Análise: Router Asus RT-N10

AVISO: O Router testado encontrava-se equipado com um chipset Broadcom, talvez o chipset mais usado e suportado do mercado e que lhe oferecia uma compatibilidade extrema. Entretanto por motivos que só a Asus compreenderá, as especificações do router foram alteradas e o chipset alterado para um Ralink que, apesar de alguns benefícios nas caracteristicas oferecidas, lhe rouba alguma compatibilidade, nomeadamente com  o Zon Hub. Vejam o artigo de aviso colocado na PCManias assim que soubemos dessa situação.

Introdução

Quando a Asus nos propos a análise a um router, o entusiasmo foi grande. Afinal como referi na última análise que aqui fizemos a um produto desse género, procuro um substituto para o meu Wl-500g que queimou, e os candidatos a ocupar o seu lugar que até ao momento foram testados decepcionaram comparativamente. Daí que esta seria uma oportunidade de ver que tal este router da Asus se saia comparativamente, uma vez que seria, no mínimo, espectável que o novo router tivesse iguais ou melhores capacidades de configuração.

Ficava igualmente no ar a possibilidade de obtendo um novo router capaz de fazer uma bridge wireless com o ZON HUB, realizar um novo artigo exclusivo com um tutorial de procedimentos para esta configuração.



No entanto quando recebemos o router as expectativas sobre o que esperar dele decaíram tremendamente. O modelo em questão, o RT-N10 é um modelo de entrada de gama, e cujo preço ronda os 30 euros. Não seria por isso minimamente comparável ao anterior WL-500g cujo preço, na altura de compra rondou os 150 euros.

Pois bem, não podíamos estar mais enganados.

A análise

Comparativamente com outros routers de produtores como a Belkin ou a Linksys, e ou mesmo outros dos que tivemos oportunidade de testar, e mais ou menos dentro da mesma gama de preços, o RT-N10 revela-se incomparavelmente superior. Suporta as mesmas velocidades de ligação (150 Mbits), mas pode ser configurado (desde que equipado com um firmware actualizado) de três formas diferentes, Router, Access Point ou Repetidor.



Cremos que as esquemáticas mostradas pelo próprio router mostram bem as diferenças de funcionamento dos três modos, sendo que, porém, o modo repetidor que se encontra exemplificado na última imagem acaba por ser bem mais completo do que o esquema demonstra ao permitir que o router funcione de forma mais complexa ao manter activas as portas RJ-45. Quer isto dizer que o acesso ao repetidor pode ser feito por cabo ou por wireless e não apenas por wireless como o esquema aparenta.

Isto não foi uma novidade, uma vez que tanto o WL300g que ainda possuo como o Wl500g que avariou funcionavam exactamente da mesma forma.

No entanto, ao contrário dos routers antigos da Asus, a realização de uma bridge com o zon hub foi surpreendentemente simples. Diria mesmo que foi estupidamente simples.

Após configurar o router como repetidor, somos confrontados com o seguinte menu.



Sim, é verdade… Uma lista das redes captadas pelo router. Aqui basta clickar naquela com a qual pretendemos fazer uma bridge, introduzir a chave da rede (há aqui que criar permissões de Mac Adress no router a que nos queremos ligar caso haja bloqueios desse género), e… voilá… Bridge executada.

A simplicidade foi tanta que até deu pena. Perdemos aqui uma oportunidade de criar um novo artigo para exemplificar como fazer uma bridge entre o ZON hub e este router, mas cremos que um artigo com duas linhas de texto não teria muito sucesso.

Este é um router cujos métodos de configuração automáticos são pura e simplesmente fabulosos, e simplificam tremendamente a vida a quem possui parcos conhecimentos de redes ao configurarem sozinhos todo o tipo de situações, por muito complexas que sejam.

Mas no entanto, o utilizador mais exigente também fica satisfeito. As opções estão todas lá, mas, ao se pretender configurar o seu router de forma mais complexa e “picuinhas”, os métodos automáticos esbarraram um bocado com o utilizador.

Mas convenhamos… Se a bridge estava executada e funcional, este método automático está longe de ser perfeito, e passamos a explicar o porque:.



Por exemplo, no caso da Bridge que referimos acima, teremos diferenças se interferirmos com o processo ao alterarmos-lhe as condições em que era suposto ele actuar. É que este tipo de conexão automática, ao pretender simplificar tremendamente o processo parte do principio que o router ao qual nos vamos ligar possui um servidor de DHCP ligado e que o RT-N10 irá obter o seu IP automaticamente. E esse efectivamente é o método que se revela mais simplista de configuração.

Mas no meu caso os IP’s são fixos e os servidores de DHCP estão desligados, daí que o RT-N10 estava com um IP fixo que lhe fora previamente atribuído.

Ora tal situação deu origem à seguinte mensagem de erro.

Esta mensagem de erro é perceptível e compreensível num método de configuração automática simplificada. É basicamente um aviso que o router não conseguiu obter um IP por DHCP.



E como prova que se tratou apenas de um aviso relativo a um passo automatizado que se previa ocorrer de determinada forma, verificamos, mal a janela se fecha que, apesar da indicação, a conexão foi efectuada com sucesso, o que se comprova pelo “visto” a verde junto do nome da rede:

No entanto, e apesar de a conexão estar efectuada, não é agora oferecido ao utilizador maneira de sair deste menu, apenas existindo a opção para uma nova re-conexão.

Tal obriga a que na barra de endereços do Browser tenhamos de manualmente voltar a chamar a página de entrada, uma vez que a conexão está efectuada e não há mais nada a fazer aqui.

Basicamente o método automático não prevê o uso de ip’s fixos e daí o erro com o aviso para tentar novamente que nos mantém posteriormente num menu onde a única opção existente é re-conectar.



Eu não chamaria exactamente BUG a esta situação. Afinal ela acontece porque foram alteradas já manualmente configurações do router e, naturalmente, quem as sabe fazer, também sabe como sair facilmente deste menu. Mas é uma pena que aconteça ao não ser detectado o sucesso na conexão.

Mas existem mais situações em que estes métodos chocam com o utilizador que pretende configurar a rede de forma mais complexa:

Dado que a minha rede é b/g e n, o router usando o seu método automatizado configura-se para uma bridge b/g/n. Nada mais lógico e coerente!

Mas a verdade é que b/g era o que eu tinha, e apesar de pretender manter o b/g activo no outro router por compatibilidade com diveros aparelhos, para o RT-N10 pretendia que a conexão fosse efectuada apenas pela norma n.

Ora assim sendo como fazer?



Nada mais simples. O método de bridge automatizado efectua a conexão da mesma forma, mas limitando-se à norma n, desde que eu indique o RT-N10 deverá ligar-se apenas pela norma n.

Ora o problema aqui passa apenas pelo facto que este tipo de configurações Wireless não existem em modo repetidor, pelo que temos de mudar o RT-N10 para router, alterar o modo wireless, e mudar novamente para repetidor.

Daí que surja a questão: Porque motivo o router não possui as opções básicas do wireless quando configurado como repetidor.

A explicação existe e mais uma vez está associada à automatização de todo o processo. O repetidor deverá limitar-se a apanhar as configurações do outro router e repeti-las. É isso que um repetidor faz!

Mas como disse, quando pretendemos ser picuinhas nas configurações, o utilizador choca de frente com estes métodos automáticos todos.



Aliás esta era uma situação que no WL500g que possuía não acontecia. As opções estavam lá todas sempre, independentemente do modo para o qual se o configurava, e isto porque ao contrário deste router onde existem os modos automáticos, o Wl500g era 100% “a la pate” (nota para os nossos leitores brasileiros: a la pate = à pata = à mão).

Inclusive opções como a largura do canal ser 20 ou 40 Mhz, tão importantes para a norma n tem de ser alteradas no modo router. O mesmo se passa se quiserem impedir acessos externos ao RT-N10 criando limitações locais por Mac Adress.

Estas são situações nas quais o utilizador avançado choca com o firmware automatizado do router. Mas no entanto não são verdadeiras BUGS, mas sim meros choques com um firmware 100% automatizado e simplificado e que se contornam sem problemas. Mas a verdade é que, se para o utilizador que nada percebe se lhe simplifica a vida, para quem percebe um bocado ao ponto de querer personalizar vê a sua vida complicada. No entanto, este ultimo utilizador tem acesso a tudo o que pretende uma vez que as opções estão lá, apesar de não estarem acessíveis como se acha que deveriam.

Já agora, como mera curiosidade, refere-se uma outra falha, esta sim consideramos uma Bug, mas que deverá funcionar a favor do utilizador. Não deverá contudo ser possível usa-la com outros routers, mas funciona com o ZON HUB que, curiosamente também a possui.

A norma IEEE 802.11n Draft proibe o uso de altas velocidades usando uma chave WEP ou TKIP como cifra unicast. Podemos confirmar isso no próprio RT-N10 quando no modo de escolha automática entre uma rede b/g/n, devido a poder tirar partido do n, o router avisa que irá activar por defeito a protecção WPA2, alegando que com uma chave WEP a velocidade máxima de transmissão terá de ser de 54 Mbits (ou seja, os aparelhos n usarão a compatibilidade com o g para se conectarem).



No caso que me interessa e onde foi descoberta a bug, pretendia usar apenas a norma n, pelo que essa foi a opção inserida. E mal escolhemos “n only”, recebemos imediatamente o aviso que a chave WEP não se encontra disponível, ficando o acesso a esta inacessível e o WAP2 como única opçao activa. Ora acontece que, se depois de escolhermos “n only”, entrarmos num outro menu qualquer e retornarmos à configuração do wireless vemos que o valor por defeito da protecção passou para… WEP, e isto apesar de a norma “n only” se manter activa.

Ora o ZON HUB parece possuir exactamente uma falha do género, e aparentemente permite o uso da norma n com uma chave WEP dado não existir qualquer aviso relativo a limitações, pelo que o RT-N10 se consegue ligar a ele usando “n only” e uma chave WEP.

Dado que o RT-N10 está exclusivamente a funcionar como n, a conexão ao efectuar-se deverá fazer-se forçosamente em n. O normal seria o outro router recusar a conexão ao detectar a norma n e uma chave WEP, mas isso não acontece aqui, o que dá a entender que a falha realmente se dá dos dois lados.



Não podemos garantir porém que as velocidades efectivas passem os 54 Mbits dado que não tivemos oportunidade de testar isso, mas uma vez que o RT-N10 estava com a norma n forçada no modo de 20/40 Mhz, acredita-se que pelo menos os 72 Mbits (a velocidade das redes certificadas 802.11n) serão obtidos. Pelo menos, como vemos na imagem de baixo o RT-N10 afirma ter uma ligação até 150 Mbits.

A verdade é que, pelo facto de estarmos com uma chave WEP as velocidades podem sofrer. Mas tentaremos brevemente alterar este artigo com mais informações sobre este assunto.

Nos restantes modos, o router revela-se extremamente completo:



Mac adress filtering

Configurações avançadas do wireless

Configuração de IP

Servidor de DHCP

Configurações de ligação a modem

Quality of service (prioridade de pacotes, um dos pontos fortes do router e essencial para quem pretende download e jogos online em simultâneo)

Port triggering

Virtual Server

Zona desmilitarizada

Servidores de DDNS

Firewall

Filtros Lan to Wan

Conclusão

O RT-N10 possui pequenas lacunas no seu firmware. Contudo, não se tratam de falhas que afectem o seu funcionamento, mas sim situações que poderiam ter sido detectadas e eliminadas facilmente.

No entanto, todas estas questões, são passíveis de ser contornadas. São meras chatices que em nada impedem o seu bom funcionamento.

Mas não fora essa situação e o router, apesar de excelente, seria absolutamente perfeito, particularmente a este preço de apenas 30 euros, o que o torna mais barato que a oferta da maior parte da concorrência onde os preços para este tipo de produtos que até nem são tão completos ronda os 40 euros.

Análise: Router Asus RT-N10
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Extremamente completo e com métodos de configuração automática extremamente funcionais, este seria o router perfeito. Mas aquilo que consideramos serem pequenos inconvenientes e que descrevemos no artigo impedem de lhe dar a nota máxima
Facilidade de utilizaçãowww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.com
Os métodos automáticos de configuração são de pasmar pela simplicidade. O router pode ser configurado de forma extremamente simples quer por aceso directo ao seu IP de fábrica, quer usando o cd de instalação. E ao contrário do que verificamos com a instalação simplificada do Linksys que aqui analisamos, a ASUS tem consciência que o utilizador não é necessariamente o administrador da rede. Revela-se um bocadinho mais chato para utilizadores avançados do que acontecia com os anteriores routers da Asus, mas a realidade é que está tudo lá.
Designwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.com
Nem feio nem bonito. No entanto até nem é desagradável à vista ao possuir um estilo bastante standarizado e sério
Relação qualidade/preçowww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.com
Sinceramente, por um preço a rondar os 30 euros dificilmente se arranjará algo melhor. Simples e funcional não há como pegar contra.
Overallwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.comwww.dyerware.com
Apesar dos inconvenientes encontrados, e uma BUG que até beneficia o utilizador, estamos na presença de um excelente produto, sendo que na funcionalidade, aquilo que interessa, é intocável. Confessa-se que, procurando um substituto para o meu WL500g, decidi-me por encomendar um router destes devido às suas tremendas capacidades e preço imbatível

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