Faltam pouco mais de 15 dias para o lançamento da Switch! E há tanto ainda por esclarecer.

Não se pode deixar de pensar nos motivos porque, a menos de um mês do lançamento (na realidade pouco mais de 15 dias), a Nintendo não revela as realidades da Switch.

Convenhamos que basicamente todos os verdadeiros amantes dos videojogos ficariam extremamente agradados ao ver a Switch ser um sucesso! A Nintendo é… bem… é a Nintendo! Os seus jogos são únicos e possuem uma magia que se torna difícil de descrever. São a diversão no estado mais puro e os seus jogos respeitam ao máximo o conceito para o qual este mercado foi criado, o do entretenimento.

Mas nesse aspecto, perante tantas questões, tantas dúvidas sobre o que a Switch poderá ser, e que já expusemos em outros artigos, a Nintendo deveria colaborar um pouco mais. E não o está a fazer!

A realidade é que a consola é lançado no dia 3 de Março, mas muitas das questões que rodeiam a consola estão ainda por ser respondidas!

Vamos ver algumas dessas questões e as respostas que não temos, ou que são incompletas:



Retro compatibilidade com a Wii, Wii U e 3DS

Resposta curta: Não!

Resposta longa: Talvez!

E é esta situação que a Nintendo não esclarece mais. Vamos lá a ver, a Switch não corre jogos da Wii ou Wii U, e há um motivo que salta á vista, o facto de não ter leitor optico. Da mesma forma não pode carregar os jogos da 3DS por não ter o leitor de cartões.

Mas no entanto o que se passará com os jogos digitais? Bem, é a própria Nintendo que levanta a dúvida quando refere que é possível coloca-los a correr na Switch, nem que seja por meio de relançamentos. Mas e esses relançamentos? Serão pagos, ou haverá forma de a Nintendo saber quem possui as versões anteriores, dando esses relançamentos de forma gratuita a quem já possui os jogos?

A Nintendo sugeriu que o NintendoID, que nunca esteve associado a downloads entre diversas plataformas poderia ser usado aqui para esse fim, mas mesmo que isso venha a ser aplicado, quando é que o será?



Seja como for, a realidade é que o hardware não é compatível com os restantes, e a passagem de jogos da Wii U para aqui não é possível por emulação dadas as proximidades de performance de ambas as consolas. Daí que o mais certo é que os jogos tenham de ser comprados de novo, e que o NintendoID, quando muito, se limite a dar direito a um desconto.

Mas esta é uma situação que a Nintendo não esclareceu ainda.

E a Virtual Console? Terão os jogos de serem comprados de novo?

Talvez sim, talvez não! Mas a Nintendo também não abordou o tema. Até hoje em todas as plataformas a livraria da consola virtual foi re-iniciada, e nas consolas passadas da Nintendo, os jogos compradas em uma não passam para a outra, tendo de ser comprados de novo.

Quem sabe a Nintendo aqui não pensará ou atuará agora de forma diferente. Mas seja como for, a Nintendo não esclareceu ainda, apesar que se refere que o fará dentro de dias.



Quais são as alterações realizadas pela Nintendo ao Tegra X1?

Bem, sabemos que mesmo sem qualquer alteração, este chip deverá ser, e isto de acordo com dados da Eurogamer, mais poderoso que uma PS3 e uma Xbox 360. Mas também sabemos que, dê por onde der, este chip nunca será tão poderoso como uma Xbox One ou uma PS4.

Sim, as consolas da Nintendo nunca apostaram no poderio das performances, mas seria interessante saber algo mais sobre o SOC e as suas capacidades.

Aliás, sobre as capacidades da Switch há que se referir que os valores das velocidades de relógio do CPU e GPU que foram fornecidos pela Eurogamer nunca foram confirmados, e isso quer dizer que as análises de performance feitas ao hardware até ao momento, e baseadas nesses valores, podem não coincidir  com a realidade. E a consola pode ser mais potente ou menos potente do que se pensa.

Que aplicações teremos na consola? Netflix? Youtube?



A consola será lançada sem qualquer aplicação! Nem sequer um simples web browser será fornecido com a consola.

A Nintendo justifica a situação referindo que a consola é totalmente dedicada aos jogos, mas a realidade é que possuir aplicações não lhe rouba absolutamente qualquer capacidade para os jogos, usando, quando muito, um pouco mais de armazenamento. O que roubaria algo seria se as aplicações pudessem funcionar em paralelo com a consola, o que em programas como o Netflix ou Youtube, não acontece!

Mas o pior é que estas afirmações acabam por ser totalmente incongruentes quando a Nintendo ao mesmo tempo que refere que a consola é totalmente dedicada aos jogos, confirma que mais tarde essas aplicações poderão aparecer (vindas deles, ou de terceiros). E no meio de tudo isto ficam a dúvida sobre se as aplicações mais comuns como um browser, um app youtube ou um Netflix ficarão no futuro disponíveis ou não.

Convêm dizer que a Nintendo refere claramente que a Switch não é um tablet, mas o certo é que ter as funções de tablet usando-as de forma opcional, não seria um ponto negativo, mas sim um positivo. E mais uma vez, insistir-se nesse ponto, mas ao mesmo tempo admitir que no futuro essas aplicações podem vir a aparecer é um claro contra-senso.

Esta é uma situação pouco clara e pouco definida que a Nintendo devia esclarecer melhor.



Quais as características exactas do serviço online pago?

Como funcionará e o que conterá? Há um sistemas de troféus? (Aparentemente sim, mas não foi confirmado ainda)

Pouco ou nada se sabe. E o pouco que foi acrescentado ao já conhecido foi o que a Nintendo anunciou apenas há poucos dias: que o custo do serviço será entre 17 e 26 euros.

Infelizmente isso foi o que se referiu. Nem mais, nem menos!

Ora 17 e 26… o que é isso? Dois custos associados a 2 serviços diferentes? Duas alternativas ainda a ponderar para o preço? Porque motivo se indicam 2 valores?



Se os 17 e 26 são dois preços para 2 serviços diferentes, o que contêm, e o que não contêm, cada uma das alternativas?

Estas são questões que estão no ar e que precisam de resposta. Mas como em tudo o resto a Nintendo está a ser vaga, e a pouco mais de 15 dias do lançamento da consola, as respostas não existem.

Mas neste campo ainda há mais que se pode referir. É que se é certo que 17 euros, o valor menor referido pela Nintendo, é bastante menos que os 60 euros de um Live ou os 50 euros de uma PSN, só isso não nos diz tudo pois esse valor apenas indica um custo, mas não sabemos  o benefício associado.

Uma PSN ou um Live são efectivamente mais caros, mas o retorno pelo investimento é gigante, com as marcas a ofertarem software cujo valor global anual ascende a mais de 1000 euros. Basicamente é possível ter-se uma consola a funcionar e com jogos novos todos os meses apenas pagando este valor anual.
Daí que se é certo que 17 euros é menos que 50 ou 60, se esses 17 euros se limitam a pagar o acesso ao online, eles acabam por poderem ser vistos por muitos como menos interessantes de ser pagos do que os 50 ou 60 dos restantes serviços, e neste momento apenas sabemos que a Nintendo oferta um jogo mensalmente, mas que o mesmo só pode ser mantido pelo período de um mês, tendo depois de ser comprado caso se deseje continuar a joga-lo.

Sabemos também que o serviço pago inclui um serviço de voz sobre os jogos, mas não é claro se tal funcionará na consola, ou se requer o uso de um smartphone ou tablet externo, o que tornaria a vantagem extremamente caricata. A Nintendo aqui atirou muitos dados para o ar, mas não os ligou entre si, deixando-os a pairar!



O certo é que com tanta situação pouco clara, a Nintendo ainda nada esclareceu.

Que dependência terá a Switch de eventuais aparelhos moveis adicionais?

Tudo o que se sabe sobre o voice chat é que a Nintendo disponibilizará uma aplicação para smartphones no verão de 2017 (até lá… se calhar não há voice chat). Mas será que a aplicação é mesmo necessária? Será que se necessita de conectar à Switch? Será igualmente um segundo ecrã da consola? Ou será totalmente independente?

Certamente seria interessante trazer o conceito da Wii U ara a Switch com o uso de um tablet como segundo ecrã… mas a Nintendo nunca falou nada sobre essa possibilidade.

Qual o tamanho e o uso do armazenamento que poderemos esperar?



A memória de armazenamento da consola é de apenas 32 GB (com parte dela a ser reservado para uso do sistema). Um valor que é reduzido especialmente quando se revelou que Zelda: Breath of the Wild usará só ele um total de 13 GB. Mas será Zelda uma excepção? Ou serão todos assim?

Seja como for, com apenas 32 GB e parte deles reservados ao sistema, a compra de um cartão de memória será essencial e um custo acrescido. Mas de que tamanho?

Sem uma noção do uso que um jogo requer quer para ficheiros que possa precisar de colocar, mesmo que temporários, ou uma ideia do tamanho das gravações, torna-se difícil comprar um cartão de memória adequado. E pode-se comprar algo que não se revele necessário, ou algo que não chega!

Esta é uma situação que cremos deveria estar forçosamente esclarecida. Ao ser quase crítica a compra deste extra para todos os utilizadores, a Nintendo deveria fornecer uma ideia do que se esperar, e quem sabe recomendar um tamanho de um cartão.

A pouco mais de 15 dias do lançamento da consola, esta é uma questão por responder, pelo que será cada um por si.



Notas Finais

Apenas como comparação, Sony e Microsoft fizeram pós E3 em 2013, ou seja 5 meses antes do lançamento dos seus produtos, uma conferência de imprensa para responder a questões que pudessem existir sobre as suas consolas. Naturalmente nem tudo foi esclarecido, mas ao menos houve essa iniciativa que a Nintendo aqui não teve deixando todas estas questões no ar.

E com pouco mais de 15 dias para lançamento, é caso para nos questionarmos do porque.



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