Tudo o que se soube até hoje sobre as futuras consolas – Parte 1

Uma previsão do futuro baseado em tudo o que se soube até hoje

Nota: Artigo adaptado de post do utilizador anexanhume, publicado no Resetera.

Apesar de oficialmente nada ser conhecido sobre o que serão as futuras consolas, o certo é que existiram uma série de rumores, uns mais fundamentados, outros menos, que nos dão uma perspectiva sobre o que elas serão. A ideia deste artigo é compilar um pouco tudo o que foi referido até hoje, tentando assim dar uma perspectiva sobre o que se poderá esperar no futuro.

Novas consolas – Para quando?

Bem, a data de lançamento de novas consolas por parte da Microsoft e Sony é uma incógnita, mas a janela de lançamento esperada é entre os finais de 2019 e finais de 2020. Há uma série quase incontável de fontes que referem esta situação e que apontam como sendo este o período em que ambas as empresas planeiam lançar as suas consolas.

Quanto às marcas, a realidade é que estas já confirmaram que, de forma mais ou menos directa, que estão a trabalhar nas sucessoras das consolas atuais.



A realidade é que este período se enquadra perfeitamente no quadro de lançamento das tecnologias necessárias para a existência das novas consolas, conforme podemos ver na imagem de baixo. Desta forma, apesar de as datas poderem ser adiadas por problemas técnicos, a realidade é que em finais de 2019 estão já reunidas as condições para o lançamento das mesmas.

Dentro desta janela de lançamento os rumores iniciais apontavam mesmo para o final de 2019, sendo que tal mudou passando-se a apontar como período mais provável um lançamento até finais do primeiro quarto de 2020, sendo que mais recentemente tem existido algumas referências da hipótese de novo adiamento para o final de 2020. O adiamento de finais de 2019 para o primeiro quarto de 2020 parece ter-se devido à descoberta de uma falha no silicone dos protótipos da Navi que levou a que o chip tivesse de atrasar pelo menos 3 meses. Este problema estaria igualmente ligado ao lançamento da Radeon VII que não estaria inicialmente prevista pois Lisa Su referiu que o Vega 7 nm não atingiria o mercado de Gaming.

Quanto ao possível adiamento para finais de 2020, ele poderá ser apoiado por esta oferta de emprego da AMD que mostra a procura de um engenheiro para melhorar performances dos GPUs GFX-10 (que serão os Navi), mostrando que a AMD nesta fase ainda está a trabalhar nas performances desse GPU.



Rumores e fornecedores

Apesar de não haver qualquer certeza sobre quem fornecerá o hardware que equipará as consolas de nova geração da Sony, a CEO da AMD, Lisa Su deu a entender a continuidade de uma estreita relação com os fabricantes da Xbox e PS4, dando a entender que a AMD se encontra a trabalhar com ambas as empresas no sentido de desenvolver hardware personalizado para as necessidades de ambos, naquilo que será a futura geração, algo comprovado no passado dia 9 quando Phil Spencer compareceu no Keynote da AMD dando a conhecer a parceria com a empresa. Mas apesar de só existir confirmação oficial de um dos lados, acredita-se que a AMD continuará a ser o fornecedor privilegiado das duas empresas.

A dar como que uma confirmação a tudo isso temos o alinhamento de lançamentos da AMD, quer a nível de GPUs, quer de CPUs e que coincide com o lançamento das novas consolas no período referido em cima, sendo que o Zen 2 e o Navi são produtos que estão prestes a ser lançados, sendo que a Navi tem mesmo protótipos funcionais em laboratório à vários meses, sendo esperados em 2019.

O parceiro da AMD para a produção do seu hardware será a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), que trabalhará na litografia de 7 nm, estando envolvida com este processo de fabrico desde o segundo quarto de 2018 e tendo trabalhado nas variantes do SOC A12 que equipam o iPhone o iPad.

A TSMC planeia começar com uma versão revista do processo, os 7nm+ que usa litrografia de ultravioletas extremos em partes não criticas da construção, no segundo quarto de 2019, o que mais uma vez se adequa ao lançamento das novas consolas, mostrando igualmente já maturidade no uso do processo de 7 nm.

Este nova revisão trará ganhos de perormance adicionais entre os 10 e os 15%, bem como maiores ganhos no uso do espaço que pode assim diminuir ainda mais. É de notar porém que este novo processo traz riscos adicionais e que, caso seja preferido pelos fabricantes de consolas, para uma maior garantia na qualidade do uso do processo, poderá levar ao adiamento das consolas para além do final de 2019, entrando assim em 2020.



O Zen 3 e uma nova geração de GPUs, com uma nova e inovadora arquitectura estão igualmente previstos para 2020, mas pelos mesmos motivos, o risco do seu uso para lançamento nesse mesmo ano são grandes, pelo que uma escolha por este hardware iria atrasar o lançamento por pelo menos mais um ano, atirando-o, pelo menos para 2021.

As incertezas de custo e tecnológicas

Uma das questões que mais incertezas traz às consolas, tanto do ponto de vista monetário como tecnológico, prende-se com as várias tecnologias usadas. Por exemplo, no capítulo da RAM, os maiores candidatos são a GDDR e a HBM, mais especificamente a GDDR6 e a HBM6. O custo da GDDR6 face à HBM tornam-na na principal candidata, até porque o seu custo deverá ser bastante menor, e largura de banda que permite obter deverá ser mais do que suficiente. O facto de a GDDR estar mais ligada a produtos de consumo ajudam igualmente na escolha como a candidata mais potencial, até porque os maiores produtores, Samsung, Micron e SK Hynix apostarão certamente nela e irão fabrica-la em quantidades industriais.

Comparativamente a HBM2 é produzida em menores quantidades, apesar da sua presença em GPUs como a Vega 56 e 64, motivo pelo qual o seu custo é superior. A realidade é que a GDDR6 compete com a HBM2 em termos de largura de banda, excepto quando nos aproximamos dos valores limites, caso onde a HBM a supera. A HBM3 promete duplicar a largura de banda da HBM2  ao mesmo tempo que deve descer o custo, mas não há ainda previsões sobre quando estará disponível.

Há no entanto problemas com as memórias, sejam elas quais forem. O maior prende-se com a elevada demanda da mesma pelos produtos móveis, que consomem grande número de linhas de produção, algo que depois é piorado pelos arranjos de preços que levam a subidas de custos incontroláveis

Mas para além da memória viva, ou RAM, temos também a questão das memórias NAND, mais conhecidas como memórias Flash, e que podem ser usadas em discos rígidos híbridos ou dedicados (SSD). É que se formos a ver a necessidade de um armazenamento que seja bem mais eficaz na velocidade de fornecimento de dados deverá ser algo imperativo na nova geração, e isso implicará que estas devam estar equipadas com discos dotados com estas memórias que optimizem as leituras e permitam menores tempos de carga.



Criadores de software

Os criadores de software tem sido um dos principais responsáveis pelo conhecimento da existência de novas consolas, quer pelo divulgação pública dos seus projectos, quer pelas contratações para novos projectos.

Para além disso a imprensa escrita está sempre a questionar estes sobre os seus desejos e visões tecnológicas para futuras iterações de consolas. Por exemplo, Cory Barlog deseja mudanças incrementais nas ferramentas e no design dos processos, de modo a que os criadores possam nivelar os seus bens e conhecimentos que possuem. Mas o principal a esperar-se de uma nova geração são mundos mais dinâmicos e interactivos com fisicas mais detalhadas, e diversas melhorias que podem ser fornecidas por uma melhoria substancial no CPU.

O ray tracing é tambem algo que tem vindo a ser falado, sendo que a Microsoft até criou o seu DXR API, uma extensão para o DirectX. Mas a realidade é que mesmo antes dele muitos jogos tinham vindo a implementar pequenas quantidades de Ray Tracing, mostrando o desejo da industria de o ter.

Resumidamente, estes criadores nunca revelaram verdadeiramente dados significativos, mas apenas a existência de novas consolas. O problema prende-se com os Non Disclosure Agreements (NDA) que os impedem de falar, o que não tem porém impedido alguns de dizer que, mesmo sem revelar nada, possuem conhecimento do que serão os planos para a próxima geração.

Mas apesar da melhoria da tecnologia, o que definirá o conceito de “nova geração” é algo que ainda não está definido. O que será que distinguirá os jogos dos que existem actualmente é algo que não está ainda perfeitamente claro. Mas as empresas estão a trabalhar nisso, e as contratações para a criação de jogos de nova geração estão aí em quantidade, seja do lado dos criadores do hardware, quer dos do software.



Os homens que falam sem dizer grande coisa

Por várias vezes representantes da Microsoft e Sony abordaram as novas consolas. Isto por pessoas que possuem tarefas de criar excitação pelos novos produtos, evitando porém que ela tenha implicação nas vendas dos actuais . E a realidade é que, da parte do público em geral, apesar dos conceitos de consolas de meio de geração, ainda existe uma crença na separação das gerações.

O mais falador de todos os representantes tem sido o Vice Presidente executivo da Microsoft Gaming, Phil Spencer, cuja consola que possui se encontra actualmente com piores vendas. É de notar que, historicamente, essa não é uma posição exactamente desconhecida da Microsoft, mas que consideramos desapontante dado o sucesso que a Xbox 360 granjeou em todo o mundo. A questão é que o normal é exactamente que quem segue as pisadas dos outros em último lugar seja mais activo no que toca a relações públicas, e nesse campo Phil Spencer não tem sequer rival, abordando regularmente questões ligadas aos produtos ainda por lançar, ao ponto de os anúncios serem feitos de forma prematura e potencialmente capazes de prejudicar vendas.

Mas os seus comentários tem abordado questões tecnológicas que as consolas deverão suportar, como é o caso do Ray Tracing, aceleração por Inteligência Artificial por hardware especializado, melhores tempos de carga, suporte de criadores Japoneses, feedback dos criadores de software, maiores refrescamentos de ecrã, streaming para outras plataformas, e mesmo a possibilidade de múltiplas variantes do produto num curto espaço de tempo.

De notar que isto não quer dizer que a Microsoft esteja numa má posição. A receita por utilizador subiu bastante nesta geração em todas as plataformas, dado que as subscrições, serviços, microtransações e jogos populares como o PUBG e o Fortnite abriram novas portas para a receita das empresas. As receitas da Microsoft superaram os 10 mil milhões este ano, em parte pelas subscrições do Xbox Live. E esta é uma situação em que a Sony tambem se encontra graças ao tremendo crescimento das adesões ao PS+ que a Sony entende como sendo vital para a plataforma.

Do lado da Sony, Shawn Layden, Chairman da SIE Worldwide Studios, o CEO da Sony Kenchiro Yoshida, e o SIE CEO, John Kodera, tiveram referências a uma sucessora da PS4, mas apenas muito recentemente e de uma forma incomparavelmente mais discreta do que a usada pela Microsoft. O sucesso da PS4 é algo que é de preservar e não de perturbar, até porque a divisão está a obter valores recordes de receitas. Mas o anuncio da remoção da PS3 e da PS Vita dos jogos PS+ é visto como uma admissão tácita de que a uma nova geração está à porta.



Mantendo o foco em Kodera, este tambem referiu que a Sony está a testar formas de prender os utilizadores de aparelhos móveis sem que estes necessitem de um aparelho em particular, referenciando a experiência que está a ser obtida com o PlayLink e estes aparelhos. Infelizmente, ao falar em japonês as suas frases foram deturpadas pelos media que entenderam que este tinha referido que a PS4 ainda tinha 3 anos de vida pela frente, algo que não correspondeu á verdade, como foi clarificado por Yuji Nakamura que estava presente na altura das declarações, e que fala de forma clara ambas as línguas.

Kodera foi o responsável da Sony que deu o maior indicio da previsão de lançamento de uma nova consola entre finais de 2019 e finais de 2020, ao apresentar um gráfico de previsão de receitas desde 1995 a 2020, mas deixando por preencher os valores de 2019.

O visualizado era uma quebra de receita entre dois valores previstos em 2020 que não foram clarificados a que se referem. De notar ainda que a Sony não previu a quebra das receitas dos serviços de subscrição até 2020, o que irá ajudar a suavizar a transição geracional, pelo que é lógico que se pense que a quebra só pode estar associada a um outro factor: Os custos de lançamento de um novo hardware. Afinal este tipo de quebras é típico do lançamento de novos produtos, dado que estes estão no seu pico de custos de produção, e há tremendas despesas de logística e marketing, que podem mesmo conter absorção de prejuizos iniciais.

Por muito que se tente ignorar, a omissão de 2019 não pode deixar de ser encarada como importante. A falta de percepção sobre qual a queda prevista para 2019 esconde a real data de lançamento da consola. Uma quebra superior a 2020 implicaria um lançamento aí, mas mostrar tal poderia criar uma obrigação da empresa em lançar nesse ano. E talvez possa ser esse o motivo das duas previsões para 2020, uma com valores mais altos para um lançamento em 2019, e outra com valores mais baixos para um lançamento em 2020.



Foi ainda sabido que a Sony não realizará nenhuma PSX em 2018 e que não estará presente na E3 2019, o que preocupou os fans. Mas quando questionado pelos fans sobre o assunto, Shawn Layden respondeu apenas “vemos-nos para o ano”, o que levantou em muitos a esperança de um lançamento em 2019, sentimento que foi ainda mais espevitado quando o tema de natal lançado para a Playstation apresentava o que parecia um 5 no lugar do S de playstation, algo que poderia estar ligado aos 5 anos da consola, ou ser um aperitivo para aguçar o apetite sobre o que 2019 nos reserva.

CONTINUA

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