Activision quer Streaming, mas acredita que a tecnologia ainda não está preparada para ele.

A notícia tem relevo pela informação, mas igualmente pelo contraste com o optimismo pela tecnologia por parte da Microsoft, que prepara a sua consola baseada em Streaming.

Um dos motivos pelos quais resolvemos escolher esta notícia foi o contraste da postura da Activision com o optimismo da Microsoft ao preparar uma Xbox Scarlett baseada em Streaming.

A Activision tem estado em conversação com vários fornecedores de serviços Cloud, mas entende que ainda há muito que ser feito antes da tecnologia estar pronta para uma adopção em massa.

Nesse sentido, o chefe de operações financeiras da Activision, Coddy Johnson referiu numa conferência financeira que acredita que “a longo prazo o Streaming será algo muito positivo para a industria e para a própria activision, permitindo acelerar o crescimento das empresas“.

É uma ideologia que, mesmo que venha a modificar o mercado é efectivamente positiva para o aspecto financeiro das empresas, uma vez que o Streaming quebra todas as barreiras de compatibilidade e permite que um mesmo jogo possa ser executado em qualquer sistema com pequeno processamento e um ecrã, podendo ainda alcançar, no que toca aos grandes ecrãs, o mercado das SmartTvs em pessoas que não possuem consolas.



Coddy refere ainda que a situação será boa para os jogadores uma vez que “os sistemas streaming poderão fornecer experiências mais facilmente acessíveis, reduzindo fricções, aumentando o acesso durante o dia, uma vez que o conteúdo está mais acessível”.

Esta é a parte em que discordamos de Coddy, mas claro, não temos o peso de uma grande empresa nas costas que nos obrigue a dizer isso. Na nossa perspectiva, o Streaming não só nos limita uma vez que a internet não está acessível em todo o lado como , mesmo nas zonas onde a há, a qualidade nem sempre é a desejável, sendo que os pacotes móveis são lentos, com grande latência, e com tráfego limitado. Mais ainda, a internet de acesso total, com a subscriçãod e pacotes fixos e moveis obriga a um custo acrescido ao consumidor.

A perspectiva de que o jogador pode jogar mais vezes durante o dia tambem não gosto dela. Os jogos devem ser um hobby e não um vício e o que vemos é países a banir smartphones e tablets das escolas, sendo que esta medida poderá vir a estender a situação a empresas pela criação de um vicio onde ele não deveria existir, e matando pela raiz a ideologia destes conceitos.

A parte mais relevante do discurso de Coddy é que ele refere que “A tecnologia ainda não está preparada”, acreditando que os milisegundos de latência adicional que a tecnologia forçosamente trará dão cabo da experiência de jogo.

Nesse sentido acredita que há ainda que se evoluir muito mais a tecnologia!

Quem está a trabalhar nesse sentido, acreditando que conseguirá ultrapassar os obstáculos que existem, é a Microsoft, e nesse sentido falamos sobre ela neste artigo, referindo e descrevendo aquilo que é a tecnologia que acreditamos esteja na base do que a Microsoft está a desenvolver.



E é efectivamente uma tecnologia prometedora, mas que como se refere, ainda é sensível à latência das redes, e pior do que isso, requer alteração aos jogos para a introdução de um sistema de previsão de acções do jogador, para minimizar latências.

Ora o que nos quer parecer é que esse tipo de tecnologias, a ser implementado, requer a colaboração de todos os produtores da industria que teriam de adaptar os seus jogos para esse sistema de streaming. E com as empresas a desconhecerem o que a Microsoft está a criar, e a encontrarem obstáculos na tecnologia existente, não parece fácil que a nova consola da Microsoft entre no mercado de forma fácil pois os jogos da futura geração em desenvolvimento já deveriam estar a prever a consola. Se a Microsoft aposta em patches posteriores aos jogos, tal pode ser um tiro no pé, uma vez que os sistemas de previsão podem não ser simples de ser implementados, ou não compensarem aos produtores, deixando a consola sem o acesso total à livraria de jogos da sua irmã de mesa.

Mas mais ainda, o Streaming terá de ser forçosamente baseado num sistema de subscrição uma vez que não há vendas físicas. E com empresas como a Ubisoft a referirem que esse modelo não é sustentável para a criação de jogos AAA, há aqui problemas a se ter em conta com o Streaming que não passam só pela tecnologia em si.



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