Apanhado de dados sobre a futura Xbox não aparentam o melhor caminho para a Microsoft

Naturalmente que nada é oficial, mas os rumores sobre a próxima consola da Microsoft não subiram nada de bom para a consola.

A Microsoft referiu-se à próxima Xbox como o maior salto tecnológico de sempre. E os dados que tem vindo a público parecem confirmar isso. No entanto outra coisa parece ser clara: A consola aparenta ser uma salgalhada de situações que todas elas derivam em problemas.

Vamos ver o que se refere sobre a próxima Xbox. E quando falamos de próxima não falamos de uma Series portátil, mas sim de uma futura geração de consolas Xbox.

Para começar, parece lógico e coerente percebe-se que as consolas, tal como as Series, são um mercado morto para a Microsoft. As Series vendem mal, e uma nova geração iniciar-se-ia com a confiança do consumidor em baixo. E para a reconquistar, a haver uma aposta em uma nova consola, ela realmente necessita de ser algo radicalmente diferente.

É aqui que entra a descrição oficial da Microsoft sobre a sua próxima consola:

O slide deixa bem claras as diferenças que a Microsoft pretende implementar. O segundo slide deixa claro que a próxima geração será híbrida, com processamento local e na cloud. Basicamente o prometido em 2013 com a Xbox One, e que nunca avançou.

Já o primeiro slide mostra a realidade do hardware. Um misto de x86 com ARM.

Ora este tipo de situação é pouco compreensível numa consola de mesa. Para quê o híbrido? A não ser que a consola seja ao estilo da Switch, em que funciona como portátil e baseada 100% em streaming quando nesse modo, nada justifica substituir o x86 por ARM.

Claro que o ARM também pode auxiliar o x86 no processamento, tornando a consola mais poderosa, mas isso vai ser um quebra cabeças. A sua arquitetura é radicalmente diferente e um bom processador ARM, capaz de fazer a diferença tem um custo alto. Bem mais alto que melhorar o x86 existente.

Isto porque quanto mais não seja, um processador ARM standard, em performance bruta não chega a um x86. Ganha-lhe claramente na relação performance/watt, mas de resto, fica-se por aí. Na relação performance bruta o melhor ARM deve ficar na casa entre os 50 a 70% do melhor x86. Isto em jogos, pois em certa performances específicas os ARM conseguem-se aproximar muito mais.

Resumidamente, a inclusão de um ARM para eventual baixo consumo em streaming, terá implicações na performance em modo de mesa com o x86. Ora não sendo credível que a consola fique a preços exorbitantes com um bom ARM e um bom x86, acredita-se por isso que a consola poderá abdicar do processamento local, fazendo sempre algo hibrido, misturando processamento na nuvem com local.

Uma aposta que se revelaria tecnologicamente avançada, mas que implicaria não só um aumento brutal no consumo de internet, especialmente a móvel, com também a dependência total da internet e servidores para se jogar. E se no Xclous se tem de esperar por slots de processamento, é duvidoso que esse problema esteja resolvido até 2028, e mais do que isso, que aguente com um aumento enorme às exigências atuais.

E só por aqui, está aposta parece furada.

Mas há mais dados de interesse. Porque já foi anunciado que o suporte à plataforma dedicada de desenvolvimento da Xbox, denominada “Era” será terminada. E que a próxima consola se apoiará no win 32! O que isto quer dizer é que uma futura consola será 100% o mesmo Windows do PC.

Ora o Windows para ARM existe… E apesar de correr muito bem software desenhado para ARM, quando executa código x86… É o colapso! As performances caem de forma significativa, especialmente se o jogo for intensivo no uso do cpu. E jogos mais antigos podem até nem se executar.

Basicamente, se este for o conceito, a Microsoft, com a ânsia de inovar, e de poder fascinar com os resultados do misto com a cloud, está-se a meter em uma grande alhadas. Com os resultados das Series, e com a necessidade de desenvolvimento especifico para este tipo de suporte, poucos desenvolvedores irão colocar recursos na criação de uma versão do jogo que funcione de forma híbrida. Quando mais não seja porque, apesar de as coisas poderem ser diferentes agora, a última vez que se testou a receptividade a processamento não local, a mesma não agradou ao grosso do mercado.

O grande problema do Windows é o código legado que possui para compatibilidade com todo o tipo de software, mais recente, e mais antigo. Algo que a Microsoft até poderia abordar, mas que o anúncio de que o Steam estará presente na futura consola da Microsoft parece colocar de lado.

E o Steam tem várias implicações:

– Precisa do Windows puro e com codigo legado para total compatibilidade e performances.

– Os jogos não suportam ARM, pelo que o x86 tem de ter a performance necessária.

– Os jogos ou passam a ser em streaming total, ou tem de correr totalmente localmente. A questão híbrida fica fora de hipótese.

Resumidamente, estás escolhas levantam uma série de problemas que terão de ser abordados e que dificilmente serão todos ultrapassados da forma mais desejada.

– Para boas performances locais, o custo vai subir pela presença dos ARM.

– Para ter os ARM como auxiliares isso requer desenvolvimento dedicado e complexo.

– Para processamento híbrido são necessários recursos cloud que não podem ser cedidos gratuitamente.

– Para compatibilidade Steam requer-se manter código legado e mal optimizado para ARM.

Conclusão: A Microsoft está-se a meter num caminho complexo e do qual inúmeros problemas vão surgir.