Os preços dos videojogos e consola não param de subir. Esta geração será a primeira onde as consolas acabarão a geração, mais caras do que quando a geração começou!
Sinceramente nem sei bem o que vou escrever nesta noticia pois este vai ser um post de desabafo sobre a industria dos videojogos. E ela está mal, muito mal, podendo estar mesmo à beira de um crash pelo que vou fazer um texto onde apesar de os intervenientes serem detectáveis, não vou referir nomes. Isto porque tudo está mal e não há aqui verdadeiramente um único diabo.
As grandes editoras , essas só veem lucros à frente, e quando eles não existem por vendas, cortam… e cortam… e cortam… E impingem DRMs… e microtransações… e seja lá o que for que seja desde que eles entendam que lhes vai trazer vantagem como o obrigar ao online no single player para a recolha de dados dos utilizadores e outras situações que se calhar nem imaginamos.
Recentemente uma certa editora, que facilmente perceberão quem é já de seguida, não só cancelou uma nova versão de um popular jogo de robots gigantes que foi inicialmente exclusivo de uma consola, e que gerou uma legião de fans, como deu cabo dos estúdios de uma popular equipa que tinha adquirido e que fazia jogos de rally e de formula 1. Nesse capitulo todos os novos jogos desse popular franchising de rally, já com décadas de sucesso, poderão nunca voltar a sair, e a versão do seu jogo de formula 1 pode muito bem ser o ultimo da série.
Mas os fans, em vez de verem que isto é uma jogada que vai destruir franchisings de qualidade e um rude golpe na indústria, revoltando-se contra o estado da indústria esfregam as mãos dizendo: É de uma editora que não gostamos muito, e eles merecem tudo de mau, não percebendo que há alturas para tudo, e que apesar de a uva ter grainha, a grainha não é a uva. Ou por outras palavras, apesar de eles terem razão em se queixarem e mesmo boicotarem empresas como esta, isso não pode ser motivo para deixarem de protestar a viva voz contra o fecho de equipas que sempre produziram jogos de alta qualidade.
Uma outra empresa, que recentemente se posicionou de produtor de videojogos multiplataforma anuncia que os seus jogos para as consolas vão passar a custar 80 euros em vez de 70. Isto porque, segundo eles, os jogos estão mais caros de serem feitos.
Basicamente o que a essa empresa nos diz, é que o custo de produção dos jogos subiu 14%.
A questão é que essa subida, ao ser em percentagem, não só lhes vai pagar os custos, mas engrossar também os lucros. Vejamos:
Se um jogo AAA mais básico custa 50 milhões a produzir, ele com perto de 715 mil cópias tinha 50 milhões de retorno. Com 1 milhão, tinha lucro ao fazer 70 milhões em receita!
Se aceitarmos um aumento dos custos de 14%, o jogo agora custará 57 milhões a produzir. Ele vai precisar de vender 815 mil cópias para se pagar, ou seja, 100 mil mais. Mas com o mesmo 1 milhão em vendas, continua a dar lucro.
Como vemos com este exemplo, os aumentos de custos não estão a por em causa o lucro. Estão a por em causa a quantidade de lucro. E o número de vendas mínimo para cobrir custos.
Mas se ideia é garantir vendas mínimas, subir os preços não é a solução, pois isso vai implicar cortes de vendas. A não ser que haja uma fé desmedida em que os fanáticos vão absorver igual, independentemente do custo.
Mas vamos agora passar aos extremos mais caros. Um jogo de 450 milhões a produzir. E cujo custo, subindo 14% passa para 513 milhões. Uma subida brutal!
Ora jogos a este preço temos aquele popular jogo militar de guerra. Que anunciou recentemente que, em 23 edições do jogo, vendeu mais de 500 milhões de cópias.
Fazendo umas pequenas contas, isto perfaz uma média de 21 milhões de cópias por jogo, mas vamos aqui ser mauzinhos e dizer que ele vende apenas 10 milhões.
Ora 10 milhões a 70 euros a cópia perfaz uma receita de 700 milhões. E mais um vez, estamos em valores que, com ou sem aumento de custos, pagam o jogo e dão lucro ao ponto de justificar criar jogos novos.
Parece assim que,mais uma vez o lucro nunca esteve em causa. Apenas a quantidade dele! E isto fazendo as contas a 70 euros, não a 80, onde a receita para estes 10 milhões de vendas seria de 800 milhões.
Mas vamos acreditar que nada disso está em causa. E que o aumento é mesmo necessário.
E até o poderiamos fazer, não fosse o caso desta empresa parecer acreditar que as pessoas comem gelados com a testa, pois ela anuncia aumento do custo dos jogos devido aos custos de produção, mas o seu serviço de subscrição de baixo custo, que oferece esse jogos de 515 milhões, e que até está estagnado no crescimento, até à presente data, não recebeu aumentos de preço. Ou seja, os jogos só custam mais a fazer para quem os compra, porque para quem os aluga, parece que o custo não subiu.
Que boa forma de justificar o tentar impingir à viva força um serviço. Acabar com a consola metendo os jogos nas TVs. E aumentar o preço dos jogos, para matar as vendas. E deixam como alternativa vender um serviço que ninguém parece querer, nas TVs. Se isto não é forçar o mercado, direcionando-o não na direção do consumidor, mas do oportunismo próprio, o que é?
Curiosamente o CEO desta empresa veio dizer que entre 20 a 30% do código gerado internamente na empresa já era feito por IA. Ou seja, despedem, criam por IA, supostamente para reduzir custos, e sobem os preços. É uma medida mesmo ao jeito da empresa em questão. Sem despesa… Só lucro. Algo que matou a sua consola que durante anos não teve exclusivos por não quererem gastar dinheiro com eles.
É assim que os empresários pensam. Despedir e reduzir custos, subir preços e aumentar lucros. Esquecendo que quem compra não ganha mais, e sem empregos nem comprar pode. Mas hei… Nisso pensa-se depois.
Sobre a profundidade deste assunto, os fans da referida empresa não falam… Porque não veem, ou diria antes, não lhes interessa ver. Apesar que caso o preço dos serviço de subscrição não sofra alterações é gozar na cara das pessoas, e um impingir de um produto que na realidade poucos se mostraram interessados em ter, e que de benéfico para uma indústria sadia, com produtos de qualidade, e concorrencial não traz absolutamente nada, condenando a indústria a algo fechado, limitado e com jogos de baixa qualidade.
Não se pode porém deixar de constatar que esta subida de preços poderá também ter a ver com uma outra questão de oportunismo, estando a pegar boleia nos preços anunciados por uma outra empresa, para os seus jogos na sua nova consola recém lançada, e que poderão chegar aos 90 euros. Jogos cujo custo de produção são bastante inferiores aos custos de produtos AAA como os criados pelas empresas que concorrem com ela no mercado das consolas, ou outras editoras Thirds. Ainda por cima, está outra empresa vende os jogos físicos em cartuchos, que na realidade, na maior parte dos casos vistos até agora, nada tem dentro senão um código para download.
Uma empresa que é conhecida pelos seus preços sem escrúpulos, mas que desta vez se superou.
E os fans dessa marca batem palmas e correm a fazer pré reservas. Alguns deles até defendem os preços porque… dizem eles… se os outros podem, essa marca também pode. Isto apesar de nunca ninguem ter puxado a corda como essa empresa o está a fazer. Mas os fans, cegos na defesa da marca, correm aos magotes para aderir a esta situação, apoiando estes preços e ajudando a destruir o mercado.
Mas já que falamos dos jogos dessa empresa aproveitemos para falar da sua nova consola. Uma consola que se baseia num hardware já completamente ultrapassado e que basicamente se revela algo equivalente às consolas das geração passada, mas agora com DLSS, o que lhe permite, em alguns, até se poder comparar, no capítulo da qualidade visual, e apenas aí, com a consola mais fraca desta nova geração. mas relatos de programadores que adaptaram os seus jogos para esta consola, referem dificuldades na conversão dos jogos para ela, aparentando existirem alguns tipos de gargalos que as consolas da geração passada não tinham, um dos quais poderá estar na largura de banda disponível.
Mas mesmo assim, essa empresa resolveu colocar a sua nova consola no mercado a um preço superior ao que uma consola de topo da atual geração mais economia (uma versão sem leitor), mas mesmo assim com um hardware bastante superior, tinha.
Mas os fans dessa marca acham isto tudo muito bem. Afinal é uma consola dessa marca… e portátil. Mesmo que isto dê o mote a que no futuro, consolas que realmente custam a produzir possam passar os 1000 euros, fazendo com que futuras consolas portáteis a 600 euros soem a baratas em comparação. E argumentam o preço justo, sem terem em conta que a mesma consola, num certo pais onde as pessoas tem os olhos em bico, é vendida a menos 140 euros… com lucro.
Depois claro, outras empresas tiram aproveitamento destas situações. Houve um caso de uma empresa que vendo a consola acima referida a ser colocada à venda mais cara que a sua mais barata, lhe subiu o preço em 50 euros. Curiosamente nada de anormal, pois já há algum tempo atrás, devido ao sucesso de vendas que a sua consola estava a ter no tal pais dos olhos em bico já referido, nesse mercado, e nesse mercado apenas, também já tinha subido o custo da consola.
Nada de extraordinário dizem os fans. E uma medida que se compreende perante a realidade do mercado e do consumidor menos informado que não compreendo que uma consola mais moderna e mais cara possa ser pior. Mas independentemente disso, o aproveitamento existe e está aí… e não sabemos se poderão existir mais subidas de preços nas consolas… e até nos jogos por ela produzidos.
Quem não esperou mais foi a a tal empresa que meteu os jogos a 80 euros. Que subiu os preços das suas consolas. Ao ponto de até ter tornado a consola da concorrencia mais cara, barata, pois atualmente, no seu pais natal, a sua consola melhor já bate o preço da nova da concorrente, bastante superior.. Uma medida ridícula, especialmente tendo em conta que globalmente as consolas deste produtor já vendem mal.
Numa outra curiosidade, no pais do Samba, a sua consola entrada de gama, com especificações incomparáveis às restantes, é agora mais cara que a versão da consola sem leitor da concorrente, apesar de incomparavelmente inferior.
Mas as pessoas aceitam… Afinal tudo está mais caro… E tudo está, só os salários é que não subiram. Mas aparentemente, toda a gente está bem da vida, e pode pagar. Ou talvez não seja bem assim.
A realidade é que a indústria dos vídeo jogos está num estado lastimoso. E poderemos mesmo estar perto do colapso da mesma. As pessoas adoptam e apoiam as situações mais ridículas apenas porque podem, ou acham que podem, pagar. E não se preocupam com as consequências das suas atitudes, que estão a levar a indústria ao descalabro. Porque a indústria não se sustenta com o Manuel ou o Joaquim que podem pagar. Aguenta-se bom milhões de pessoas que tem de poder pagar. Mas que, infelizmente, estão a entrar numa situação em que não o podem fazer.
A PCManias tem sido um website de revolta, que protesta sempre contra as medidas exageradas. Mas a situação chegou a um ponto onde já nada adianta, ou sequer se pode dizer sem que hajam ataques pessoais.
Basicamente estamos num ponto, onde a questão sobre se vale a pena continuar aqui se torna bastante premente. Porque defender um mercado que se está a destruir, e fazer ver as consequências de muitas políticas monopolistas e monetárias, que são implementadas sem se parecer pensar nas consequências, é uma luta que não parece já fazer muito sentido.
Atualmente, em Portugal, o ridículo tambem já cá chegou, pois esta situação foi encontrada cá. Uma das consolas está ao preço de referência, a outra um pouco acima do preço de referencia. Mas os preços… são reais. E isto ou dá para rir muito… ou para chorar.
No meio de tudo isto, a culpa não é das empresas. É do consumidor. E do aceitar, calar-se, e compactuar com estas situações.
Eu mesmo admito a minha culpa no meio disto tudo. Apesar de ter adquirido a minha PS5 Pro com leitor por 750 euros numa campanha, a realidade é que falhei comigo mesmo e com os meus leitores ao ter compactuando na compra de uma consola lançada a 800 euros sem leitor, e que custa atualmente 750 também sem ele. Não são preços aceitáveis! E apesar de não os ter pago, trai os meus princípios ao pactuar com um produto que defendo que, a esses preços, não deveria ser suportado.
E são atitudes assim, que se repetem e repetem junto dos consumidores em milhões e milhões de situações, que contribuíram para o atual estado das coisas.
Bem da minha parte concordo plenamente com o teu desabafo.Posso dizer que tbm quase traí os meus princípios e comprava a pro mas não havia leitores…e só digital, não.obrigado.Quanto aos jogos,não compro nada a esses valores ,sou paciente e espero no mercado de usados,chego a comprar jogos ainda selados por 1/3 do valor.
Bom dia. Fazia muitos anos que não comentava por aqui. Mas muitas coisas mudaram. Acabaram tomando o rumo que me fez afastar dos comentários do PCmanias. Como dizem: quem espera sempre alcança.
Na época foi quando começaram a sair os remasteres, fui criticar, e os fans de tal empresa, que aqui parece uma “qualada” foram pra cima de mim.
Mas é bom ver textos como esse. Mais um desabafo do Mário. Muito bom. Concordo em quase tudo.
Comprei a Pro e também me arrependi, não pelo equipamento, mas por ser console.
Hoje estou no PC e não volto mais para consoles.
E dos jogos vou jogar a maioria indies. São onde se encontra ainda a criatividade, coragem, gameplay inovador. Ali sim é indústria, e tem meu apoio.
Jogos AAA, um por ano, e ainda olhe lá. O do ano é Death Strandinz 2.
A questão do PC vs consola é algo que será eterno.
E que não tem um claro vencedor.
O Tio Hildo tem uma história interessante que me contou sobre o que se passou com um amigo dele que também é ligado à informática e que resolveu trocar a consola pelo PC, e até lhe vendeu a consola gastando uma fortuna num PC, mas que desistiu do PC e quis reaver a consola.
Mas isto o ideal era ser ele a contar. Tio Hildo, queres tomar as rédeas e contar?
É o seguinte. Amigo meu, que é formado em computação, estava achando o ruim o desempenho dos jogos no Xbox Series S. Decidiu então comprar um PC mediano. Gastou cerca de 2500 reais em um Pc com GPU integrada no processador AMD. Apesar da GPU ser até razoável, não dá pra esperar muito. Além disso a GPU vivia travando o PC ( drivers muito ruins). Comprou uma rtx 4060 por 2000 reais e os travamentos pararam. Agora com um Pc mais forte que um xss , decidiu vender o console. Eu comprei o console. Acontece que ele utilizava o Xbox para jogar Minecraft com os filhos, e veio o primeiro problema, o Minecraft de Pc não tem tela dividida nativa, e o Pc não liga a tv e coloca na porta HDMI automaticamente. Devido a esses problemas e vários outros que não contei, pediu para desfazer o negócio e devolver o vídeo game. Agora vai tentar vender o PC. Falei para ele que talvez seja melhor comprar um series x.
Enfim, Pc tem muitas vantagens, mas também tem suas desvantagens.
Eu prefiro usar consoles para jogar, apesar de utilizar Pc o dia inteiro para trabalhar.
Eu cheguei praticamente “ontem” no pc gaming. Realmente não é fácil. Já tive várias dificuldades. Nem consegui calibrar o Monitor. Por algum motivo que desconheço o PC não deixa eu alterar brilho, contraste…Mas eu já esperava por isso. Em compensação comprei uns 40 jogos por quantia irrisória.
Cá está.. é apenas mais uma história. Mas mais uma que mostra que consolas e PCs, quer se queira, quer não, são diferentes.
Mas tu falaste em mais coisas. Como o facto de o PC não ligar sozinho a TV, por exemplo.
Sim. Teve essa coisa de ligar a TV e mudar o input automático.
Eu TB tenho problemas no VRR do Pc, fica dando Flicker as vezes. No PS5 e xsx tudo roda normal o VRR.
Aqui onde eu moro existe um grupo que nos reunimos presencialmente para jogar jogos de luta e no final das contas o que salva são os consoles. Muitos dos pcistas do grupo vivem tirando sarro, mas na hora de levar os setup (pc + monitor / console + monitor) ninguém quer levar seus pcs. Tudo na vida terá vantagens e desvantagens, mas as pessoas só querem falar do lado positivo do seu pedaço de plastico.
Sinceramente o mundo todo foi para o saco pós covid.
Antes as empresas brigavam por share. Vender mais, mesmo que com margem menor. Mas agora, seja por consolidação do mercado ou qualquer outro motivo. O objetivo é sempre subir margem, mesmo que reduza as vendas. E não é só em games, olhe o mercado de carros ou imobiliário. No ritmo atual, vamos precisar de uma guerra civil. Porque será impossível viver assim.
Eu ia inserir um novo comentário mas quando você falou no mercado de carros e imóveis decidi colocar aqui.
São todos os tipos de mercados que estão nessa de subir margem de lucro!
No último domingo fui comemorar o aniversário do meu filho em um parque aquático conhecido no nordeste brasileiro (segundo eles até já ficaram entre os melhores do mundo), geralmente visito o parque a cada 6 meses e em 24 de dezembro de 2024 o estacionamento de taxa única custava R$30,00, no último domingo quando cheguei no estacionamento o valor aumentou para R$50,00.
Aí falo para vocês, o que teve de diferente no estacionamento para justificar este aumento? NADA. O carro continua a passar o dia inteiro num serviço de “5 estrelas” com sol escaldante. Isso foi justamente para lucrar
Perfeito. Não sei até onde vai, mas está chegando ao limite do viável. Se estivesse começando hoje, entraria em depressão. Qual a perspectiva do jovem de ter uma vida digna no nosso país atualmente?
Concordo com a esmagadora maioria do teu desabado, no entanto quero apenas fazer algumas ressalvas.
Em primeiro lugar, não posso deixar de recordar que por mais do que uma vez, troquei argumentos contigo sobre a autêntica aldrabice que é a narrativa dos custos de desenvolvimentos, sim eles existem mas nunca no grau que nos querem fazer crer, e a tua resposta foi sempre de que os custos eram reais e que estava tudo muito caro, especialmente na parte dos chips, isto apesar de eu te exemplificar que isso não era de todo verdade, pelo menos na parte do desenvolvimento dos videojogos, e apontei vários fatores de que na verdade os custos de produção era de facto uma falácia.
Se dantes a Capcom era um exemplo quase solitário de que algo aqui não batia certo, rapidamente se foram acumulando outros exemplos de estúdios que nem sequer passavam a marca dos 100 milhões e tinham um enorme sucesso, nessa altura muitos ignoraram que os devs ocidentais são os mais caros do mundo, que têm as maiores equipas, que gastam mais dinheiro em empresas de consultoria, que mais delegam trabalho a empresas externas, que menos metodologia têm e que os seus executivos mais ganham…só o que o CEO da EA, Andrew Wilson, leva para casa por ano, dava para para financiar os cinco anos do Clair Obscure Expedition 33…dá que pensar não dá?
Em segundo lugar, as pré-reservas da Switch 2 terem sido um sucesso, não devia ser objeto de desanimo, porque isso era inevitável, é muita carneirada misturada com os scalpers, até a Wii U foi um tremendo sucesso no seu primeiro ano, portanto nesse aspecto estou confiante de que a fatura para a Nintendo vai chegar daqui por algum tempo, e quem a vai apresentar é o mercado de massas que são o fator decisivo para o sucesso de qualquer consola, no entanto acredito que os primeiros sinais poderão surgir numa eventual retração do mercado na compra de jogos que custam 90€.
Eu sempre disse que iamos chegar a este ponto, não esperava é que fosse tão rápido e de uma forma tão selvagem e literalmente à descarada, era visto como algo catastrofista e negativo, mas os sinais estavam lá e só não viu quem não quis, e como tal deixou-se instrumentalizar, ir pelo amor ao meio, negando o óbvio e pior, defendendo estes autênticos vendedores da banha da cobra quase como se fosse familia, e foram estas pessoas as maiores ervas daninhas na hora de plantar a semente da verdade do que estava por vir, porque por pura cegueira ideologica, não conseguiam ver além, que tamanho fanatismo ia acabar por, em ultima análise, prejudicar os próprios, e não existe melhor exemplo que a Xbox, que durante anos foi protegida com unhas e dentes de qualquer tipo de critica, de alerta, em relação aos perigos do seu plano global, e o resultado está à vista, Gears na PS.
Desde que o mercado ocidental tomou conta da industria, percebi que uma arte como a dos videojogos, pura a simplesmente não é compatível com o mercado cotado em bolsa, com o mundo das ações e dos acionistas querem sempre mais por menos, que é o que temos cada vez mais, menos jogo por cada vez mais dinheiro, e para isso engendram uma maneira de nos guiar como gado, finigindo dificuldades e proclamando pobreza para que o público aceite como verdade, que de facto é preciso acompanhar os custos, o problema é que de vez em quando aparece um Black Myth, um Atomfall ou um Expedition 33 que desmascara por completo o embuste que é o discurso desta gente.
Mário repara na forma como falas no artigo, em como te referes a nós, quando nos classificas e bem, como, o consumidor, esse tipo de classificações não é por mero acaso e eu cometo muitas vezes esse erro, porque faz parte do discurso destes executivos vampiros que roubam uma fatia significativa do orçamento de um jogo, é o que eles nos chamam, de consumidores, e fazem-no porque não nos querem chamar aquilo que realmente somos, clientes…porque o consumidor consome, e o cliente, esse?
Tem sempre razão.
Concordo com quase tudo o que disseste, e digo quase tudo porque realmente somos consumidores porque consumimos mas em relação ao cliente tenho que discordar completamente de ti porque o cliente não tem sempre razão e isso garanto te porque trabalhei muitos anos no sector do comércio como vendedor de tecnologia e vi e aprendi que esse termo não é verdade e nas vezes que o cliente não tinha razão ele/ela ameaçava, gritava, etc, mas na maioria dos casos não levava a avante.
Como alguém que trabalha à mais de 20 anos no comércio, no ramo literário, sei que o cliente não tem sempre razão, nisso estamos de acordo.
A questão teve a ver com a astucia destes executivos, ao usar a palavra consumidor, porque existe de facto uma conotação psicológica, são pequenos pormenores como este que lentamente mudam a percepção das pessoas e consequentemente o seu comportamento.
É de ressalvar que estas corporações têm psicólogos que estudam o ”consumidor” além de engendrar mecânicas de monetização.
20 anos no comércio? Paciência de Lord.
Desculpa, entendi mal.
O ter sempre razão não interessa a esses executivos.
Vai ser preciso um tombo muito grande para quebrar este consumismo todo .. só espero que não seja como em 2009 que tive de emigrar para estabilizar a vida