E para relembrar nada melhor do que os e-mail internos da empresa.
Num recente thread iniciado no Neogaf alguém questionava: Porque razão, se a competição é boa para a Indústria, porque motivo há tanto utilizador contra a Microsoft?
Este thread é revelador, pois há ainda quem acredite que a Microsoft estava, ou está no mercado para competir. Mas não, a Microsoft está no mercado para o dominar. E há uma diferença grande entre competir e querer dominar, com o intuito de aniquilar a concorrência, o que leva a que quem tem essa noção, não simpatize de forma alguma com a empresa.
A frase de cima é uma realidade: A Microsoft está no mercado não para competir, mas para esmagar a concorrência. Independentemente de o mercado os querer ou não querer, de concordar ou não com aquilo que eles querem impor, a Microsoft pretende impor-se. Uma política de imposição que vem desde sempre e que tem sido a causa da sua desgraça, mas a Microsoft nunca quis saber pois sabe que se não houver concorrência as pessoas irão ter de recorrer aos seus produtos dê por onde der.
Ao longo dos tempos percebemos que Nintendo e Sony não eram apenas concorrentes, eram empresas a aniquilar. Não pela concorrência leal, mas por jogadas paralelas, sejam a aquisição, ou o expulsar a concorrência do mercado por esta não conseguir competir. E isso comprovou-se com documentos internos da Microsoft que demonstram essas posturas.
NINTENDO – Aquisição lenta.
A Microsoft reconhece neste e-mail que a Nintendo é o item que mais lhes interessa adquirir. Refere-se que, nesse sentido a Microsoft tem tentado colaborar com a Nintendo, acreditando que eles estão numa posição privilegiada para isso (mais agora que possuem a Zenimax e Activision). Mas a Nintendo não precisa de ninguém, e nem sequer tem lançado novas ações para o mercado. Esta situação mostra-se relevante pois a Microsoft tem vindo a adquirir por intermédio de outra empresa externa, a ValueAct de forma massiva, ações da Nintendo (esta empresa já possui 1.1 Biliões em ações da Nintendo). É referido que a empresa irá tentar adquirir ainda mais acções da Nintendo, o que será a oportunidade da Microsoft.
Como ponto relevante, a Microsoft tem uma nota neste e-mail sobre a Valve, o que indicia jogadas de bastidores equivalentes para futura aquisição da Valve.
Sony – Empurra-los para fora do mercado
Desengane-se aquele que pensa que a Microsoft comprou a Activision e a Zenimaz com o intuito de se tornar multiplataforma. Essa situação surgiu como uma necessidade após a verificação que a sua consola, com estas aquisições, continuou a definhar, e que o Gamepass, que se contava que crescesse, se manteve estagnado.
Na altura os e-mails da Microsoft eram claros nas intenções.
O e-mail não deixa dúvidas. A Microsoft refere que acha que (pela sua capacidade financeira), está numa posição única para “gastar a Sony para fora do mercado”. Basicamente a ideia era a aquisição destas grandes companhias, no sentido de retirar os seus jogos das consolas da Sony, tornando-os exclusivos da Xbox, e num período de 10 anos, ver a consola da Sony a perder relevância e popularidade. E a Microsoft, apesar de agora estar a enveredar por outros caminhos, ainda não perdeu esta ideia, e mesmo com a sua atual maior fonte de receita a vir da Sony, a ideia deles continua a ser a criação de produtos que tornem a consola obsoleta, no sentido de ficarem com o bolo todo para si.
A empresa até refere que não se importa mesmo de ter um prejuízo de 2 ou 3 biliões para isso (não confundir prejuízo com despesa, pois a despesa traz o bem, e mantem o valor gasto na contabilidade, mudando apenas da secção de liquidez para a secção de ativos).
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Ao longo dos anos, a Microsoft nunca se importou verdadeiramente com os seus clientes.
Estes pediam mais exclusivos – E os jogos iam para o PC.
Elas pediam mais investimento em jogos – E a Microsoft fechava estúdios.
Eles pediam mais clareza – E a Microsoft respondia com “São só 4 jogos que vão para a PS5”.
Estas situações, e muitas outras, causaram um enorme desgaste na marca que se vê agora na posição atual, onde a sua consola perdeu toda e qualquer relevância no mercado. Mas a Microsoft continua a apostar forte em poder ganhar diminio! Apesar de apenas ter um mercado de 35 milhões de assinantes no Gamepass, que está estagnado à anos, e cujo único crescimento digno desse nome ocorreu quando os assinantes do Live foram convertidos para Gamepass (Entre 9 a 10 milhões de assinantes), a ultima apresentação de jogos mostrou que a Microsoft continua a apostar forte no serviço. Ora o Gamepass neste momento concorre com a sua atual maior fonte de receitas, a Playstation, e nem por isso a Microsoft, apesar de depender desta fonte para manter a receita alta, deixou de apostar nele, o que mostra que a Microsoft não tem problemas em perder milhões que mais ninguém está em igual posição de perder, se isso implicar ficar com mercado para si.
Mostra também que as ideologias de domínio de mercado e aniquilação/aquisição da concorrência não pararam. E esta parceria que se fala da Microsoft com a Valve tem água no bico, e é bom que a Valve se ponha atenta se não quiser acabar nas mão da Microsoft. Afinal a Microsoft deixa claro que não quer uma fatia… quer o bolo todo!
E ainda há quem não perceba que quem vê este tipo de coisas, não pode simpatizar com elas.