A situação surge num artigo de opinião denominado “A confiança da Sony na PlayStation é bem colocada”
No meio de todos este movimento que tem havido em torno dos videojogos e que tem transformado a indústria, a Sony é das empresas que mais luta para preservar a identidade do seu produto. Não o consegue em pleno, pois as mudanças assim o exigem, mas vai, mesmo assim, tentando adulterar o mesmo o menos possível, mantendo o seu negócio sadio e em crescimento. E isso é algo que os relatórios financeiros não escondem, e que tem de ser reconhecido..
Vamos citar alguns dos pontos principais do que diz a Gamesindustry.Biz sobre os resultados da Sony:
… o negócio do PlayStation ainda está prosperando – e 2026 parece um ano de sucesso
…a PlayStation não foi um sucesso — a futilidade dessa afirmação foi ressaltada mais uma vez esta semana, quando a empresa relatou aumentos significativos nas receitas, lucros e engajamento do usuário em quase todas as métricas de seus negócios.
… O design e o lançamento extremamente competentes dos consoles Xbox Series (que continuam sendo, em termos de hardware e serviços, dispositivos de jogos genuinamente excelentes) foram completamente prejudicados pela aparente incapacidade da empresa de gerenciar com eficácia o grupo de estúdios que estava montando com tanto esforço. A Sony se beneficiou discretamente de cada tropeço, com os jogos da Microsoft acabando se tornando best-sellers no PlayStation.
Houve algumas críticas à linha de produtos first-party da Sony nesta geração, e até certo ponto isso pode ser justificado; você certamente poderia argumentar que a linha de produtos first-party do PS5 não é tão impressionante quanto a do PS4 em um ponto equivalente de sua vida útil.
Parte disso se deve apenas à questão do tempo; muitos estúdios importantes lançaram títulos realmente importantes bem no final da vida útil do PS4 e trataram as versões desses títulos como seus primeiros lançamentos para PS5 antes de se estabelecerem em um ciclo de desenvolvimento de quatro ou cinco anos para seu próximo grande projeto.
Parte disso, no entanto, certamente se deve a decisões estratégicas: não está muito claro quanto dano foi causado ao pipeline de lançamentos pela tentativa de fazer com que os principais estúdios first-party se concentrassem em jogos de serviços ao vivo, mas certamente absorveu recursos significativos sem retorno até agora.
Não está muito claro o quanto de dano foi causado ao pipeline de lançamento pela tentativa de fazer com que os principais estúdios first-party se concentrassem em jogos de serviço ao vivo
Essas críticas podem ser razoáveis, mas vale a pena notar que elas não mudam a natureza do que a Sony realizou com o PlayStation Studios — e a maioria dos argumentos que afirmam que o PS5 foi uma “decepção” em termos de jogos first-party tendem a recorrer a táticas de má-fé, como mexer na definição de “exclusivo” para excluir jogos que foram posteriormente portados para PC, ou jogos que tinham versões para PS4, apesar do PS5 ser a plataforma principal.
…Como as finanças da empresa deixaram claro esta semana, seu negócio de jogos está em ótima forma e o PS5 é, para todos os efeitos, o console doméstico de fato, enquanto a indústria entra na segunda metade de 2025 e se aproxima de 2026.
… Seus principais desafios vêm de sistemas com formatos e casos de uso bem diferentes: PCs para jogos caros, o Nintendo Switch 2, em sua maioria portátil, e a ameaça marginal, mas provavelmente crescente, dos portáteis para jogos de PC são todos rivais a serem observados, mas nenhum realmente ameaça o PlayStation em seu território.
Ah, sim – o elefante na sala. A Sony está executando bem, capitalizando os fracassos da rival e, no setor de jogos, os planetas estão se alinhando para um 2026 muito, muito bom para a empresa.
No entanto, é difícil ignorar as nuvens de tempestade que se acumulam na economia em geral; a questão das tarifas e seu impacto nos preços de hardware, e o risco iminente de uma recessão causada pelos gastos do consumidor em muitas partes do mundo.
A Sony está otimista sobre suas perspectivas financeiras em seus relatórios recentes, mas reconhece tacitamente que o ambiente de risco mudou — principalmente ao começar a dividir sua receita operacional nas categorias “antes do impacto tarifário” e “depois do impacto tarifário” em seus números financeiros.
Apesar do clima econômico difícil, o negócio do PlayStation parece robusto e a confiança da Sony parece bem fundamentada.
Vou discordar. A gestão da Sony nessa geração foi muito ruim. Claramente o investimento em GaaS, remaster e remakes atrasou o desenvolvimento dos first party. O resultado só não foi ruim, porque a empresa fechou a geração ps4 muito bem e seu principal concorrente morreu. Não lembro onde li, mas a migração ps4 para ps5 foi menor que em outras gerações no mesmo espaço de tempo. E que uma parte relevante de jogadores começou na ps5. Provavelmente vindo do Xbox ou fugindo dos preços absurdos das GPUs. De toda forma, com o lançamento de GTA e os games cujo desenvolvimento atrasou devem dar muita força para o ps5 e o lançamento do ps6.
Só um adendo, ainda teve a compra da Bungie. Não duvido que foi a pior aquisição da história da Sony.