Asus.
Não acho que veremos single player da Sony no Xbox, simplesmente porque não veremos mais Xbox. Agora essa fala dele foi estranha, até porque foi uma citação totalmente desnecessária dentro de outro tema. Posso estar errado, mas acho que existe uma divergência entre a visão do lideres formados dentro da Playstation e da Sony. Os primeiros defendem a exclusividade do console, os da Sony parecem desejar uma expansão para outras plataformas o mais rápido possível. Não me surpreenderiam com o lançamento de uma loja no PC.
Não foi… A tradução do japonês é que trouxe o embroglio. O que ele quis dizer foi que a era dos subsídios em que a Sony apostava em vender mais e mais consolas criando preços baixos, acabou. A aposta agora não vai ser na venda de hardware mas no manter uma comunidade engajada e ativa.