Geração 6 da PlayStation pode ter 3 consolas no lançamento.

A ideia da Sony é lançar uma PlayStation 6 e uma PlayStation 6 portátil. Mas a partir do momento que vai suportar uma consola mais fraca, porque não ter uma versão de mesa da mesma?

Sinceramente tenho ainda de matutar mais um pouco sobre este conceito para perceber se ele é bom ou mau!

Isto porque se me fosse dito que a Sony ia lançar a PS6 e ao mesmo tempo uma PS6 portátil, sem falar numa terceira consola, não iria achar aqui verdadeiramente nada de anormal.

Já se me dissessem que a Sony ia lançar a PS6 e ao mesmo tempo lançar uma versão, também de mesa, menos potente da consola, certamente, numa primeira análise, ia colar o conceito ao que sucedeu nesta geração com a Series S, e achar a coisa uma má ideia.

Mas aqui a ideia não são duas consolas… São 3!

A PlayStation 6 será lançada normalmente, acompanhada de uma versão menos capaz e portátil da mesma. Mas aqui a ideia é! Se vamos lançar a portátil, e a vamos ter de suportar, porque não lançar uma versão da mesma, não portátil, e que seria uma oferta bem mais barata, que funcionará sempre em modo acelerado (dock)?

O conceito está lógico, mas a contradição das coisas deixa muito em que se pensar, especialmente porque estas consolas, tal como a Series S, praticamente impedem uma PS6 Pro, de meia geração, pela disparidade com a base que criaria.

Eis então as especificações previstas para as três consolas.

Note-se que se apresentam valores de preços, sendo o mais baixo o mais agressivo e com lançamento Old school com financiamento, e o segundo o preço sem essa opção.

PS6 Cannis (nome de código)

Versão de mesa

CPU: 4 núcleos Zen 6c (jogos) + 2 Zen 6 LP (sistema)

GPU: 16 CUs RDNA5 (+60% de performance por unidade computacional em relação ao PS5 RDNA2)

RAM: 24 a 36 GB LPDDR5X

Frequência: 1,65 GHz

Processo: 3 nm

Preço estimado: Entre 250 a 399 euros.

PS6 Cannis

Versão portátil

• CPU: 4 núcleos Zen 6c (jogos) + 2 Zen 6 LP (sistema)
• GPU: 16 CUs RDNA5 (+60% de performance por unidade computacional em relação ao PS5 RDNA2)
• RAM: 24 a 36 GB LPDDR5X
• Frequência: 1,20 GHz (portátil) / 1,65 GHz (dock)
• Processo: 3 nm
• Preço estimado:  350 a 550 euros.

PlayStation 6

CPU: 8 nucleos Zen 6 ou posterior

GPU: 40 a 48 (ainda se pondera poder ser mais) CUs RDNA5 a 3 GHz+

RAM: 32 a 40 GB

Processo: 3nm

Performance estimada: 3x mais rasterização em comparação com a PS5 e ray tracing cerca de 5x superior.

No global pode ser entre 5 a 10x mais poderoso que a PS5.

Preço estimado: 550 a 800 euros.

Note-se que nesta fase tudo são rumores e especulações.

Será contudo de se notar a questão da RAM. 36 GB e 40 GB, caso se confirme (nesta fase nada é ainda certo e pode ser menos), serão um problema para o PC cujo grosso do mercado conta com GPUs  com 8 e 12 GB de memória video. O certo é que 16 GB não são adequados para um futuro proximo, e o aumento da capacidade de Ray tracing vai exigir bastante mais RAM.

Diga-se que a ser verdade está questão da RAM, trata-se de uma jogada fantástica, pois as consolas invalidariam quase 99% do mercado PC que, para igualar, se veria assim obrigado a um upgrade para um GPU bem dispendioso, tornando a consola em algo bem mais atrativo.

Mas para quê está RAM toda?

Atualmente vemos referências de que 8 GB de VRAM é pouco para 4K é que 12 é o limite mínimo. Isto deve-se ao facto que uma utilização de buffers 4K e Bounding Volume Hierarchy Trees complexas para Ray Tracing consomem muita memória, obrigando estes sistemas a buffers gráficos mais pequenos, com resoluções de 1080p. Uma PS6, com um RT 5x mais poderoso iria implicar um uso do Ray Tracing mais complexo nos seus jogos, requerendo mais RAM.

O que isto implicaria para quem tem GPUs PC de 8 ou 12 GB seria o ter, de recorrer aos métodos de rasterização clássicos.

Isso quer dizer que, mesmo que por aqui o upgrade não fosse uma real necessidade, os atuais PCs não conseguiriam acompanhar a PS6 sem uma nova geração de GPUs. E isto porque mesmo que os atuais GPUs PC, mesmo que possuam potência de processamento, não possuem, na sua grande maioria, RAM suficiente.

Mas e os GPUs mais potentes com 24 GB de RAM?

Bem, esses atualmente já correm RT bem complexo com a sua RAM, pelo que não seria por aí que ficariam impossibilitados de acompanhar.

Mas então pelo que ficariam?

A grande questão é que a Sony poderá apostar fortemente numa nova geração baseada em inteligência artificial. Com NPCs movidos e geridos por IA, com capacidades de diálogos e interação inteligente com o mundo.

Basicamente um novo nível de realismo não possível na atual geração. Mas para gerir vários NPCs dessa forma, precisa de RAM.

Recentemente viu-se que o Smartphone Pixel 10 da Google, possui menos 3 GB de RAM do que se esperaria. A Google explicou que os 3 GB estão reservados ao Gemini, para que a IA possa gerir melhor todos os recursos do smartphone.

Ora nos videojogos teríamos IAs inteligentes capazes de conhecer o mundo, manter diálogos, interagir com o mesmo. E não seriam nem uma, nem duas, mas algumas. E isto requer RAM, especialmente se quisermos manter os jogos como jogáveis offline. Bem mais que os 3 GB do Gemini cujo processamento é maioritariamente remoto!

Seria por aqui que os atuais GPUs falhariam e não é à toa que os GPUs profissionais de IA da NVIDIA vêm equipados com 48 GB de RAM.

Basicamente a Sony pode estar aqui a garantir que a sua consola vai ser competitiva e capaz numa nova geração. Não só por um baixo preço, mas igualmente porque os PCs requereram um upgrade custoso para acompanhar. E se isso for mesmo assim, a jogada é muito bem pensada para garantir o futuro da consola que terá de se aguentar por 8 anos.

Mas claro, tudo vai depender dos custos, e nesta fase nada é garantido, apenas rumores.