Está a Sony a ser mal gerida?

Houve-se muitas vezes as pessoas a criticaram o Jim Ryan sobre as atuais politicas da Sony. Aqui vamos analisar as decisões da Sony, e dar a nossa opinião sobre as escolhas que esta empresa tem vindo a tomar.

As criticas à gestão da Sony tem sido muitas. As pessoas discordam dos jogos no PC, da subida de preços dos jogos, das melhorias colocadas nos jogos PC, da aposta em GAAS. E acreditam que estas decisões só tiram valor à marca Playstation.

Mas será que estas escolhas são efetivamente más? Será que os fans não tem razão para as queixas?

Acima de tudo, torna-se necessário que as decisões sejam enquadradas no tempo. As decisões não foram tomadas de ânimo leve, mas foram, acima de tudo, reativas. Basicamente medidas tomadas em função das necessidades e como resposta a ações da concorrência.

Jogos no PC

Com a introdução do Gamepass a Microsoft colocou a Sony numa posição complicada. Uma oferta barata e em quantidade é algo que se revela dificil de bater, pelo que, a Empresa Nipónica não tendo o arcaboiço financeiro necessário para entrar num esquema do género, ficou numa posição algo delicada. Note-se que não está aqui em causa se o Gamepass é ou não lucrativo, ou se o Gamepass pode ser ou não lucrativo. Esta apenas em causa que um serviço desses aumenta em muito a despesa, e tem um retorno ao investimento mais lento. Para além do mais, canibaliza as vendas, o que troca uma entrada de receita quase imediata por algo muito mais diluído no tempo. Esta situação não permite a colocação de jogos da qualidade dos jogos produzidos pela Sony, com facilidade de retorno do investimento. Repare-se que um jogo AAA pode chamar mais à atenção que um AA, mas não cativa forçosamente os utilizadores por mais tempo, e o relevante num serviço como o Gamepass passa pela manutenção dos utilizadores. Tal implica que  a Sony teria de reduzir custos naquilo que produz, reduzindo igualmente a qualidade. Precisava de lançar conteúdo diluído no tempo, e com aposta no multijogador, o que implicaria perder assim a vantagem no campo que a distingue. A produção de jogos AAA, single player, de primeira linha.



Perante esta realidade, como poderia a Sony combater um Gamepass?

Algo que é conhecido é que o tipo de produto que a distingue atinge custos astronómicos, ao ponto de a sua sustentabilidade ser uma incógnita. Torna-se assim não só um grande risco produzir jogos de custo tão elevado, como a necessidade de dinheiro liquido para a sua criação, se torna uma necessidade.

No entanto, a aposta em mais e mais jogos deste tipo é a única forma segura que a Sony possui para garantir que se mantem na atual posição de aceitação. O que implica a necessidade de mais verbas para maior suporte a mais jogos.

A colocação dos jogos no PC foi a resposta encontrada para responder a esta situação. Apesar de potencialmente a situação poder vir a ser danosa para as vendas de consolas, esta situação era uma das poucas formas de se aumentar a receita sem custos extras para o utilizador. Basicamente a ideia da Sony foi a de colocar jogos já sem potencial de vendas na consola, no PC. Isso implica um hiato temporal de 2 a 3 anos entre a saída numa plataforma e na outra, algo que pode parecer pouco para alguns, mas que na realidade é o suficiente para que um exclusivo cumpra a sua função.

Basicamente esta decisão foi o que se chama de “um mal menor”. Uma decisão que respondia às necessidades da Sony em aumentar a liquidez para manter e mesmo melhorar a sua oferta nos jogos AAA que a distinguem, sem prejudicar os utilizadores com pagamentos ou aumentos de custos que tornariam a plataforma menos atrativa.

Como desvantagem temos a perda dos exclusivos, o que pode vir a prejudicar as vendas das consolas a longo prazo. Mas essa situação é, ainda hoje, algo não comprovado.



Nesse sentido, entendemos que, apesar de da nossa parte, tambem preferíamos que tudo se mantivesse como antes, esta solução foi a melhor que poderia ser tomada para a manutenção de uma Sony concorrencial.

Aumento do preço dos jogos.

Esta foi outra situação que foi muito criticada. Mas que se deveu igualmente ao custo crescente da produção de jogos. Era uma necessidade cuja alternativa seria a redução na produção ou a criação de jogos com menor duração.

Diga-se que este problema se colocava a todos os produtores do mercado, e daí que a subida de preços tornou-se uma prática corrente no mercado. E mesmo os que a criticaram… já subiram o preço dos seus jogos. A Sony apenas foi a primeira pela enorme quantidade e qualidade dos seus AAA que obrigaram a uma visão mais ponderada do futuro.

Daí que neste campo, tambem não conseguimos criticar as decisões da Sony. Preferíamos que os jogos não tivessem subido os 10 euros que subiram, mas percebemos essa situação teria implicações sérias na produção e qualidade do produzido.

Melhorias dos jogos Playstatation no PC

Esta para mim é a medida mais polémica da Sony. E uma das quais eu discordo completamente.



Apesar de perceber que o utilizador PC quer ver a sua máquina explorada, e pode mesmo preterir os jogos que não o façam, a realidade é que estas melhorias criam uma disparidade no tratamento face àquele que é, para a Sony, o público principal, o da Consola.

Não fosse já a realidade que os jogos PC são mais baratos que os das consolas, torna-se difícil de se compreender esta oferta adicional aos possuidores PC.

E apesar de percebermos as razões da Sony, este é um ponto do qual continuamos a discordar. Os jogos PC deveriam ser os jogos da Consola… sem nada a mais, e sem nada a menos.

Daí que, neste ponto, acreditamos que a gestão da Sony está a ser danosa.

A aposta nos GAAS

GAAS… como eu abomino o conceito. É efetivamente algo que preferia que não existisse, e ver a Sony a apostar nele custa-me bastante.



No entanto, a realidade é que a aposta da Sony não implica um desinvestimento no seu mercado tradicional. Mas sim um investimento paralelo para este mercado.

Mas porque motivo aposta a Sony em algo que se sabe vai desagradar a tantos dos seus clientes nucleares?

Bem, por dois motivos.

  • O primeiro é que a situação pode desagradar a muitos… mas pode agradar a muitos tambem. Isto porque os GAAS, quer se queira, quer não, são um sucesso, com milhões de jogadores. E nesse sentido, alcançar todos os gostos do mercado nunca pode ser visto como algo de mau.
  • O segundo, e talvez o principal, tem a ver com a consolidação do mercado. A Microsoft tem vindo a fazer grandes aquisições. Aquisições de editores e não de estúdios. Zenimax e Activision eram dois dos grandes editores do mercado, e com a aquisição dos mesmos a Microsoft não só engole dezenas de estúdios, como fica com dezenas de IPs de sucesso na sua posse.
    Esta é uma situação que pode colocar em causa a continuidade do sucesso da Playstation. E isso implica que estas aquisições tem de ter uma resposta da Sony, igualmente na base das aquisições de forma a tornar a Playstation capaz de concorrer com a oferta que a Microsoft terá.
    Ora a Sony não tem a facilidade em fazer dinheiro da Microsoft, e como tal não só tem de fazer aquisições menores, como menos… E a única forma de combater um pouco isso, dando à Sony outro poder de compra, é com uma maior entrada de receita/lucro.
    É nesse sentido que a Sony aposta nos jogos GAAS. E o motivo porque aposta em tantos! A Sony precisa de uma máquina de gerar dinheiro que permita manter o seu core business em crescimento.

Como se percebe, as decisões da Sony acabaram todas por ser reativas… Não serão decisões tomadas de ânimo leve, até porque os GAAS são eles mesmos um risco para os jogos clássicos, havendo a possibilidade de estes serem preteridos caso os GAAS se revelem uma fonte de receita bem superior. Mas a realidade é que dinheiro não nasce… e a Sony para se manter competitiva precisa de dinheiro!

O dinheiro é o que faz o mundo rodar… e sem ele… não se faz nada! Os fans queixam-se, mas a realidade é que as queixas não colocam lá o dinheiro necessário. E é bom querer isto e querer aquilo, mas o certo é que sem uma Sony competitiva, esta está condenada a desaparecer. E não se compreender isso, e que as atitudes estão a ser tomadas para que  o impacto sobre a carteira do consumidor não exista, o que não seria bom para das partes, é ignorar a realidade do que se está atualmente a passar.



O relevante aqui é perceber-se que estas medidas estão a ser tomadas com o intuito de manter a Playstation, tal como a conhecemos, viva e ativa. Se tal pode ter resultados adversos, isso é um risco. Mas ficar parados a olhar, não resolve nada… e a Sony tem procurado respostas que minimizem o dano ao seu atual consumidor. E a meu ver… isso está a ser conseguido.

Mas vamos ver outras decisões da atual gestão da Sony:

Expansão dos seus IPs para outros media (TV, cinema, e anime)

Talvez a menos polémica das suas decisões. Uma medida fundamental para fortalecer a empresa como um todo que pouco afeta seja quem for.

Manter multiplataforma alguns títulos

A decisão de manter os jogos da Bungie multiplataforma e o ter os jogos MLB na Xbox são dois pontos criticados por muitos.

A realidade é que há justificações para ambos os casos.



Quando da compra da Bungie, a empresa colocou um requisito para ser adquirida, e esse passava pela autonomia na escolha das plataformas a serem suportadas.

E diga-se que, com a Bungie a apostar em jogos GAAS, a não escolha do multiplataforma nem sequer faria grande sentido. São jogos online, multi jogador, e que para funcionarem necessitam do maior alcance possível a nível de base de utilizadores.

Quer isto dizer que a Bungie nunca fará um exclusivo PlayStation? Não forçosamente, apenas que a decisão de tal será sempre deles e estes terão de ser convencidos que essa será a melhor escolha para o seu produto. O que a acontecer, certamente não será num jogo estilo GAAS.

Já o MLB é outra coisa. Os direitos sobre o IP não são da Sony, e como tal não é esta que decide para onde o IP vai. Acreditamos que a atual realidade do jogo não será algo que interessa à Sony manter. Afinal, a MLB se quer o jogo tanto na PlayStation como na Xbox, isso será conseguido com qualquer produtor que pegue no título, não justificando a Sony ter um estúdio first party dedicado ao jogo. No entanto acredita-se que está situação terá de ser mantida enquanto o atual contrato estiver em vigor.

É assim. Uma situação difícil de comentar pela falta de dados sobre o que atualmente se passa, mas manter um estúdio first party a criar um jogo de nicho multiplataforma, e que sairia sempre para a PlayStation, se tiver aqui alguma decisão da Sony a apoiar a situação, seria algo criticável. No entanto, pela falta de dados não vamos comentar.



O suporte Cross Gen de muitos títulos

Percebe-se perfeitamente a crítica existente sobre esta situação, especialmente depois de a Sony ter dito abertamente que “Acreditamos nas gerações”.

No entanto o que os críticos parecem ignorar são quatro realidades.

– A Sony nunca deixou de dar suporte geracional à sua consola. Aliás foi a única que o fez, mostrando claramente diferença no suporte à sua consola. Os títulos exclusivos PlayStation existiram e continuam a existir cada vez mais.

– Nem todos os jogos usam a tecnologia da mesma forma, e isso implica que muitos dos jogos existentes acabam por não ter um verdadeiro impedimento de serem reajustados para poderem correr, com cortes, nas plataformas inferiores.

Horizon foi um bom exemplo. O jogo tira partido da PS5 e das suas capacidades, sendo que, no entanto, nada nesse suporte impede que, com cortes, o jogo corra na PS4. Já o seu DLC, Burning Shores, apresenta uma escala que seriam altamente complexa de ser ajustada à PS4, e nesse sentido ele foi exclusivo PS5. Ratchet and Clank Rift Apart foi, agé ao momento, dos poucos jogos que exploraram o hardware da PS5 a um ponto onde o suporte PS4 era realmente impossível.



– O período de criação de um jogo abrange vários anos. Isso implica que a maior parte dos jogos lançados nos últimos dois anos começaram desenvolvimento na PS4. Isso implicou que todo o conceito por detrás do jogo fosse realizado a pensar nos limites dessa consola. E nesse sentido, mesmo que depois adaptado a uma PS5, tendo a sua fase de concepção passado pelos limites impostos pela PS4, o suporte a esta consola não se revela impossível. Nesse sentido, a PS5 apresenta melhorias sobre o conceito original, mas não ao ponto de impedir os devidos cortes e ajustes para a PS4.

Recorde-se que, pela primeira vez na história, há total compatibilidade entre a PS4 e a PS5, pelo que o desenvolvimento dos jogos não é realizado de forma estanque. E daí que todo o trabalho iniciado numa PS4 possa ser aproveitado e usado na PS5 sem necessidade de se voltar à estaca zero. E isto aplica-se igualmente às ferramentas de desenvolvimento.

– As três realidades de cima são imutáveis. A Sony poderia pegar num Horizon Forbiden West e dizer: Este vai ser lançado exclusivo na PS5. Mas a realidade é que isso não alteraria a realidade que esse jogo poderia ser adaptado à PS4, e tal decisão não alteraria essa realidade, mas apenas alimentaria egos de fans que acreditariam estar ali com algo diferente do que realmente é.

Nesse sentido, o suporte da Sony seria censurável se os jogos exclusivos PS5 não existissem (como no caso da Xbox onde os jogos exclusivos de nova geração não existem). E isso não acontecendo… As críticas perdem a sua força.

Cobrar pelos upgrades para a PS5

Este é um ponto onde, por muito que queira, não consigo dar razão à Sony.



Não é que não perceba que os jogos de nova geração não sejam mais caros. Apenas que foi prometido que isto não aconteceria. E havendo honestidade e palavra, esta situação nunca aconteceria.

Aqui, eu junto a minha voz aos críticos. Mas será de se notar que esta é uma medida impopular, não necessariamente má gestão.

Lançamentos consecutivos de remakes

Os remakes tem sido algo lançado em excesso, com muitos deles a serem desnecessários. The last of us parte 1 foi considerado desnecessário pela maior parte dos utilizadores ativos em fóruns, sendo que agora até de fala de um remake do primeiro Horizon.

Efetivamente este tipo de software é perfeitamente entendível como desnecessário, mas a realidade cai na de sempre. O que paga os melões… É o dinheiro.

Enquanto estes jogos, por muito criticados que sejam, venderem ao ponto de serem uma fonte de rendimento barata e sem grande investimento, estes irão continuar a aparecer. No fundo o conceito aqui não é muito diferente dos jogos no PC! Basicamente estes jogos estão sem gerar vendas, mas com um pequeno investimento ainda são capazes de gerar bons milhões, e ignorar isso não faz sentido.



Daí que, por muito que os fans achem uma perda de recursos, há que se perceber que esta escolha está longe de ser uma má gestão.

Conclusões

Com exceção de um ou outro ponto aqui referido, não consigo dizer que elas escolhas da Sony possam ser vistas como má gestão.

Eu compreendo o que os fans pensam pois penso como eles. Agora a realidade é que o tempo em que acreditava no pai natal, que os bebés vinham na cegonha, e que a carne vinha dos supermercados sem que se matassem os animais, já passou.

Sou adulto e percebo a triste e cruel realidade do mundo e dos negócios, e percebo que entre o querer e o poder vão uma série de condicionantes enormes, sendo que as empresas trabalham com um único intuito, o de crescerem e ganharem cada vez mais e mais.

Aquilo que vejo é que a Sony não parece ter perdido o seu rumo. Esta sabe o que tem e o que a torna popular, mas também sabe que isso custa muito dinheiro, e que um Flop nessa área pode ter elevados custos que, se não forem contrabalançados com almofadas financeiras, podem mesmo custar a vida da empresa.



A Sony sabe também das ameaças que possui, e que não pode concorrer com armas iguais, tendo por isso de apostar cada vez mais naquilo em que é boa, mas cujos custos e riscos são cada vez maiores. Daí que como já referido vejo a Sony a tomar uma atitude reativa de mudança e adaptação às ameaças, mas sem no entanto alguma vez ter perdido o seu foco, ou deixar de colocar a sua consola em primeiro lugar. São mudanças que acarretam riscos, mudanças que certamente mesmo a Sony preferiria não fazer, mas que se tornam uma necessidade para a manutenção da sua preponderância no mercado.

E não se perceber estas realidades parece uma atitude pouco madura.

 

 



13 Comentários
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Nuno Sousa
Nuno Sousa
25 de Julho de 2023 8:02

Acrescentava mais um ponto
As mudanças do mercado tiveram igualmente impacto noutra dimensão. A dos consumidores. E para mim este é o pior elemento que a Sony enfrenta pois são eles que pagam o negócio. Têm outra mentalidade e pensam de maneira totalmente diferente da nossa. Onde nós apreciamos a qualidade, os pormenores, o avanço tecnológico, eles querem tudo rápido e nem perdem tempo com a história de um jogo. Por isso a ascensão dos gaas e outros jogos de muito menor orçamento. E o futuro está neles pois a tendência é para aumentar e qualquer empresa tem que se adaptar ao que os consumidores querem.

Hennan
Hennan
25 de Julho de 2023 9:45

Para mim o que vai definir a qualidade da gestão é o quanto as decisões tomadas vão impactar no desenvolvimento de games first party. Se a empresa continuar entregando em volume e qualidade, o resto tem pouca relevância. 2023 será um ano bem fraco. Logo 2024 será chave.
Como adendo a estratégia de lançamento no PC é uma vergonha. Vários games em pouco espaço de tempo, por um preço que não se justifica e sem marketing. Até agora só serviu pra fortalecer a pirataria. Porque os números de vendas apresentados foram pequenos pra justificar o risco.

Hennan
Hennan
25 de Julho de 2023 9:59

Só pra complementar. Imagino que você, Mario. Não jogou nenhuma das versões do PC. Porque não há melhorias e sim piora. Testei todos os lançamentos e exceto Returnal cuja versão do console saiu em uma resolução muito baixa. O restante está em estado inferior ao do console. Porque mais importante do que um RT é o desempenho do jogo. De nada adianta colocar umas sombras a mais se acrescenta stutters, crashs e bugs. E mesmo o Returnal exige um PC bem potente e tem uns Stutters chatos.
Essa semana pretendo testar o Ratchet, mas algo me diz que irei me decepcionar.

Hennan
Hennan
Responder a  Mário Armão Ferreira
25 de Julho de 2023 10:21

Entendo as dificuldades, mas como jogador o que importa é a experiência. Se a experiência é pior, nada adianta oferecer novas features. E a versão do PC é pior que a do console, mesmo em um PC superior ao mesmo. Imagino para o público em geral.

Paulo Yutaka Toyoshima Girata
Paulo Yutaka Toyoshima Girata
25 de Julho de 2023 12:04

Concordo com seu ponto, Mário. Sou empresário aqui no Brasil e sei muito bem como é complicado se manter no mercado. Muitas vezes, minhas opiniões enquanto consumidor se chocam com meus conhecimentos empresariais. Não nego que muitas das escolhas da Sony me desagradam, mas, quando analiso sob a ótica da gestão, sei que não é fácil se manter em um mercado que, em muitos casos, se mostra instável, volátil e, principalmente, agressivo. Defendo, em minha empresa, que, mesmo com as dificuldades, a qualidade ao consumidor deve ser a prioridade e, pra isso, é preciso que se esteja sempre pronto para se adaptar as circunstâncias do mercado. Confesso que continuo odiando Gaas, mas não há como negar que, do ponto de vista da rentabilidade, estes podem vir a trazer fontes de renda consideráveis se bem feitos. Continuo na torcida pra que a Playstation consiga achar o equilíbrio entre se adaptar a esse mercado, e manter seus AAA single play de alta qualidade.

Fernando Medeiros
Fernando Medeiros
25 de Julho de 2023 18:54

A Sony não está a ser mal gerida, é impossível dizer que a líder de mercado é mal gerida, mas se ela realmente tivesse sido gerida da melhor forma possível durante toda a sua existência, provavelmente não existiria concorrência. Um console que se vende só por existir, assim como outras marcas tem nomes que são automaticamente associados ao produto, já poderia ter dizimado o mercado.
Mas a realidade, é que o Playstation é um produto que perdeu as oportunidades da sétima e a oitava geração para construir alguns alicerces. Caso a Sony caísse numa situação igual a da Microsoft com o Xbox One, onde o console perde muitos clientes, a venda de software de terceiros cai de forma drástica, e eles não recebem mais o “carinho” de editores, jornalistas e revisores de games igual sempre tiveram, eles certamente sairiam do mercado.
O que eles estão fazendo hoje, é fugir daquilo que eu classifico à alguns anos como liderança frágil. Eles venderam mais consoles, eles venderam mais jogos, e ainda assim sempre parece que tudo está na corda bamba. Eles sempre parecem que precisam responder à alguma coisa que a concorrência faz, eles sempre estão pressionados pela terceira colocada. PSN se tornou paga, culpa da Xbox Live, serviço de assinatura de jogos, culpa do game pass, investimento em GaaS, culpa da Microsoft comprando ABK.
São 17 anos desde o lançamento do PS3 e a popularização do componente online em consoles. E são 17 anos em que a Sony não conseguiu criar franquias legadas que tenham a capacidade de retenção de jogadores e geração de receitas de longo prazo de Halo, Gears e Forza. Semana passada tinham mais de 100k players online nos COD legados do Xbox 360 após a Microsoft consertar os servidores dedicados. Eu liguei meu Xbox 360, um modelo falcon de 2008 com um leitor de DVD cansado e barulhento, peguei meu disco de COD MW2 e joguei diversas partidas online, foi uma nostalgia. Quantas pessoas podem fazer isso no PS3 atualmente? Quantos de vocês ainda ligam um PS3 para jogar um game? Quantos jogos do PS3 tem pessoas online jogando partidas hoje? A Sony não sabe monetizar nem o legado que eles tem. O que a Sony ta fazendo hoje, está quase 20 anos atrasado.

Deto
Deto
Responder a  Fernando Medeiros
25 de Julho de 2023 22:33

Então a Sony Iiria sair do mercado, se ela passasse o que passou no PS3?

Recebendo o carinho de jornalistas tipo Tom Warren, DF “clock do xone importa, PS5 clock é fake”?

Last edited 9 meses atrás by Deto
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