As diferenças entre a anterior e actual geração: O caso Playstation

A Playstation 3 foi o maior insucesso da Playstation. Mas a PS4 está mesmo a bater as vendas da Playstation 2, a consola de mesa da Sony melhor sucedida até hoje! Quais os motivos e quais as diferenças entre o que foi feito na anterior geração e o que foi feito nesta.

Avaliar o sucesso da Playstation 4 não é exatamente algo fácil, mas é no entanto fácil perceber-se porque motivos ela não sofre dos mesmos problemas da Playstation 3. Tal como no artigo anterior sobre a Xbox, este artigo faz um comparativo entre o que sucedeu com as duas consolas, mostrando as diferenças na realidade de uma e na realidade de outra.

Note-se que este artigo, apesar de eventuais referências que possam existir com as consolas da concorrência, não compara a realidade das duas marcas, mas sim apenas as principais diferenças da realidade encontrada entre as consolas da mesma marca nas duas últimas gerações.

O lançamento

A Playstation 3 teve uma apresentação muito pouco conseguida. Os trailers que foram mostrados vieram a saber-se serem trabalhados ou apenas cutscenes. Apesar de em alguns casos, como Killzone a consola se ter conseguido aproximar do prometido, esse terá sido um dos poucos casos. Por exemplo, Motorstorm nem por sombras se aproximou do visualizado no trailer.



Mais ainda a Sony prometia fundos e fundos com o Cell abordando mesmo a temática dos 1080p, algo que nunca foi verdadeiramente uma realidade na consola, apesar de excepções (Gran Turismo 5 era 1080p, mas não Full HD).

Mas mais ainda a Sony insistiu na apresentação nas funções multimédia da consola, tentando-a passar por um sistema mais completo, e assim justificar o preço de 499 dólares na versão 20 GB e de 599 dólares na versão 40 GB.

https://www.youtube.com/watch?v=IH2w2l1JTs4

A Playstation 4 não sofreu do mesmo problema. A questão da resolução suportada nunca foi sequer abordada, a consola foi acompanhada de um slogan “For the Gamers”, e o seu preço foi extremamente atrativo. Aliás muitas das funções multimédia da PS3 nem sequer estavam presentes no lançamento e algumas ainda estão por lançar (como o suporte DLNA)

Curiosamente, tal como tinha acontecido na geração anterior, mas agora invertendo-se os papeis, a consola concorrente aparece a um preço superior exatamente por motivos de funções multimédia, caindo no erro que a Sony tinha cometido.



Por aqui vemos que a PS3 começou muito mal… a PS4, muito bem!

O timming de lançamento

A PS3 sofreu face à concorrência de uma vantagem teórica. Lançada um ano mais tarde a consola tinha tudo para ser mais potente do que a Xbox 360. No entanto a complexidade do seu hardware e os limites da placa gráfica escolhida levaram a que aquilo que seria a sua vantagem, a capacidade do Cell, e a sua facilidade de interferir no processamento gráfico, fosse usado quase exclusivamente apenas para compensar as diferenças de performance gráficas entre as consolas

Com a XBox 360 com mais de um milhão de consolas já vendidas na altura do lançamento da PS3, a consola precisava de ser efetivamente mais potente e de ter facilidade de se extrair a potência. E isso não aconteceu.

A PS4 foi lançada ao mesmo tempo da Xbox One, o que anulou a vantagem que a 360 teve sobre a PS3. Aliás com sistemas x86 nenhuma marca se atreveria a correr o risco que a Microsoft correu na geração passada.



O hardware

O Cell foi uma revolução, sendo que era efetivamente poderoso, mas no entanto era extremamente complexo e difícil de programar tendo demorado anos a ser dominado. Ainda hoje, apesar de muitas das técnicas hoje existentes se deverem ao Cell, o mesmo não é bem visto pelos programadores que preferem arquiteturas mais convencionais. E para piorar a coisa, conforme já referido, a potência que ia sendo obtida do Cell tinha forçosamente de ser usada para simplificar o processamento gráfico de forma a que a placa gráfica da PS3, a RSX conseguisse acompanhar a Xenos da Xbox 360.

O resultado foi que a PS3 nunca se revelou como a consola mais adequada à obtenção de performances da geração anterior, perdendo regularmente a nível de resolução, fotogramas e mesmo efeitos.

Na presente geração a PS4 é a consola que se apresenta como mais adequada à obtenção de performances, alterando radicalmente o quadro face à geração passada. Mas mais ainda os programadores consideram a sua programação relativamente simples e as ferramentas que permitem a conversão de programação DirectX para a consola facilitam ainda mais a vida.

Os jogos



A PS3 conseguiu virar o mercado apresentando uma série de IPs de luxo e todos eles inovadores. Basicamente com a PS3 a Sony fortaleceu a sua posição no domínio das First Party, criando uma série de IPs de luxo. Foi graças a essa novidade e inovação que a PS3 ao longo da sua vida foi recuperando face à Xbox 360.

Com a PS4 a Sony mantêm a mesma política. A PS4 até ao momento não repetiu ainda nenhum título, apostou apenas em IPs de menor relevância, em IPs novos e frescos, bem como reserva ainda o trunfo dos seus grandes IPs para o ano que vem.

Tal tem vindo a ajudar a solidificar a sua posição como líder de mercado, apesar de tal como a Microsoft, a empresa fazer uma aposta em remakes que saturam o mercado. Exemplos são:

Já lançados

Uncharted – Três jogos



God of War III

The Last of Us

Por lançar

Heavy Rain

Beyond Two Souls



5 jogos lançados, com 2 por lançar. A questão é que, para além de serem menos que os 14 da concorrência (como vimos no artigo anterior), certos jogos como Heavy Rain, Beyond Two Souls e The Last of Us não tem ainda oficialmente prevista qualquer sequela, não sendo por isso verdadeiramente franchisings, mas sim jogos independentes.

A PSN+

A PS3 foi pioneira na PSN onde permitia que se jogasse sem qualquer pagamento. A PSN+ foi igualmente uma mais valia graças ao valor das ofertas ali dadas mensalmente.

A PS4 neste campo alterou parcialmente a situação. Apesar de muitos jogos poderem ainda ser jogados online de forma livre, a maior parte requerem a adesão ao PSN+.

Onde a situação piorou claramente face ao que se regista na PS3 é o chamado valor pelo dinheiro: A qualidade e valor dos títulos ofertados desceu e os jogos AAA não foram ainda uma realidade nas ofertas para esta consola.



Em contrapartida a qualidade e estabilidade da rede aumentou tremendamente face á oferta gratuita, e a oferta de serviços na PS4 é muito superior à que existia na PS3, mas é exactamente na PSN+ onde se espera actualmente que haja maior evolução na componente PS4, elevando-se a qualidade e valor das ofertas.

Revendo as principais diferenças:

· A ausência de focagem no multimédia (que curiosamente, e mesmo com a experiência da geração passada, foi algo que a Microsoft fez)
· A potência da máquina (que passou da menos potente à mais potente)
· Lista de jogo novos e inovadores (A sony continua a inovar com novos IPs, sem abandonar os seus trunfos)
· As novidades da PSN (e aqui nem todas foram para melhor, perdendo-se claramente no que toca ao valor do ofertado face ao pago)

A ideia que dá é que a Sony está no bom caminho, e o volume de vendas comprova-o. Apesar de algumas opções menos bem conseguidas, especialmente nas ofertas da PSN face ao passado, a Sony aparenta ter, até ao momento, tomado basicamente melhores opções que a concorrência. E isso tem vindo a refletir-se nas vendas!



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