Sony faz muito dinheiro com os GAAs, mas não tanto como se julga


Uma notícia refere que os GAAS representaram 40% da receita first party. Um valor que parece algo, mas… Que não é tão alto como se pensa.

Para contextualizar este valor temos de perceber que ele não é 40% da receita total. É 40% da receita first party!

Só por aqui, mesmo sem sabermos qual o valor da receita first party, percebemos logo que o valor afinal representa menos do que aparenta à primeira vista.

Mas lendo a notícia com detalhe, 40% foi apenas nesse trimestre, pois no valor global ele é alto entrenós 20 e os 30%.

Ora em 2025 a Sony não lançou nada novo. O que implica que a sua receita First Party foi menor do que o normal, sendo que a receita que daí adveio vem de venda de jogos antigos, já com descontos, e/ou transações dentro dos mesmos.



Ou seja, mesmo vendendo jogos antigos, 60% da receita first party ainda adveio das vendas desses jogos ou nesses jogos, e não dos GAAS.

Apesar de a Sony não nos dizer que percentagem da receita total advém dos first party, esse valor pode ser estimado.

Em 2023 a Sony referiu (podem encontrar isso neste artigo) que pretendia dobrar a percentagem nas receitas que advinha dos seus jogos first party e que na altura era de 15%.

No 1.º trimestre de 2025 — segundo o site SQ Magazine —, o ramo PlayStation gerou US$ 11,4 mil milhões em receitas. Deste valor, a receita de jogos first‑party aumentou 19 % face ao ano anterior, totalizando aproximadamente US$ 2,5 mil milhões até ao 2.º trimestre.

Ora juntando 2+2 chegamos a um valor, que mesmo podendo ter algum erro, é estimado em 22% da receita atual advir dos jogos first party. Ou seja 78% da receita da Sony advém de serviços e royalties da plataforma e não dos seus jogos. E isso vê-se quando a Sony, num ano em que não lança absolutamente nada, anuncia receitas recordes e a venda de 303,3 milhões de jogos.

Ora no presente ano, este valor caiu. Porque sem jogos os 22% nunca podem ser cumpridos. Acredito mesmo que o valor tenha estado em menos de metade.



Mas mesmo que os consideremos os 22%, 40% disso corresponde a 8,8% dos lucros totais, algo que, pela falta de jogos, eu apontaria mais estar a corresponder a menos de 4,4%.

Claro que mesmo assim é muito dinheiro, mas a realidade é que perante esta perspectiva, dá para perceber que referir 40% efetivamente soava a muito mais do que realmente é.



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Hennan
Hennan
17 de Agosto de 2025 13:15

Foi 40% justamente no ano em que a Playstation vendeu o menor número de jogos first divulgados da história e em que o lançamento de Helldivers 2 foi o maior sucesso da empresa. Em um ano normal, duvido que chegue a 20%. Jogos GaaS de sucesso fazem muito dinheiro, isso é inegável. Mas são poucos que fazem sucesso e a maioria está no mercado há uma década. Veremos se a Sony será capaz de produzir outro sucesso desses.

Alexandre Oliveira
Alexandre Oliveira
18 de Agosto de 2025 10:34

Comigo os jogos GAAS têm zero sucesso, zero compras, mas isso sou eu.

Alias neste momento estou a redescobrir o meu backlog e bastantes jogos retro que falhei, antes jogar retro que GAAS.

Entretanto Mário, com os meus conhecimentos básicos de C/C++ eu e o chat GPT desenvolvemos código para um jogo tipo Outrun a funcionar na Dreamcast,(fiz um teste muito embrionário e até que resultou com muitas limitações, mas é perfeitamente fazivel,com tempo…) o que me levou á ideia de que era porreiro meteres os jogos que desenvolveste para o spectrum a correr na Dreamcast, essa consola tem uma comunidade muito grande e ativa, e dava-te a possibilidade de elaborares um pouco mais esses jogos.

Eu na altura jogava no PC e entrei muito tarde nessa geração, fui team PS2, mas estou a gostar bastante das experiências que tenho tido com a Dreamcast.

Last edited 1 mês atrás by Alexandre Oliveira
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