Rumor: Pessoal da King despedido pela Microsoft será substituído por uma IA que eles mesmos treinaram.

É um mundo estranho este onde vivemos, onde as pessoas estão a receber para desenvolver ferramentas que se destinam a tirar-lhes o emprego.

Nota: Este post que pretendia relatar a notícia do rumor da substituição dos funcionários da King por uma IA, acabou por ser mais uma reflexão e um desabafo da minha parte sobre a IA e as consequências que está está a trazer sobre a sociedade. Tomem por isso o grosso do conteúdo como uma opinião e uma análise pessoal, com a qual podem, ou não, concordar.

Sinceramente eu entendo que as pessoas precisam de trabalhar para viver, mas há certas situações que se revelam algo incompreensíveis.

Num exemplo que se calhar já todos experiênciaram, eu não consigo perceber como é que, por exemplo, num supermercado, os funcionários aceitam dar assistência aos clientes que usam máquinas automáticas que, uma vez aperfeiçoadas, atirarão mais de metade dos funcionários do supermercado para o desemprego, inclusive a eles mesmos.

Basicamente estás pessoas deveriam juntar-se a sindicatos e tentar boicotar ao máximo a vulgarização dessas máquinas que substituem as vulgares caixas, ou, no mínimo, não estarem prontamente disponíveis para resolver os problemas de quem usa essas máquinas.



Da mesma forma, quando alguém cria e treina uma IA para ela ficar apta a fazer o seu trabalho, espera o que? Que ela substitua o trabalho dos outros, mas não o seu? Será que quem cria estas IAs não percebe que, mas esmo que esteja a treinar a IA para operar numa área diferente da sua, está a colocar em causa postos de trabalho, e que, estás IAs rapidamente irão programar-se a si mesmas, colocando o seu próprio trabalho em risco.

Que futuro uma pessoa que desenvolve uma IA espera deixar aos seus filhos? Um de incerteza certamente pois a IA vai alterar de tal forma a economia que o futuro pode ser incerto para qualquer um. Está a revelar-se uma galinha dos ovos de ouro para alguns, sendo que quem a produz poderá ser dos primeiros a sofrer com isso.

Daí que quando li a notícia (rumor) de que os Funcionários despedidos da King  iriam ser substituídos por uma IA que eles mesmos treinaram, não fiquei chocado. Certamente eles pensavam estar a desenvolver uma ferramenta para tirar postos de trabalhos a outros, mas claro, isso não os afetaria a eles. Enganaram-se!

Referem eles que a IA substituir as pessoas é repugnante, e que tudo se resume à eficiência e lucros. Mas esperavam o quê? Seriam eles também crentes no Pai Natal, e que tudo se manteria igual quando há uma IA que faz tudo mais depressa, de forma eficiente e mais económica? Só pode!

Sim, é certo. A entidade patronal impôs. Sim, é certo, a entidade patronal pode ter ameaçado. Mas também é certo que se houvesse a consciência da realidade que as IAs vão trazer, e todos os programadores se recusassem a desenvolver a mesma, a coisa seriam diferente. Talvez seja um raciocínio utópico da minha parte, mas que não deixa de ter o seu fundo de realista.

Há pessoas raptadas que são obrigadas a cavar a própria sepultura, mas essas pessoas costumam ter uma arma apontada à cabeça. Aqui a arma não existe, pelo que, diga-se o que se disser, se alguém cavou a própria sepultura, fê-lo de forma consciente e tinha escolha. Uma esolha que, mesmo que resultasse igualmente em desemprego, pelo menos não resultaria em uma “morte” lenta, e com uma ferramenta realizada quem ameaça o seu futuro e o dos seus.



Sei quem é mais fácil falar do que fazer, mas está realidade aplica-se a tudo já vida. Povos vivem oprimidos sob ditaduras que se impõem sob a força das armas. E as pessoas têm medo de lhes fazer frente pois podem morrer. Mas a alternativa é o viver sempre sob o medo, e com o risco de morrer, ou levantar a cabeça, correr o risco igualmente de morrer, mas fazer frente à ditadura e opressão. Os nossos soldados que foram para a Rua no 25 de Abril corriam o risco de ter de combater e morrer, ou serem presos por revolta. Mas era isso ou aceitar viver sob a ditadura! Daí que talvez esteja na altura dos programadores darem o seu salto de Ipiranga, e recusarem a IA nos seus postos de trabalho. Porque se todos o fizerem, ela terá mesmo de sair, e só assim os seus empregos estão garantidos.

O ditado é velho, mas ainda válido: A união  faz a força, mas nesta sociedade, ninguém pensa no futuro, e quando as coisas acontecem, acreditam sempre que só afetará os outros, não se querendo sequer meter para não correrem o risco de serem penalizados. É triste!



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Sparrow81
Sparrow81
23 de Julho de 2025 18:31

Um dia essa empresa vai cair e vai ser feio.

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