O próximo passo da pirataria, os objectos físicos.

O avanço da tecnologia tem historicamente causado grandes problemas na sua implantação, com os poderes instituídos a alegar que estas tecnologias serão a sua ruína. Foi assim com a rádio,foi assim coma televisão, foi assim com os vídeos, e é agora com a internet.

Mas ao longo dos tempos as industrias acabaram por se adaptar às realidades do mundo, e hoje em dia é quase impensável passar-se sem Radio, TV ou leitores de DVD (que entretanto substituíram os vídeos).

Mas mesmo que o mundo se adapte à realidade da internet e adapte os seus modelos de negócio à mesma, legalizando-se situações como a pirataria e criando-se formas de as empresas poderem ganhar com isso, há já em vista o próximo problema que daqui a uns anos levarão, mais uma vez, as empresas ao desespero e à perseguição dos utilizadores, a possibilidade da reprodução de objectos físicos exactamente iguais ao original.



Falamos, claro, das impressoras 3D, e da possibilidade de podermos a vir a imprimir objectos físicos em casa. Será uma nova forma de partilha que de forma digital poderá incluir agora conteúdo não digital, e que certamente será igualmente apelidada de pirataria.

E esta realidade não está apenas prevista por nós, com sites como o Pirate Bay a já terem abordado estes assuntos, chamado a esses produtos os “Physibles”.

Estes produtos que poderemos criar em casa podem partir de modelos 3D criados a partir do nada, ou então de digitalizações 3D de objectos existentes. Será assim criado um ficheiro digital que na prática acaba por conter uma cópia que pode ser tornada física, de um objecto.

Esta será uma ameaça que afectará todo o comercio (exceptuando os bens comestíveis) e não apenas os produtos digitais, e com as impressoras 3D a terem daqui a uns anos custos irrisórios, esta será uma realidade com a qual será preciso lidar.

Para que comprar um saleiro da marca X quando podemos fazer um em casa exactamente igual? E porque não copiar a bolsa rígida para iPhone da marca Y?

Legislações contra a Pirataria não irão resultar. O progresso não pode ser parado e novas formas de ameaças irão surgir. Há que adequar o mundo e os modelos de negócio à realidade das tecnologias, e não censurar cada vez mais o existente. Afinal pelo actual caminho, mais cedo ou mais tarde a decisão terá de surgir: Liberdade e Democracia, ou Censura e Repressão? E mais do que a pirataria em si é isso que está em causa!



 



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