Executivo da Microsoft refere que os criadores vão arranjar uma forma de dar a volta à vantagem do SSD da Sony

Infelizmente o executivo não tem a noção que há coisas que, uma vez realizadas, serem alteradas para menos criariam uma versão inferior.

Recentemente um executivo da Microsoft veio a público falar da vantagem do SSD da Sony… E o que diz não é um claro um reconhecimento de que a consola da Microsoft poderá ter versões de alguns jogos onde será claramente inferior.

As frases são de Bill Stillwell, gestor de programas da Microsoft, que está actualmente no projecto Hololens após ter saido da XBox. E num Podcast recente ele abordou a questão dos ecrãs de carga eliminados pelo SSD da PS5.

Antes de o citarmos convêm explicar que este senhor não é programador, e pelo que se percebe, nem domina muito esse assunto. É apenas um funcionário da Microsoft e não fala de forma oficial pela empresa, mas não deixa de ser interessante a sua reacção de controlo de danos perante as reacções dos programadores ao SSD da consola, fazendo lembrar o antigo “Nós criamos o DirectX.

Eis as suas palavras:



Eu vou dizer duas coisas com isso. Primeiro, entendo que é um ponto de marketing e acho que disse no último Podcast que fizemos, estou realmente impressionado com a arquitetura que eles fizeram com o disco e eles poderão fazer coisas muito porreiras com ele. Também não acho que seja assim tão mais  impressionante do que o que você será capaz de fazer com a Série X, por isso, tenho muita confiança nessa equipe. Também direi: olhe, reservo-me o direito de acordar mais esperto amanhã e alguém pode provar que estou errado e terei aprendido. Uma coisa que aprendi é que nunca devemos subestimar os criadores de jogos na forma de tirar proveito de algo e contornar esse problema, apesar que isso funciona nos dois sentidos. E assim, a capacidade de um criador de jogos olhar e dizer “ok, estou a construir este jogo e quero ter uma transição perfeita sem ecrãs de carga na PlayStation, mas também vou querer vender o jogo na Xbox. O que vou fazer para gerir este tipo de coisas?” Será esse o truque e as técnicas, e talvez esteja apenas a inventar, mas talvez hajam elevadores na versão Xbox e não na da Sony. Eu não sei como eles vão abordar a questão, mas eles vão aprender a abordá-lo e vão descobrir maneiras de o contornar, e é aí que você obterá essas economias dessa declaração de absoluto versus o que realmente podemos fazer quando esses jogos forem lançados.

Apesar de Bill referir de forma clara que não fala pela empresa, o certo é que ele está aqui a reconhecer que, na sua opinião, a consola da Microsoft não conseguirá acompanhar a da Sony sem alterar os jogos de forma a que estes possam correr nas suas maiores limitações. Uma frase que poderá não cair bem nos superiores da Microsoft.

Nas suas palavras ele elogia o SSD da Sony (que é efectivamente elogiável), dizendo que entende que ele não será assim tão mais impressionante do que o que a série X pode fazer, reconhecendo porém que poderá estar errado.

Refere depois que acredita que os criadores de jogos darão a volta à coisa, referindo que isso funciona nos dois sentidos. Ou seja, este senhor tem o cuidado de referir que da mesma forma que espera que o SSD da PS5 não seja uma real diferença a favor da PS5, a maior performance da Xbox também não será uma real diferença para a Xbox.

Refere igualmente que os criadores irão criar os jogos a pensar em tirar partido da próxima geração, mas igualmente tendo em conta que serão versões multi plataforma.

Este senhor está a ser bastante honesto e sincero. Mas confesse-se que é estranho ouvir algum da Microsoft vir reconhecer que há um elemento diferenciador entre as consolas, e que não pode ser superado sem alterações ao jogo.
No entanto, e isso está a ser reconhecido por todos, a realidade é que o SSD e o respectivo sistema de I/O da Sony faz a diferença, e isto vimos a dizê-lo desde sempre, pelo que não o reconhecer seria um erro.

Agora, a questão é que o que o SSD traz não se resolve de forma tão simples como este senhor propõem, com a criação de corredores que não existem na PS5. Um mundo aberto teria de mudar radicalmente o mapa para isso. Para além do mais, a diferença entre SSDs não justificaria sequer alterar o jogo para isso, uma vez que o corredor duraria no máximo 3 segundos.



Eis umas imagens colocadas por alguém que mostram bem como isso seria impossível:

Basicamente é nossa opinião que o que veremos são jogos com geometria dinâmica, em que cada sistema obtêm a informação que o seu sistema de leitura permite. Tal como as resoluções.

Alternativamente teremos mesmo ou versões criadas com diferenças na qualidade da geometria, ou então nivelados por baixo, o que implicaria, ao não haver dinamismo que a Xbox estaria a reter as potencialidades da geração . E nesse caso não nos admiraria que houverem jogos em que os criadores não quiserem cortar a sua liberdade criativa, e que acabariam por ser exclusivos “gratuitos” da Playstation 5 (no sentido que a Sony não os compra, e a opção de lançar apenas na PS5 é do criador). E com o Unreal Engine 5 a suportar a consola, essa possibilidade aumenta ainda mais.



Mas é difícil especular sobre o que aí virá. Ganhos a este nível trazidos por um SSD nunca existiram antes, pelo que se torna difícil prever o que pode ou não ser feito com ele. O que não parece deixar dúvidas é que as first party vão criar conseguir com ele criar obras mestras. Quanto aos outros, é esperar para ver.

Fica igualmente a nota que Mike Ibarra, até à bem pouco tempo segundo no comando da Xbox logo após Phil Spencer (era vice presidente da divisão Xbox), e que foi uma das figuras de proa da actual geração, mas agora afastado da Microsoft, também se mostrou fascinando com o que a sony criou no seu sistema de I/O.


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