Jogos a chegar em 2018 que passaram despercebidos: Darksiders III

 

Ao mesmo tempo que grandes empresas cada vez mais apostam na vertente multijogador e mercado mobile, com vista ao lucro fácil, existem profissionais que lutam para fazer um trabalho respeitável que nos relembram os valores e as obras ricas em conteúdo, hoje inesquecíveis, que deram origem a esta indústria.

Darksiders é uma série de jogos de acção-aventura, lineares, baseados no conceito dos 4 cavaleiros do apocalipse. A premissa do jogo é simples. Os 4 cavaleiros (na versão do jogo são Guerra, Morte, Fúria e Conflito) foram criados por uma entidade antiga que rege o Universo e mantém o seu equilíbrio, o Conselho Carbonizado (Charred Council). O seu propósito foi participar na eterna Guerra que acontece entre o Reino do Céu e do Inferno e garantir que as antigas leis, defendidas pelo Concelho, são respeitadas por ambas as facções. Nenhuma entidade no Universo pode deter mais poder que o Concelho Carbonizado. É desse conflito eterno que nasce a humanidade e, antevendo o seu papel integrante no equilíbrio de todas as coisas, o Concelho força o Céu e o Inferno a uma trégua temporária para dar tempo à humanidade para se preparar e tomar o seu lugar no conflito. Esse pacto está vinculado a sete selos sagrados e quando o último deles for quebrado, será iniciado o Apocalipse e a eterna guerra recomeçará. Mas algo corre mal. Alguém rompe o sétimo selo antes do tempo e o Apocalipse chega à Terra dizimando toda a humanidade e destruindo o terceiro reino.

O primeiro jogo da série, Darksiders, foi lançado em 2010 e nele o jogador controla Guerra, cavaleiro que é convocado à Terra e toma parte do Apocalipse, inconsciente do facto de o pacto não ter sido respeitado. Após assistir ao assassinato do líder das tropas do Céu por um demónio do Inferno que também o derrota em combate, Guerra fica à mercê do Conselho que o acusa de tomar partido pelo Reino do Inferno. Clamando inocência, a Guerra é dada a oportunidade de o provar e, para isso, o cavaleiro retorna à Terra dizimada 100 anos após o início do Apocalipse. A jogabilidade  assenta na mecânica hack and slash popularizada em títulos como God of War e Devil May Cry, com o jogador a controlar o personagem principal numa perspectiva de terceira pessoa, tendo como desafios o combate com diversos inimigos, exploração e quebra-cabeças. À medida que vai progredindo o jogador desbloqueia novos ataques, habilidades e melhorias na saúde e dano. O título foi bem recebido pela crítica, tendo actualmente uma média no Metacritic de 83, sendo elogiado pelo estilo visual, gráficos, gameplay e conceito. Uma sequela surgiu 2 anos depois com a Morte como personagem principal e passando-se antes e simultâneamente aos eventos do primeiro jogo. Este segundo título apresentou um mundo maior, e uma jogabilidade refinada, mas ainda assim, assente na base do original.

Quando a THQ, a editora,  faliu em 2012, poucos meses após o lançamento do segundo título, a Vigil Games, o estúdio responsável, pensou que facilmente conseguiria encontrar uma nova casa, com alguma outra editora a comprar a franquia e o estúdio. Infelizmente isso não ocorreu, e o estúdio viu-se obrigado a fechar portas. Em abril de 2013, a THQNordic (na altura Nordic Games), empresa fundada em 2011 sediada na Austria e que já previamente tinha adquirido outras empresas relacionadas com videojogos em problemas, adquire todas as propriedades ainda em nome da THQ ( incluindo as séries Redfaction, MTVsATX e Darksiders). Entretanto, a equipa da Virgil responsável por Darksiders, fundam o estúdio independente Gunfire Games e, pensando sobre qual o próximo passo a tomar, são contactados pela THQNordic que lhes propõe a possibilidade de continuarem a franquia até ao fim. Podem ver mais pormenores no seguinte vídeo:



A terceira entrega da saga revela-nos o terceiro cavaleiro (cavaleira para ser mais exato), Fúria. Armada com um chicote (arma que lhe assegura uma identidade tal como a espada Chaoseater parecia uma extensão de Guerra),  será também capaz de executar golpes especiais de magia. Além do chicote, outro traço único da personagem será o seu cabelo. Se a personagem está parada flutua em volta da cara, em combate parece eriçado, tal como um cão fica em estado de alerta, e quando usamos habilidades de magia o cabelo é afectado devidamente – por exemplo, um golpe baseado no elemento fogo, deixa o cabelo em chamas. Relativamente à personagem em si, Fúria, será, tal como os irmãos, confiante e altamente motivada, mas também extremamente leal. A história passa-se durante os eventos dos dois jogos anteriores e antes de Guerra ser reenviado à Terra. Este reino está sob a mercê dos sete pecados mortais  (entidades extremamente perigosas que já antes  foram aprisionados com o muito esforço pelos 4 cavaleiros) e o Concelho Carbonizado requisita a ajuda do terceiro cavaleiro,  a qual, ansiando por provar a lealdade dos cavaleiros ao concelho, aceita a missão sem pensar duas vezes. Eis a primeira gameplay oficial do jogo, produzido utilizando o Unreal Engine 4:

Contrapondo com os tristes exemplos recentes de jogos full price recheados de microtransacções e que procuram apenas garantir o lucro fácil, é bom relembrar que existem alternativas à exploração dos jogadores que as grandes editoras estão a tentar impor no mercado. E assim nos chega este exemplo de dedicação e compromisso, reminiscente das obras hoje inesquecíveis que deram origem a esta industria e que, para muitos, iniciaram o seu percurso como jogadores. Por esse motivo, por continuar a defender que quando um jogo é adquirido a 70€, o jogador leva o conteúdo que adquiriu completamente para casa e por também achar este tipo de dedicação ser merecedor do dinheiro e respeito dos jogadores, deixo este artigo a falar deste título que chegará em 2018 à PS4, Xbox ONE e PC.

Fonte: IGN

 





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