Tudo o que precisas de saber sobre o Dolby Atmos

Num mundo onde há inúmeros standards de audio, o Dolby Atmos é dos mais recentes. Em que se distingue, e quais os seus requisitos?

Em vez de falarmos directamente do Dolby Atmos, vamos fazer um pequeno resumo sobre os diferentes standards audio que tem vindo a aparecer. Não vamos ser exaustivos sobre os standards antigos, mas apenas referir os mesmos com o intuito de percebermos a realidade dos mesmos, e como estes são, no fundo todos eles retro-compatíveis.

Basicamente o primeiro standard que tivemos era o MONO. Basicamente o audio era capturado, e reproduzia numa coluna.  Conjuntos de colunas podiam ser usados, especialmente para cobrir áreas largas, mas a realidade era só uma, todas elas reproduziam exactamente o mesmo som.

Sistema Mono



Eis que aparece então o STEREO. Basicamente uma resolução associada a um sistema de captura audio diferente e que permitia dividir o som em dois canais, o esquerdo e o direito. A diferença era bastante grande com o som a poder circular entre as colunas e criando efeitos de movimento audio até então impossíveis.

Sistemas com diversas colunas podiam igualmente ser usados, mas as colunas ou reproduziam o som da esquerda, ou o da direita, mas nunca os dois (isto apesar de ambas as colunas poderem partilhar em simultâneo certos sons).

O passo seguinte foram os sistemas 2.1, com a introdução de uma caixa de baixos externa que aumentava a intensidade do som, e que foi logo seguido dos primeiros sistemas 4.1.

Sistema 2.1



Os sistemas 4.1 dispunham de 4 colunas, duas stereo que eram colocadas na frente do utilizador e duas mono (que reproduziam o mesmo som nas duas), colocadas na traseira do utilizador (o som envolvente ou surround), bem como uma caixa de baixos para dar força ao audio. Estes sistemas na fase inicial basicamente usavam um pequeno processador que tentava separar os sons que seriam envolventes e enviavam para as colunas traseiras, mas a separação não era perfeita, e nesse sentido, com excepção da separação perfeita do stereo (esquerda e direita) nas colunas frontais, os sons acabavam por se ouvir todos em todas  as colunas, apesar que com volumes diferentes.

Sistema 4.1

Os primeiros sistemas 5.1 sofriam exactamente dos mesmos problemas com o som surround a ser reproduzido baixinho nas colunas frontais, e o som frontal a ser reproduzido baixinho nas traseiras, acrescentando porém uma coluna central que reproduzia mais alto os sons comuns nas colunas esquerda e direita.



Sistema 5.1

Foi preciso entrarmos no Prologic II para que a separação entre o audio nas diversas colunas se tornasse quase perfeito, trazendo o stereo para as colunas traseiras, sendo que com o AC3 a situação melhorou ainda mais, permitindo entrar nos sistemas 7.1 onde o utilizador contava com uma coluna central, uma coluna frontal esquerda, uma coluna frontal direita, uma coluna lateral esquerda, uma lateral direita, uma coluna traseira esquerda, e uma coluna traseira direita, para além da caixa de baixos.

Estes sistemas distinguiam-se então pela separação do audio de forma perfeita com uma codificação de indicação de qual a coluna que deveria reproduzir o som, tornando-o assim basicamente perfeito na envolvência 360 graus 2D do utilizador.



Sistema 7.1

Como podem ver, estes sistemas permitem uma cobertura a 360 graus do utilizador… mas como estas imagens o demonstram, a envolvência é 2D, ou seja, não cobre alturas.

Todos estes sistemas são compatíveis entre si, e isso quer dizer que o audio 7.1 pode reproduzir no 5.1, perdendo no entanto a definição adicional das colunas laterais que se distribiu pelas frontais e traseiras. E da mesma forma o audio pode ser reproduzido em sistemas 4.1 perdendo o som frontal que é reproduzido pelas duas colunas da frente, e por um sistema 2.1 que mistura nas duas colunas todo o audio, num sistema 2.0 ou Stereo, perdendo os efeitos dos baixos adicionais, e mesmo num sistema Mono.



Ora esta é realidade das coisas no que toca a colunas de sala, mas no entanto, há outros sistemas, como os Headphones. E no meio de todas estas tecnologias, e devido aos headphones que nem sempre se dignavam, ou podiam pela sua dimensão, ter distribuidos pelos auscultadores um número de colunas adequada à reprodução destes sistemas 5.1 e 7.1 começaram proliferar as tecnologias SPATIAL. Basicamente, com a presença de um processador audio, o som é reproduzido num conjunto bem menor de colunas, sendo que o Stereo é o suficiente, e onde é calculada uma projecção do som a ser feita que simule o efeito da presença física de uma coluna em outro local. E devido que o auscultados, mesmo os maiores, necessita de fazer esta projecção a curta distância, a situação funciona muito bem. Nesse sentido, muitos dos headphones que se anunciam 7.1 na realidade não o são, podendo ser algo bastante abaixo, e que, pela presença de um processador audio no sistema dos headphones, simula o 7.1 real.

E foi baseado nesta tecnologia SPATIAL que surgiu o Dolby Atmos. O intuito? criar uma envolvência ao utilizador que passe além do plano 2D, colocando igualmente sons acima e abaixo deste.

Para tal, o Dolby Atmos, na sua extensão máxima, conta com colunas fixas adicionais ao 7.1, num máximo de 4 e colocadas sobre o utilizador, nomeadamente topo direito frente , topo esquerdo frente, topo direito trás e topo esquerdo trás.  É um total de 12 colunas a contar som o Subwoofer.

Sistema Dolby Atmos



A ideia deste esquema 360 graus 3D é criar a total envolvência ao utilizador, sendo que o som que deveria vir de baixo, acaba por ser projectado pela ausência de colunas no chão.

Ora os requisitos para o suporte desta tecnologia são curiosos, porque na realidade, apenas se torna necessário um descodificador que a suporte, e um par de colunas Stereo. A norma está feita para separar o audio para as colunas físicas caso elas existam, mas igualmente para as virtualizar por projecção audio Spatial no caso da sua ausência. Isto quer dizer que o resultado vai variar conforme as especificações do sistema de som usado, uma vez que a coluna física suplanta a qualidade do som projectado, mas a realidade é que a norma funciona num simples sistema Stereo, elevando em qualquer dos casos a qualidade audio para um som envolvente criado por projecção.

Este é o motivo pelo qual a Microsoft afirma que qualquer auscultador pode funcionar com as suas consolas no suporte Dolby Atmos, pois a consola cria a virtualização, substituindo o descodificador audio, e detectado o tipo de capacidades dos headphones ou sistema de som usado, faz mais ou menos projecções conforma a ausência de colunas físicas e mais ou menos direccionamentos audio físicos na sua presença.



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