Preocupações com privacidade dos utilizadores da nova Xbox poderá ter mais razões do que se pensava.

Apesar de poder parecer obsessivo e mesmo doentio pensar-se que a nova Xbox poderá vir a espiar os seus utilizadores, na realidade poderá existir muito mais motivos para preocupação do que os que se imaginam.

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De acordo com a imagem de cima e divulgada pelo site Vgleaks, a nova consola da Microsoft terá três características que, quando conjugadas, a tornam em uma potencial máquina espia colocada em nossas casas.

Pelo que podemos ver, a consola possuirá três características únicas e polémicas. Estará sempre ligada (apesar de num estado de baixo consumo quando não se encontra em uso), requer uma ligação permanente e constante à internet (mesmo desligada), e só funcionará com o novo Kinect devidamente ligado (mesmo que o software a usar não o requeira).

Independentemente de estas três características poderem ser usadas ou não para esse efeito, a realidade é que, em conjunto, estas oferecem à consola capacidades ao melhor estilo Big Brother, podendo espiar, a qualquer altura, o que se passa na casa de cada um. E com a capacidade associada de detectar o tipo de movimentos efectuados ao pormenor, bem como de reconhecer faces, esta é no mínimo uma máquina com uma capacidades para a violação da privacidade acima do normal.



Claro que isto tudo são aparentemente “teorias da conspiração”, e um demonstrar doentio e obsessivo por um receio não fundamentado. Aliás a Microsoft referiu claramente que “A Xbox 360 e o Xbox LIVE não usam qualquer informação capturada pelo Kinect para fins publicitários. Microsoft possui um historial de implementação de algumas das melhores medidas de protecção de privacidade da indústria. Colocamos grande importância na privacidade da informação dos nossos clientes e na segurança das nossas experiências.”

Para além do mais, numa altura onde tudo está ligado à internet, existirá efectivamente motivos para algum receio?

O website Beta Beat anunciou no ano passado o seguinte:“Em 2011 a Microsoft registou uma patente que permite que câmaras e sensores, semelhantes aos usados pelo Kinect, possa detectar quantas pessoas estão numa sala. Criado pela ‘incubation team,’ da Microsoft, onde se testam novas formas de uso do Hardware, essa patente foi agora tornada pública. A Microsoft apelida-a de ‘detecção de consumidor’ e é tão assustadora como parece. Assim que o número de pessoas for identificado, sendo mesmo possível detectar quem está lá, o aparelho irá cobrar pelos conteúdos de acordo. Se pagas por uma licença de visualização e mais pessoas estão na sala a máquina pode parar a reprodução e solicitar pagamentos adicionais ou a saída das pessoas da sala

É certo que não se sabe se estas medidas estarão implementadas na consola, mas o certo é que o hardware necessário para tal está lá. Ou seja, para fins publicitários ou não a Microsoft pode, caso o deseje, espiar os seus clientes. E isso só por si é assustador.

Mas a realidade é que não precisa de ser a Microsoft a aceder a esse hardware. O mesmo existindo e estando permanentemente ligado e na internet, pode ser alvo de ataque de terceiros que usem o hardware para os seus fins e sem conhecimento de ninguém. Aliás em Março de 2012 foi revelado ao mundo que uma empresa denominada de Obscure Technologies trabalhava juntamente com a Marinha Americana para a criação de “Ferramentas de forênsica de Computadores capazes de hackar consolas e espiar as mesmas”.

Ora se esta empresa consegue esta situação o que impede um grupo de hackers de fazer o mesmo?



Aliás, mesmo sendo uma ferramenta desenvolvida para uso interno do Departamento de Homeland Security Norte Americano, , o website Live Science quenstionava-se sobre o real uso que poderia ser dado a esta tecnologia. E claro, quando vemos equipas a trabalhar anos a proteger sistemas e um único hacker em meia dúzia de horas a dar a volta aos sistemas, nós questionamos o que impede outros de fazer o mesmo.

Diga-se mesmo que não seria novidade que o governo mostrasse interesse no uso das Xbox. Nas eleições passadas, nos Estados Unidos a Xbox pode passar em directo um debate presidencial. E durante o mesmo, eram apresentadas questões interactivas às quais os utilizadores podiam responder, e relacionadas com o debate. Uma situação que mostra bem o interesse governamental em máquinas como estas, e que pode levar, dada a disponibilidade do hardware e do software para tal, as agências governamentais a espiar determinadas casas quando sob possível suspeita.

E para além do mais a segurança da privacidade dos dados dos clientes Microsoft nem sempre se revelou assim tão boa como a Microsoft quer fazer entender.



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